Abbas al-Baqir Abbas
          
Abbas
 al-Baqir Abbas, nascido em 1967, em Al-Dasis, na parte norte de Al 
Jazirah, Sudão, aproveitou as orações noturnas e usando um rifle de 
assalto Kalashnikov começou a atirar pela janela contra membros do Ansar
 al-Sunna Al-Mohammediyya que estavam orando em uma mesquita em Jarafa, 
uma vila nos arredores de Omdurman, Sudão em 08 de dezembro de 2000. O 
único atirador, Abbas al-Baqir Abbas, membro do Takfir wal-Hijra, abriu 
fogo com um fuzil Kalashnikov durante as orações noturnas, matando pelo 
menos 22 pessoas e ferindo mais de 30, antes de ser morto a tiros pela 
polícia. De acordo com testemunhas, ele evitou matar mulheres e garantiu
 que só ia matar homens. Quando se recusou a se entregar, Abbas foi 
morto após um breve tiroteio com a polícia. Pelo menos mais dois dos 
feridos morreram mais tarde por causa dos ferimentos. Embora, segundo a 
polícia, Abbas tivesse agido sozinho, testemunhas afirmaram que os tiros
 foram disparados a partir de três direções e que tinham  pelo menos 
três atacantes vestindo jellabiyas (vestimenta tópica árabe) e todos 
fugiram antes que a polícia chegasse. Além disso, houve relatos que não 
só os fiéis na mesquita foram atacados, mas que o atirador havia 
tumultuado toda a vila, matando pelo menos mais dois meninos. Abbas 
al-Baqir Abbas era membro do Takfir wal-Hijra,  um grupo extremista 
muçulmano, originário do Egito, que tinha um histórico de divergências 
com o pacifistas Ansar al-Sunna. Enquanto o Takfir wal-Hijra acredita 
que a Sharia (lei islâmica) deve ser implementada pela força, o Ansar 
al-Sunna não. Este conflito resultou em incidentes semelhantes 
anteriormente. Em 04 de fevereiro de 1994 três assaltantes, Abdullah 
Mohammed al-Khilaifi, um líbio islâmico, junto com dois sudaneses, 
atacou uma mesquita de Ansar al-Sunna, em Al Thawra com fuzis de 
assalto, matando 19 pessoas e ferindo 15. Abdullah al-Khilaifi foi 
condenado à morte e executado em 19 de setembro de 1994. Em 01 de 
janeiro de 1996 oito assaltantes e um policial foram mortos em uma luta 
entre os membros do grupo e policiais em Kambo Ashara, quando tentavam 
forçar os moradores a se converter. Um ataque na mesma mesquita em 
Jarafa em 1996 deixou 12 pessoas mortas. Em 01 de novembro de 1997, dois
 membros do Takfir wal-Hijra atacaram as pessoas saindo de uma mesquita 
em Arkawit com facas, matando dois e ferindo outros dez. De Abbas 
al-Baqir Abbas  sabe-se que sua mãe deixou sua casa devido ao seu 
fanatismo religioso e que ele bateu em sua irmã, acusando-a de 
infidelidade. Ele estudou economia na Universidade de Tripoli, mas foi 
forçado a deixar a Líbia, por principais pertencer a grupos extremistas 
islâmicos e ser considerado ameaça à segurança. Ele era um ex-membro das
 Forças de Defesa Popular, combatendo os rebeldes no sul do Darfur. 
Inicialmente ele era um membro de Ansar al-Sunna, Abbas deixou devido a 
diferenças religiosas e juntou-se a Takfir wal-Hijra. Ele teria ameaçado
 várias vezes os membros do Ansar al-Sunna, com um ataque similar ao de 
1994. Devido a essas ameaças, ele foi preso em 1998 por quatro meses e, 
novamente, alguns meses antes dos assassinatos, junto com outras 20 
pessoas suspeitas de serem membros da Takfir wal-Hijra, porém, 
arrependendo-se e alegando ter abandonado o grupo e suas idéias, ele foi
 liberado. No dia seguinte aos assassinatos, o presidente Omar al-Bashir
 visitou a mesquita para dar condolências aos familiares das vítimas e 
garantiu que a legislação seria aprovada para controlar os grupos 
religiosos fanáticos, prometendo corrigir as leis a fim de proteger a 
sociedade da destruição e das idéias nocivas. Após o massacre, policiais
 e forças de segurança foram enviados para o estado de Khartoum, para 
uma série de inspeções para evitar mais violência, levando à detenção de
 65 líderes da Takfir wal-Hijra  e as leis de segurança foram reforçadas
 , permitindo a aplicação da lei para deter suspeitos por até seis 
meses. As alterações foram criticadas pelos partidos da oposição para 
cercear as liberdades e acusou o presidente Bashir de abusar do 
incidente para aumentar seu poder.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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