segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Marcelo Costa de Andrade " O vampiro de Niterói


No começo da década de 1990, a cidade do Rio de Janeiro era o cenário de assassinatos constantes de meninos de baixa renda nas mãos de esquadrões da morte. Os corpos dos meninos apareciam nos noticiários e a brutal limpeza social era uma tragédia cotidiana.
Marcelo Costa de Andrade " O vampiro de Niteroi

No começo da década de 1990, a cidade do Rio de Janeiro era o cenário de assassinatos constantes de meninos de baixa renda nas mãos de esquadrões da morte. Os corpos dos meninos apareciam nos noticiários e a brutal limpeza social era uma tragédia cotidiana.

Camuflado por este dramático contexto social, um assassino em série agia com total impunidade. Ele abordava os garotos nas ruas do Rio e os atraía oferecendo comida, doces ou dinheiro. Depois de violentá-los e matá-los, ele deixava bandejas com comida ao lado dos cadáveres. Enforcava as crianças com uma camiseta, levava a bermuda delas como troféu e vestia a camiseta nelas de volta. Tinha o costume de comprar os jornais do dia seguinte para ver se os corpos haviam sido encontrados.

Em 1992, a fuga de uma de suas vítimas revelou a dimensão do horror de seus crimes. Seu nome era Marcelo Costa de Andrade e, com apenas 23 anos, havia cometido 14 assassinatos durante alguns meses, entre 1991 e 1992. Além de violentar e assassinar os meninos, ele confessou ter bebido o sangue de algumas de suas vítimas. Outros corpos foram encontrados decapitados ou sem o coração. Sua primeira pergunta ao ser preso foi se existia algum assassino similar no mundo.

Marcelo Costa de Andrade cresceu entre a Rocinha, a maior favela do Rio de Janeiro, e a casa de seus avós no Ceará. Andrade já apresentava um distúrbio mental evidente quando, aos 10 anos, sofreu abuso sexual de um vizinho da favela. Aos 14, fugiu da casa de sua mãe e começou a se prostituir nas ruas do Rio de Janeiro. Aos 16, quando voltou para casa, tentou abusar de seu irmão menor.

Depois desta saga de episódios aberrantes, a vida de Andrade parecia ter encontrado um rumo. Sua família se mudou para a região de Itaboraí, em Niterói. Ele conseguiu emprego como entregador de panfletos e começou a frequentar os cultos evangélicos da Igreja Universal do Reino de Deus.

Mas o desejo de matar fervilhava em seu cérebro. Ao escutar os sermões dos pastores, sua mente desequilibrada entendeu que se um menino morresse antes dos 13 anos, iria diretamente para o paraíso por ser completamente puro de espírito. Esta mesma conclusão o fez beber o sangue de alguns dos meninos que matou, para incorporar uma parte de sua pureza.

Em dezembro de 1991, ele conheceu dois irmãos nas ruas de Niterói, Altair e Ivan Abreu. Andrade violentou e matou o pequeno Ivan, de 6 anos, diante do olhar horrorizado de Altair, de quem também abusou. Deixar o menino com vida foi o começo do fim. Assim que conseguiu escapar, Altair Abreu voltou para sua casa e a denúncia do desaparecimento de Ivan logo chegou à polícia. Guiados pela pequena vítima, os agentes capturaram Marcelo Costa de Andrade na frente de seu local de trabalho, no bairro de Copacabana.

No início, o assassino confessou apenas a morte de Ivan Abreu, mas o depoimento de sua mãe, Sonia Andrade, foi essencial para provocar uma confissão espantosa. A mulher apresentou um facão ensanguentado que Marcelo escondia em sua casa. Diante da arma do crime, ele confessou 14 assassinatos e guiou a polícia até as cenas dos crimes.

Em custódia, conseguiu fugir do hospital psiquiátrico Heitor Carrillo em janeiro de 1997. Depois de 12 dias, foi recapturado em Guaraciaba do Norte, no Ceará, onde passou parte de sua infância.

Andrade foi declarado inimputável e vive em reclusão no hospital psiquiátrico Henrique Roxo, manicômio judicial da cidade do Rio de Janeiro.
  Autor:   redenet11.blogspot.com


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