Iara Lemos
A ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, afirmou nesta terça-feira (11) que o assassinato dos seis jovens encontrados mortos na Baixada Fluminense, no estado do Rio de Janeiro, é um “marco negativo” para o país.
O grupo desapareceu no sábado (8) quando foi tomar banho em uma cachoeira próxima à Favela da Chatuba, em Mesquita, na Baixada Fluminense. As vítimas foram encontradas na segunda-feira (10), em uma área perto da Via Dutra, em Jacutinga. Elas estavam uma ao lado da outra, enroladas em lençóis, nus, amordaçadas e com sinais de facadas e de tiros.
“Esta chacina é um marco negativo, terrível, que nós repudiamos, mas o fundamental é que ela não fique impune e novas circunstâncias como esta possam ser previnidas e enfrentadas em todos os momentos”, disse a ministra, que participou nesta manhã de uma audiência pública na Comissão de Direitos Humanos do Senado que tratou sobre envelhecimento da população.
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Ação policial sem prazo para acabar
Nesta manhã, a polícia iniciou a ocupação da Favela da Chatuba. Cerca de 250 policiais, entre homens do Batalhão de Operações Especiais (Bope), Batalhão de Choque (BChoque), Batalhão com Cães, do Grupamento Aero Marítimo e da Coordenadoria de Inteligência, vasculham a região desde 1h15 desta terça (11). Segundo o comando, a ação não tem prazo para acabar.
Por volta das 13h, cerca de 400 pessoas, entre familiares e amigos, acompanhavam emocionadas o velório dos seis adolescentes, em um ginásio municipal em Nilópolis. Polícia Militar e Guarda Municipal reforçam a segurança do local.
O enterro, inicialmente marcado para 10h, teve o horário mudado para 14h, no mesmo local, o Cemitério de Olinda, também em Nilópolis. O prefeito de Nilópolis, Sérgio Sessim, decretou luto de três dias na cidade pelas mortes ocorridas na região.
Ministra falou com governador do Rio
Maria do Rosário encaminhou uma equipe da Secretaria dos Direitos Humanos ao Rio de Janeiro para acompanhar o trabalho do governo do estado nas investigações sobre os assassinatos dos jovens. A própria ministra conversou com o governador do Rio de Janeiro,Sérgio Cabral, sobre o assunto.
“Não é necessário, no caráter da investigação, que tenhamos a presença da União, mas é preciso trabalharmos juntos para que situações como esta não voltem a ocorrer”, disse.
Segundo a ministra, o governo federal espera que os responsáveis pela chacina sejam punidos. “O governo federal está fazendo o acompanhamento desta situação, está confiante que o governo do Rio de Janeiro está atuando para enfrentar e não permitir a impunidade neste caso e em todas as demais chacinas”, afirmou.
As investigações da polícia apontam para a participação de pelo menos 20 traficantes na chacina, segundo o delegado Júlio da Silva Filho, titular da 53ª DP (Mesquita). De acordo com o delegado, além do assassinato dos rapazes, os criminosos também seriam os responsáveis pela morte do pastor Alexandre Lima e de um aspirante a PM. A polícia também investiga o desaparecimento de José Aldecir da Silva, que acompanhava o pastor na comunidade
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