sexta-feira, 17 de agosto de 2012

O Dilema de Chico Picadinho



Não sei se já falei que não concordo muito com o nosso sistema penal, uma das poucas áreas que me interessam são as medidas de segurança.
Na revista época de meados de setembro saiu uma reportagem com o mesmo título desse post.
Não sei se todos conhecem a história de Chico Picadinho, um dos mais famosos seriais killer do Brasil (adoro essas coisas 
bizarras, estou
 pensando em criar uma categoria desse assunto aqui. ) 
Mas enfim voltando ao assunto, o nome de Chico Picadinho é Francisco Costa Rocha.



 Cometeu seu primeiro crime em 1966, na época era estudante de direito,  e levava uma vida boêmia, regada a sexo, bebidas, a vitima uma austríaca de nome Margareth era uma boêmia conhecida na região, ele a levou para o seu apartamento e a estrangulou, depois para dar sumiço no cadáver foi cortando com instrumentos precários, (giletes e faca), começou pelos seios, depois pelas articulações, desmembrou o corpo e pôs em uma sacola. Quando seu colega de quarto chegou e se deparou com a cena, e Chico calmamente lhe contou ele chamou a polícia. Francisco não reagiu a prisão e foi condenado a 17 anos de prisão.
Enquanto esteve preso ele se casou e teve uma filha, foi libertado após 8 anos por bom comportamento, ( o que é muito comum entre os psicopatas), passou por avaliações psicológicas que atestaram que ele era apto para conviver em sociedade. Pra ver como nossa justiça é experta!!!
Mas, como veremos, o laudo estava errado, dez anos mais tarde em 1976, já separado, Francisco mata, por estrangulamento a prostituta Angêla de Souza, em seu apartamento, dessa vez ele tentou esquartejá-la em pedaços maiores e jogar pelo vaso. (É preciso ressaltar que além do sadismo nos crimes, ele desejava esconder o corpo, já que o maior medo do psicopata é se prejudicar, ele não deixa de praticar o ato por pena, ou compaixão, mas sim pelas consequências que tal ato irá acarretar para si). 
Tentou fugir para o Rio de Janeiro, mas foi novamente preso. As fotos das vitimas esquartejadas foram mostradas no julgamento para chocar a opinião pública. (Não era nascida na época mas com certeza a imprensa deve ter feito um circo, em cima da dor das familias das vitimas, como sempre fazem). Francisco foi condenado a 30 anos de prisão.


   (Corpo de uma das vítimas - Só postei que não tem nada chocante)



Em uma entrevista ele disse que matou inspirado no livro Crime e Castigo de Dostoiévisk, a quem ele chamou de Deus. 

Seria uma história normal se Francisco não estivesse preso há 34 anos, no art. 30 do Código Penal diz que ninguém pode ficar mais de 30 anos preso.
Francisco foi considerado um psicopata pelos laudos médicos. Ai sim entramos no dilema de Chico Picadinho…
A psicopatia é considerada pela medicina uma doença moral, um desvio de caráter ( o que eu discordo, já foi comprovado que o cérebro de um psicopata é incapaz de fazer julgamento morais, pra mim isso é doença, mas quem sou eu para desafiar a medicina). Não é considerada uma doença mental, e as medidas de segurança que permite que os imputáveis fiquem mais de 30 anos em instituições psiquiatricas, é usada para doenças tratáveis, a psicopatia não é doença e nem tratável. A situação de Chico Picadinho é um tanto quanto delicada, mesmo que ele seja doente, a doença diagnosticada pelos médicos não permite uma medida de segurança. Mas por outro lado entra o dilema da sociedade, estima-se que 80% dos psicopatas voltam a cometer crimes, e nosso amigo voltou mesmo a cometer, como colocar um psicopata na rua, sabendo que ele ameaça a integridade das pessoas ?
No Brasil ainda não há solução para a psicopatia, no Canadá, já há uma prisão especializada para psicopatas, mas no Brasil não.
É um assunto extremamente delicado, pois reflete um problema constante no judiciário brasileiro, a existência de lacunas na lei.
Atualmente Francisco se encontra no Hospital de Custódia e Tratamento de Taubaté, em São Paulo, deveria ter sido posto em liberdade em 1998, mas por ser considerado incapaz de conviver em sociedade, não foi libertado.
Recentemente o STF negou seu pedido de Habeas Corpus.
Para se distrair na prisão ele lê romances e pinta quadros.



 Seus crimes e sua história tiveram tanta repercussão que ele ganhou um lugarzinho no museu do crime da policia civil de São Paulo.














Material do blog Psicologia Assassina


Francisco Costa Rocha - Chico Picadinho


Francisco Costa Rochaconhecido comoChico Picadinho foi um assassino em série brasileiro que esquartejou 2 mulheres nos anos de 1966 e 1976. Filho de pai muito severo, sua mãe foi uma mulher que tinha muitos amantes e quase sempre casados. Francisco cometeu seu primeiro assassinato em 1966, quando vivia uma vida muito boêmia, com muita bebedeira e mulheres, também usava drogas. Com o passar do tempo necessitava todos os dias fazer sexo, sair e beber muito. Seu primeiro assassinato seguido de esquartejamento foi em 1966. Sua vitima era Margareth, uma boêmia conhecida de seus amigos. Após passarem em alguns restaurantes e bares, Francisco a convidou para terem relações sexuais. Assim ela aceitou ir ao apartamento, na época dele e de Caio(amigo cirurgião-médico da aeronáutica). Francisco nem chegou a consumar o ato. Após algum tempo, ele começou a ter um jeito violento, e tentou estrangulá-la(de fato o fez), com a mão, e terminou com o cinto. Após ver Margareth morta no quarto, pensou que deveria sumir com o corpo dali. Tirou o trinco da porta do banheiro para melhor locomoção, levou-a, e a deitou de barriga para cima. Ele usou instrumentos bem rústicos, na realidade, os primeiros que viu pela frente: Gilete, tesoura e faca foram os principais usados. Começou a cortar pelos seios, depois foi tirando os músculos e cortando nas articulações, a fim de que o corpo ficasse menor para poder esconder... Vale ressaltar que Francisco esquartejou Margareth pelo fato de ter medo das ações que viriam após ter causado sua morte, concluindo assim que teria de esconder o corpo. Demorou cerca de 3 a 4 horas até desmembrar a vitima e colocar dentro de uma sacola (pois também sabia que o amigo com quem dividia seu apartamento estaria para chegar). Quando Caio chegou, Francisco disse que tinha uma coisa para contar, e falou que havia matado alguém. Não contou como, nem porque, mas disse que o corpo ainda estava no apartamento. Pediu um tempo para Caio para que pudesse avisar sua mãe e contratar um advogado. De fato, viajou à procura de sua mãe. Ao chegar, avisou uma amiga e não teve coragem de falar o que realmente acontecera, apenas informando que algo de grave havia ocorrido, e pedindo para avisar sua mãe. Ao retornar, seu amigo Caio havia avisado ao delegado de homicídios, que prendeu Francisco, que não reagiu à prisão em momento algum. No tempo em que esteve preso ele casou-se com uma russa a ex-faxineira de seu apartamento e teve um bom comportamento na cadeia. Eles tiveram uma filha e um filho, porém se separaram antes do nascimento da segunda criança, Francisco foi solto antes de cumprir toda a pena, ficando assim apenas 8 anos na prisão. A libertação foi possível com o aval de psiquiatras e peritos que atestaram que Francisco Costa Rocha estava recuperado e apto para voltar a viver em sociedade. No dia 14 de setembro de 1976, dois anos depois de ser libertado ele tentou matar por esganadura a prostituta Rosemarie Michelucci em um hotel na zona leste de São Paulo que por sorte conseguiu escapar. No dia 16 de outubro de 1976, Francisco Costa Rocha estrangulou e esquartejou outra mulher, a prostituta Ângela de Souza da Silva, conhecida como a "moça da peruca". O crime aconteceu em um apartamento na Avenida Rio Branco, centro de São Paulo, região da "Boca do Lixo" que Francisco Costa Rocha dividia com um amigo, porém, desta vez, esquartejou sua vítima com um cuidado muito maior, e tentou jogar alguns pedaços pelo vaso. Ele tinha conhecido a prostituta horas antes em um bar e após o crime voltou a fugir para o Rio de Janeiro sendo preso 28 dias depois em uma Praça de Duque de Caxias quando lia uma revista que relatava sua vida de crime. Ele foi condenado novamente. Na época, a exibição pela imprensa das fotos de suas vítimas cortadas em pedaços sensibilizou bastante a opinião pública, fazendo com que o criminoso fosse condenado a 30 anos de prisão. Chico continua preso até hoje no Hospital de Custódia e Tratamento de Taubaté, em São Paulo. Deveria ter sido colocado em liberdade em 1998 já que a legislação estabelece que ninguém pode ficar preso mais de 30 anos. Porém com base em laudos médicos e psiquiátricos, o Ministério Público de São Paulo conseguiu a interdição de "Chico Picadinho" na Justiça Civil. O motivo é que Francisco Costa Rocha é incapaz de regular seus próprios atos e se for solto voltará a esquartejar e assassinar outras pessoas. Sendo assim ele cumpre uma espécie de prisão perpétua. Hoje passa seus dias na prisão pintando e diz que ao cometer seus crimes agiu sob a influência do romance "Crime e Castigo" de Dostoiévsky, a quem chamou de Deus numa entrevista.

Um comentário: