domingo, 9 de dezembro de 2012

Falsa imagem de assalto não ocorreu durante o Carnatal de Natal(RN)

Hoje compartilhei uma foto com uma suposta notícia no meu Facebook sobre um suposto assalto de uma moto onde os bandidos foram todos mortos nas proximidades do Carnatal. Eu postei como muita gente postou. O que me intrigou foi que outras pessoas comentavam que a história mudava com a mesma foto então fui atrás da verdade quando um aluno meu, o Vítor Linhares, mandou um link que solucionou o caso.

Ele me mandou o link de um site que trazia a verdadeira história do crime e com mais fotos além da referida postada pela galera no Face. O crime foi em Brasília (DF) onde assaltantes tentaram roubar um policial civil e terminou tudo em pizza. Todos mortos. 

Cuidado com a página, pois o Facebook considera a página como Span ... quase que não consegui colocar o link: O Loxa

Como eu vi a compartilhei na minha página CSI Natal RN

Foi assim:


tentativa de assalto esta manha dia 09/12/12 na saída do carnatal dois meliantes em ação perigosa na Bernado vieira tentaram tomar de roubo uma moto mais a ação foi abortada quando a presença da polícia militar a rocam dirigida pelo oficial dionísio eo o policial apaisana que ia passando na hora . as 05:40 da manha e reagiu ao perceber a ação duvidosa dos assaltantes

Foto: Galera que acompanha nossa página do CSI Natal. Não estamos aqui para divulgar nada que não seja da mais pura veracidade. Essa imagem que postei hoje foi postada no face de outras pessoas e como o amigo Samuel Silva alertou estava sendo usada para fazer falsa imagem de Natal durante o Carnatal. Não curto a festa e sabemos que ocorre muitos focos de violência no local do evento e nas proximidades, até em outros bairros durante o retorno dos foliões as suas residências, mas vamos mostrar apenas o que acontecer de verdade. 

enfim, a imagem não ocorreu no local. Um dos nossos amigos, o aluno Vítor Linhares, mandou o link das fotos retiradas de um site Oloxa.net. A imagem é só uma dentre outras sobre um assalto a um policial civil em Brasília (DF). Vou postar aqui o link e vocês tiram suas conclusões .... valeu galera

RESULTADO: NÃO TEM NADA A VER COM CARNATAL!!!

MAIS UM CASO RESOLVIDO PELA EQUIPE DO CSI Natal RN ...

VÃO LÁ CONFERIR:

 http://www.oloxa.net/2011/09/o-que-acontece-quando-se-assalta-o-cara-errado.html

Matéria nossa na página do CSI Natal RN

Galera que acompanha nossa página do CSI Natal. Não estamos aqui para divulgar nada que não seja da mais pura veracidade. Essa imagem que postei hoje foi postada no face de outras pessoas e como o amigo Samuel Silva alertou estava sendo usa
da para fazer falsa imagem de Natal durante o Carnatal. Não curto a festa e sabemos que ocorre muitos focos de violência no local do evento e nas proximidades, até em outros bairros durante o retorno dos foliões as suas residências, mas vamos mostrar apenas o que acontecer de verdade.

enfim, a imagem não ocorreu no local. Um dos nossos amigos, o aluno Vítor Linhares, mandou o link das fotos retiradas de um site Oloxa.net. A imagem é só uma dentre outras sobre um assalto a um policial civil em Brasília (DF). Vou postar aqui o link e vocês tiram suas conclusões .... valeu galera

RESULTADO: NÃO TEM NADA A VER COM CARNATAL!!!

MAIS UM CASO RESOLVIDO PELA EQUIPE DO CSI Natal RN ...

VÃO LÁ CONFERIR:


Policial civil reage a assalto, mata dois bandidos e deixa um feridopublicada em: 27 de outubro de 2011 | atualizada em: 28 de outubro de 2011 3 comentários | RSS | imprimir imprimir
PoliciaDe acordo com a polícia e com testemunhas, um policial civil desceu do carro para fazer um pagamento na agência da Caixa Econômica no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), em Brasília, quando foi surpreendido por dois homens na entrada, que anunciaram o assalto.
Os bandidos pegaram a mochila com R$ 2 mil e correram em direção a uma moto onde estava o terceiro envolvido. O policial foi atrás e disparou. Dois assaltantes morreram na hora e o terceiro, atingido nos braços, está hospitalizado. As armas e a mochila vão ser periciadas. O policial envolvido foi ouvido e liberado. Segundo a delegada responsável pelo caso, os três acusados tinham passagem pela polícia.
“Inclusive, a moto que eles estavam usando era roubada. Vamos fazer diligência, no sentido de deixar tudo esclarecido. Tudo que estiver relacionado ao fato”, garante a delegada Débora Menezes.
Quando sair do hospital, o assaltante poderá ser processado por tentativa de homicídio e roubo. O policial não deve ser processado, já que agiu em legítima defesa.
Bandidos

policia
Com informações do G1 e Extraordinário!
Fonte: http://www.donodanoticia.com/policial-civil-reage-a-assalto-mata-dois-bandidos-e-deixa-um-ferido-142753.html


Vejam o que aconteceu de verdade:

O que acontece quando se assalta o cara errado

Sem título 4
Assaltaram o cara errado: Um Policial Civil em  Brasília.
Resolveram assaltar logo um Policial Civil do D.O.E (Departamento de Operações Especiais) na Caixa Econômica no SIA trecho 2/3 (Brasília).
Renderam o policial sem saber quem ele era e levaram a grana dele que estava em uma mochila.
Quando iam fugir em uma moto roubada levaram bala até dizer chega.
Dois foram mortos na hora e o que ficou vivo levou tiro de .40 nos dois braços.
Agora só falta aparecer um jornalista idiota afirmando que os “meninos” não deviam ser tratados assim, ou alguém dos “direitos humanos para vagabundos” dizendo que a sociedade deveria fazer algo por esses “meninos”…

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Bandido tem de ser tratado assim…


Como se tornar um perito criminal?


No mês passado, falamos sobre a profissão de médico legista. Agora é a vez dos peritos, que também ajudam na investigação científica de crimes. "É uma área promissora", diz o perito José Domingos Moreira das Eiras, diretor do Instituto de Criminalística (IC) do Estado de São Paulo. Como mostram vários seriados de TV, os peritos vão aos locais de crimes para procurar vestígios que possam ajudar na investigação de um delito. Aqui vão algumas pistas para quem pretende seguir a carreira.
perito
FORMAÇÃO
Graduação e pós-graduação:
O perito precisa ter curso superior. A vantagem é que o diploma pode vir de várias áreas, como química, física, medicina e engenharia, entre outras
O que se aprende:
Qualquer que seja a faculdade escolhida não haverá uma disciplina específica sobre a área. Mas, como a investigação criminal científica é muito abrangente, vários conhecimentos adquiridos na graduação serão úteis na atuação profissional
Outros cursos:
Após se formar em um curso superior, é preciso prestar concurso público para trabalhar no IC de cada estado. Dentro do instituto, você faz o curso de formação técnico-pericial numa Academia de Polícia
TRABALHO
Área de atuação:
Os peritos trabalham nos ICs de cada estado
Dia-a-dia:
Um profissional do IC pode ser chamado para investigar as mais diferentes ocorrências, como um acidente de trânsito com vítimas, roubos, homicídios e até para analisar documentos ou verificar casos de explosões ou acidentes de trabalho. O perito precisa pesquisar muito e ser uma pessoa atenta a pequenos detalhes
Situação do mercado:
A procura pelos concursos públicos aumentou, até em função do sucesso dos seriados de TV sobre a profissão. O problema é que, em alguns estados, os concursos não acontecem com freqüência. Infelizmente, é um mercado em expansão por causa do aumento da criminalidade
O que vale mais a pena:
É uma profissão muito dinâmica, pois todos os dias ocorrem novos tipos de crimes e é necessário novas técnicas para desvendá-los
Por que pensar duas vezes:
A carreira exige muita dedicação e falta mais intercâmbio com outros países, que possuem técnicas de investigação mais avançadas
REMUNERAÇÃO
Salário inicial:
Entre 1 500 e 2 550 reais
Salário possível após dez anos:
Entre 5 mil e 7 mil reais

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Leonardo Pareja, O Psicopata Superstar



Leonardo Pareja
Leonardo Pareja, já ouviram falar nesse nome ? Pra quem tem mais de 30 anos o nome ainda é um refresco na memória. Se você tem menos, provavelmente nunca ouviu falar dele. Leonardo Pareja, porém, é talvez o mais notório criminoso brasileiro dos últimos 20 anos. Marcola, Fernandinho Beira Mar, Nem da Rocinha, Maníaco do Parque foram outros notórios criminosos brasileiros das últimas 2 décadas. Em comparação com esses bandidos, Leonardo Pareja é um pé-de-chinelo, um assaltante e ladrão de carros que não usava de violência para com suas vítimas. Mas por outro lado, sua inteligência e sua capacidade de usar a mídia para tornar-se um “astro” do crime o colocam definitivamente um patamar acima dos demais.
Esqueçam a figura do bandido que cospe fogo pela boca, que fala um português todo errado e é mais feio que um macaco espancado. Leonardo Pareja era galã, estudou inglês, espanhol, piano e programação de computadores. Teve uma vida de classe média alta, mas jogou tudo para o alto para entrar no mundo que o excitava, o mundo do crime. Com um discurso coerente, gostava de manipular as pessoas ao seu redor com seus jogos mentais. Pareja era um psicopata inteligentíssimo, narcisista, vaidoso, articulado e extremamente carismático. Não é à toa que conseguiu admiração de presidiários a cidadãos comuns, de Juízes a desembargadores de Justiça.
Gostava de sentir a adrenalina correndo pelas veias, o perigo o excitava. Em um dos seus inúmeros assaltos, as moradoras de uma casa entraram em pânico, e o que ele fez ? Pegou um violão, sentou em uma cadeira e começou a tocar e a cantar pra elas, enquanto que do lado de fora da casa seu comparsa trocava tiros com a polícia.
“Minha overdose é a música, é a adrenalina que uma guitarra, uma bateria … a fibra que uma guitarra faz. Aquilo transforma a adrenalina dentro do meu cérebro em minha droga. Se eu tivesse que assaltar um banco, eu acho que teria que entrar com um walkman tocando Guns N Roses e eu não estava nem ai, esperava a Rotam chegar pra trocar tiros com eles escutando Guns N Roses. Metia bala neles e deixava um buquê de rosas.”
Em setembro de 1995 ficou conhecido no Brasil inteiro ao, após um assalto, manter como refém a sobrinha do todo poderoso Antônio Carlos Magalhães, governador da Bahia. Ele escapou e começou a zombar da polícia e das autoridades dando entrevistas para rádios e dizendo em qual cidade iria atacar.
Em abril de 1996 liderou uma fuga cinematográfica do maior presídio do Estado de Goiás, o Cepaigo. O diretor do presídio, na época, o Coronel Nicola Limongi (apelidado de Nazista por Pareja), foi acusado pelos presos de maus tratos e torturas. Um Juiz do estado começou a investigar as denúncias e começou uma queda de braço entre o diretor do presídio e o Juiz.
Em 26 de abril de 1996, o Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, o desembargador Homero Sabino, decidiu ir por conta própria ao presídio analisar a situação dos presos. Irritado com a visita do desembargador, Nicola Limongi arregimentou uma turma de amigos dentre eles, o Secretário de Segurança Pública do Estado de Goiás, coronéis de polícia, juízes, promotores e políticos em uma tentativa de intervir na visita.
O palco estava montado. Mais de 1 dezena de autoridades estavam no presídio discutindo a gestão feita por Nicola Limongi quando uma turma de presos decidiu começar a rebelião. Imaginem, o diretor do presídio, promotores de justiça, juízes, delegados, coronéis, um desembargador do estado, o secretário de segurança pública, todos nas mãos de bandidos e assassinos sanguinários. A rebelião parou o Brasil.
Os presos porém estavam dispersos, não tinham uma liderança e não sabiam ao certo o que fazer. E foi ai que eles lembraram de alguém que poderia ajudá-los, um preso que estava numa espécie de solitária, Leonardo Pareja. O showman entrava em ação e logo assumiu todo o controle da rebelião mesmo sem ter tido nenhum pingo de culpa no motim. Na verdade ele só queria ver o circo pegar fogo, uma espécie de Coringa da vida real. E em um dos primeiros problemas surgidos durante a rebelião, ele pôde colocar à prova todo o seu poder de manipulação.
Todos os presos queriam estraçalhar o diretor “Nazista” do presídio, um deles chegou a dizer que cravaria 100 facas no seu peito. Ele estava prestes a ser massacrado quando Pareja disse que não, a vida o diretor era importante. Na verdade a vida do diretor pouco importava para Pareja, aquela era uma oportunidade única para o psicopata narcisista colocar à prova o seu poder de persuasão e liderança. Era mais um teste real para ele. Enquanto todos os presos queriam truçidar e esquartejar o diretor da cadeia, Pareja foi na direção contrária e salvou a vida do diretor persuadindo todos os bandidos. 
Em meio ao caos da rebelião, uma cena ecoou pelo mundo. Pareja e um outro preso escalam a caixa d’água do Presídio. Pareja sobe na frente com uma bandeira do Brasil e o outro preso sobe atrás com um violão. Ao chegarem no alto da caixa d’água Leonardo Pareja hasteia a Bandeira do Brasil e começa a tocar o violão cantando a música “Vida de Gado” de Zé Ramalho.
Em meio ao caos de um dos maiores motins de presos em Penitenciárias da história brasileira, Leonardo Pareja sobe na caixa d’água do presídio e canta a música “Vida de Gado” de Zé Ramalho
Um feito para poucos, Leonardo Pareja foi capa da Revista Veja em abril de 1996. Num dos títulos da reportagem está a frase: “Leonardo Pareja ressurge numa rebelião em Goiás e humilha a polícia e o governo”
A rebelião terminou com a a espetacular fuga de vários presos em carros cedidos pelas autoridades goianas durante as negociações. Pareja dirigia um desses carros, junto com outro preso, o desembargador Homero Sabino e seu filho de 23 anos. E o que Pareja fez ? Como se nada tivesse acontecido, começou a andar tranquilamente pelas ruas de Goiânia, passeando. Parou em um dos barzinhos mais agitados da cidade, comprou cerveja e refrigerantes. Foi reconhecido pelos frequentadores do bar e fez a alegria de todos ao pagar uma rodada de cerveja para todo mundo.
“Eu sou um herói dos presos, gente que foi humilhada e maltratada pela polícia. Não me considero um Robin Hood, mas confesso que me identifico com ele.”
Sua vida foi curta, mas digna de entrar para a história. Em 1996, Régis Faria, filho do ator global Reginaldo Faria e irmão do também global, Marcelo Faria, dirigiu um arrepiante e excelente documentário chamado “Vida Bandida”. O documentário sobre a vida de Pareja foi lançado em 1998 e transmitido pelo Canal Brasil. É definitivamente um dos melhores produtos documentais veiculados pela televisão brasileira. O documentário mostra diversas entrevistas com Leonardo Pareja, além de imagens de arquivo dos seus assaltos e da cinematográfica fuga do presídio em Goiás. O documentário acerta também em ser imparcial, colocando entrevistas de Leonardo e de autoridades da época, autoridades as quais o bandido acusava de assassinatos e corrupção.
Algumas de suas frases tornaram-se antológicas:
“Eu tenho uma maneira de provocar adrenalina diferente. Desafiando o perigo, a morte. Desafiando as autoridades, desafiando uma troca de tiros. Não penso duas vezes em peitar uma barreira da polícia, porque ali sim está a adrenalina que eu preciso.”
“Eu não existiria se não fosse o perigo. O perigo é o que me faz viver.”
“Foi nesse sequestro (sobrinha do Antonio Carlos Magalhães) que começei a dar entrevistas. A opinião pública diz que foi uma inversão de valores, mas não, eu estava colocando os valores nos seus devidos lugares.”
“A imprensa foi moldando ao seu critério e eu fui moldando ao meu critério, e assim surgiu Leonardo Pareja.”
“A polícia usa demais os punhos para trabalhar, ao invés dos neurônios.”
“A Polícia Militar é mais organizada. Você mata um aparece 10, mata 10 aparece 100. Na Polícia Civil voce mata 1 e o resto sai correndo.”
“Abdul Sebba, nome de árabe, aqueles torturadores, carrasco mesmo. Abdul Sebba é um deputado federal, um delegado, é um dos maiores matadores do estado de Goiás. E o Hitler Mussolini, olha só nome do cara, é o que abafa todo tipo de escândalo da Polícia Civil. Essas pessoas encobrem assaltos, policiais corruptos, assassinos”, sobre Abdul Sebba, ex-Deputado Federal de Goiás e Hitler Mussolini, ex-Diretor Geral da Polícia Civil do estado de Goiás.
“Eu chamo ele de Nazista! As vezes eu fico imaginando ele numa cena de filme pornográfico, sendo aquele que está levando”, sobre o Coronel Nicola Limongi, ex-Diretor do Cepaigo (maior Presídio de Goiás)
“Todos os reféns também tinham uma certa afinidade, era como a Síndrome de Estocolmo, eles começaram a se adaptar com os próprios aglutinados.” Sobre a rebelião no Cepaigo.
“Bobo é o homem que confia no homem.”
Leonardo Pareja é um psicopata clássico, seu objetivo de vida era sempre estar acima de todos, inclusive da própria morte. Como ele próprio diz, desafiou a morte várias vezes, o único problema, porém, é que a morte só precisa de uma chance para vencer. Ele foi recapturado logo depois de fugir do Cepaigo e contra a vontade dos seus advogados decidiu voltar a cumprir pena lá por um simples motivo: Metade da cadeia queria matá-lo. Uma vez mais ele queria desafiar a morte e sentir a emoção, a adrenalina de estar no fio da navalha. Seu novo desafio de vida era mostrar para todos que apesar de estar marcado para morrer, ele era bom o suficiente para continuar vivo lá dentro, protegido por presos que ele manipulou durante anos. Mas como eu disse, a morte só precisa de 1 chance!
O excelente documentário “Vida Bandia” está disponível no youtube no link abaixo. Disponibilizo (também) abaixo a primeira parte do documentário.
Leonardo Pareja, o Psicopata Superstar, o mais notório criminoso brasileiro dos últimos 20 anos. Para muitos um herói, para outros, um bandido mimado. Assista e tire suas conclusões.

Charles Manson: Ele Não é Um Serial Killer



Charles Milles Manson
A internet é conhecida por ser um espaço anárquico e caótico. Onde a qualquer hora e a qualquer momento você pode ser plagiado com um control C ou se esbarrar com um texto completamente errado e sem sentido.  Às vezes, o erro é tão grotesco que nos faz até passar mal. Uns riem, outros choram. E em alguns casos mais extremos, faz alguém perder a paciência e sentar numa cadeira para escrever um texto apenas para desmentir inverdades e esclarecer fatos. E é isso o que venho fazer aqui agora.
O personagem da vez é o infâme Charles Manson, um dos criminosos mais famosos do século XX. Minha crítica é com relação às centenas de textos publicados na internet a seu respeito. Textos completamente errados, que deturpam Manson e ainda contam sua história toda errada. E não pensem que esses são textos publicados em um blog de um moleque de 13 anos qualquer ou em um fórum onde ninguém não sabe nada. Esses textos são publicados em alguns dos mais famosos e acessados veículos de comunicação do Brasil.
Quero aqui esclarecer de uma vez por todas quem é esse cara e dizer NÃO!! CHARLES MANSON NÃO É UM SERIAL KILLER! 
Digite Charles Manson no google. Você certamente achará um link, de algum site conceituado, chamando Manson de assassino ou pior, serial killer. Lhes faço então a seguinte pergunta: Como alguém que nunca matou ninguém, pode ser chamado de assassino ? E pior, assassino em série (serial killer) ?

Charles Milles Manson
Esse ano Charles Manson apareceu duas vezes na mídia. A primeira no começo do ano quando ele teve seu pedido de liberdade condicional negada. Na segunda vez, a poucos dias, quando ele enviou uma ameaçadora carta ao cantor Marilyn Manson, um roqueiro que utiliza o sobrenome do criminoso como nome artístico.
Todas as vezes que o diabólico Charles Manson aparece na mídia, ele é erroneamente tachado de serial killer. Talvez porque jornalistas achem o termo bonito, ou porque chama mais atenção para a notícia, ou porque achem que todo criminoso demente seja serial killer. O fato é que isso é um trabalho porco, que só contribui para a desinformação e desconhecimento. Se você vai escrever uma notícia, seja ela qual for, você deve entender sobre aquele assunto e deve utilizar corretamente os termos referentes. Eu não espero isso de um moleque de 13 anos que tem um blog, mas eu esperaria isso da revista Rolling Stone, do site Uol, do R7, do G1 e tantos outros por ai.
Os equívocos sobre Charles Manson vem desde a época dos seus crimes e continuam até hoje, mas hoje, muito pior do que antes. Charles Manson foi o líder de um grupo conhecido como “Família Manson”. A Família Manson, composta por hippies, formou-se em plena contracultura dos anos de 1960. Charles Manson, um esquizofrênico paranóide, acreditava que o mundo estava à beira de uma guerra apocalíptica racial, guerra a qual ele chamou de “Helter Skelter” (nome de uma música dos Beatles). Em sua mente doentia, Manson decidiu precipitar essa “guerra” e orquestrou uma onda de assassinatos que foram cometidos por seus seguidores, ou seja, ele foi o mandante e os seus seguidores os executores dos assassinatos.

Na Foto: As seguidoras de Charles Manson Susan Denise Atkins (esquerda), Patricia Krenwinkel (centro) e Leslie Van Houten (direita), sorriem ao receberem a pena de morte por participarem em dois assassinatos ordenados por Charles Manson.
Os seguidores de Charles Manson assassinaram 7 pessoas, dentre elas, a belíssima atriz hollywoodiana Sharon State, esposa do cineasta Roman Polanski e grávida de 7 meses. 5 dessas pessoas foram mortas de uma só vez, quando os seguidores de Manson invadiram a casa de Sharon Tate e assassinaram ela e mais 4 visitas que estavam na casa. No dia seguinte aos 5 assassinatos, os seguidores de Manson mataram 1 casal. Charles Manson não esteve presente em nenhum dos dois incidentes que culminaram na morte das 7 pessoas.
Primeira conclusão a que chegamos. Se Charles Manson não matou ninguém, ele não pode ser chamado de assassino certo ? Pior ainda serial killer. Se ele foi o mandante, não pode ser chamado de assassino. Assassino é quem mata. Se mandantes de crimes agora são chamados de assassinos ou serial killers essa é nova pra mim.
OK, se Charles Manson não é assassino ou um serial killer, os seus seguidores, os que realmente assassinaram pessoas, eles seriam serial killers ?
Para responder essa questão temos que entender o conceito de assassinatos em série e assassinos em série. De acordo com o FBI, assassinatos em série (serial killing) são assassinatos (com intervalos de tempo) de duas ou mais vítimas, cometidas pela mesma pessoa. O período entre os assassinatos é o fator mais importante para se determinar se um assassino é ou não serial killer. Além disso, o serial killer tem imenso prazer no assassinato em si e vive aquele momento (do assassinato) de forma bastante intensa, por isso, serial killers costumam matar 1 pessoa por vez e quase nunca 2 ou mais. É como se cada uma de suas vítimas representasse o seu mundo, eles podem passar horas torturando ou horas picando um corpo. Após o assassinato eles voltam para sua vida normal em sociedade e, posteriormente, quando o desejo de matar torna-se irresistível, eles atacam novamente. Por isso o intervalo do assassinato entre uma vítima e outra é grande, podendo levar vários dias, semanas, meses e até anos. Ted Bundy, Jeffrey Dahmer, O Maníaco do Parque, são bons exemplos. Ted Bundy passava horas torturando suas vítimas mulheres. Jeffrey Dahmer não torturava, ao contrário, a sua “diversão” vinha quando sua vítima já estava morta e ele poderia fazer suas macabras experiências sexuais com seus cadáveres. O Maníaco do Parque torturava e estuprava suas vítimas antes de matá-las.
Segunda Conclusão: Não!! Nem mesmo os assassinatos cometidos pelos seguidores de Charles Manson podem ser considerados assassinatos em série porque:
  1. Primeiro: Foram cometidos por várias pessoas ao mesmo tempo;
  2. Segundo: Foram assassinadas várias vítimas ao mesmo tempo;
  3. Terceiro: O intervalo entre os 7 assassinatos foi de menos de 1 dia;
Bom, mas se eles não são assassinos em série e seus crimes não caracterizam assassinatos em série, como eles poderiam ser classificados ? O termo que verdadeiramente caracteriza os assassinatos da Família Manson talvez seja novo para vocês e chama-se “spree killing”. Os seguidores de Charles Manson são, portanto, “spree killers”.
Novamente vamos recorrer a quem entende da coisa para nos ajudar, o FBI. Segundo o FBI, spree killings caracterizam-se por assassinatos em dois ou mais locais com quase nenhum tipo de intervalo entre eles e cometidos por 2 ou mais assassinos. Pronto! Os crimes da Família Manson são caracterizados como spree killings.
  1. Primeiro: As 7 pessoas foram mortas em 2 locais distintos, sendo 5 delas num mesmo local;
  2. Segundo: O intervalo entre as mortes foi de apenas 1 dia;
  3. Terceiro: Os assassinatos foram cometidos por várias pessoas;
Significativamente não houve um período de reflexão emocional para os assassinos, algo que é presente no serial killer. Alguns serial killers até voltam para a cena dos crimes no intuito de reviver o assassinato.
O interessante para mim é que ninguém precisa saber sobre as características de serial killers ou spree killers ou mass murderers para saber o básico: Se alguém não mata, ele não pode ser chamado de assassino. Mas apesar de não ter matado ninguém, Charles Manson foi condenado por 7 assassinatos em primeiro grau. O tribunal decidiu que a Família Manson era uma extensão dele. Assim, quando cometeram os assassinatos obedecendo suas ordens, era o mesmo que Manson matar. Isso, entretanto, foi um entendimento jurídico. Tecnicamente (e realmente) Manson não é assassino.
Se todo mandante de assassinato ou assassinatos for chamado de serial killer será necessário rever todos os conceitos que envolvem esses tipo de assassinos.

Exemplos de Serial Killers e Spree Killers

Nome: Jeffrey Lionel Dahmer
Definição: Serial Killer
Obs.: Entre 1978 e 1991, o norte-americano Jeffrey Lionel Dahmer assassinou 17 homens. O intervalo entre o seu primeiro e segundo assassinatos foi de 9 anos. A partir do segundo assassinato o tempo entre cada morte variou de acordo com sua “necessidade” de matar.
Por exemplo: O período entre os assassinatos de David Thomas (nona vítima) e Curtis Straughter (décima vítima) foi de 5 meses. Já de Oliver Lacy (décima sexta vítima) e Joseph Bradehoft (décima sétima vítima) foi de apenas 7 dias.
Como todo serial killer, suas vítimas tinham o mesmo perfil e mesma faixa etária e representavam uma fantasia dentro de sua mente. Jeffrey Dahmer era um homossexual reprimido e obcecado com o controle. Ele assassinava homens jovens e atléticos, pois em sua mente eles representavam o seu parceiro sexual ideal. E ele só poderia obter controle total sobre eles se estivessem mortos.
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Nome: Marcelo Costa de Andrade
Definição: Serial Killer
Obs.: Entre abril e dezembro de 1991, Marcelo Costa de Andrade assassinou 13 crianças no estado do Rio de Janeiro. Marcelo foi um serial killer que assassinou em intervalos curtos, de poucas semanas entre um assassinato e outro.
Suas vítimas tinham sempre o mesmo perfil e mesma faixa etária e, como no caso Dahmer, representavam uma fantasia dentro de sua mente. Sua obsessão era por meninos entre 6 e 13 anos. Marcelo estuprava e matava pois, segundo ele, estava mandando-os para o céu.
Há a suspeita também de que os assassinatos foram uma espécie de vingança silenciosa já que ele sofrera bullying dos coleguinas na infância que o chamavam de “retardado mental.”

Nome: Família Manson
 Definição: Spree killers
Obs.: A Família Manson foi um grupo que, sob as ordens de Charles Manson, assassinou 7 pessoas em 09 de agosto e 10 de agosto de 1969.
Em 09 de agosto de 1969, 4 membros do grupo invadiram a casa da atriz Sharon Tate e assassinaram a facadas 5 pessoas que estavam no local, incluindo a atriz grávida.
No dia seguinte, eles invadiram a casa do casal Leno LaBianca e Rosemary LaBianca e os assassinaram.
Diferentemente dos serial killers, as vítimas dos spree killers não tem um significado específico, elas não representam uma fantasia. São mortas ao acaso. O exemplo da Família Manson é fácil de enxergar. As 5 pessoas que foram mortas na casa da atriz Sharon Tate só foram assassinadas porque estavam no local errado na hora errada.
Nome: Charles Starkweather e Caril Fugate
Definição: Spree killers
Obs.: Um dos mais famosos casos de spree killers atende pelo nome de Charles Starkweather e Caril Fugate. Em 1958, o casal (de 18 e 14 anos) simplesmente pegou um carro e saiu matando pelos Estados Unidos sem motivo aparente.
A onda de matança começou em 21 de Janeiro de 1958 quando Charles foi até a casa da namorada e matou seus pais e sua irmã de apenas 2 anos.
O casal, então, pegou o carro da família de Caril e  sairam sem destino pelos Estados Unidos. Mataram pessoas na estrada, postos de gasolina e lojas de conveniência. Quando a polícia os pegou, já haviam deixado um rastro de sangue e 11 pessoas mortas.
Como característico dos spree killers, as vítimas foram mortas aleatoreamente, sem distinção entre homens, mulheres ou crianças e em um curto espaço de tempo.
Para um spree killer, não interessa se você é negro, branco, índio, homem, mulher ou criança. Eles matam sem distinção, diferentemente de um serial killer, que costuma matar pessoas com o mesmo perfil (branco ou negro, homem ou mulher, prostituta, morenas ou loiras, …)

R7
Não são só textos publicados em blogs  espalhados pela internet que contém erros grotescos. Uma matéria sobre Charles Manson publicada no R7, um dos maiores portais do Brasil e pertencente ao grupo Record de televisão, chega ao ponto de dizer que Charles Manson assassinou a atriz Sharon Tate.

O Globo
O jornal O Globo, um dos maiores jornais do país e pertencente às organizações Globo, também erra feio na reportagem acima ao dizer que Manson matou 7 pessoas. Bom, pelo menos eles não colocaram na matéria que ele é um serial killer.

Talvez uma das revistas mais importantes do mundo sobre música, a Rolling Stone, erra feio ao chamar Charles Manson de serial killer.
Matéria veiculada no Vírgula Uol, um conhecido portal que traz notícias sobre música, chama erroneamente Charles Manson de serial killer.
Outro conhecido site sobre música, o Whiplash.net, chama erroneamente Charles Manson de assassino em série.
Minha opinião é: Pessoas que só copiam e colam textos sem realmente saber o que estão publicando estão prestando um grande desserviço para os seus leitores. Quanto aos grandes jornais e portais da internet que publicam matérias completamente erradas como as vistas acima, a primeira coisa a se fazer é despedir os jornalistas que escreveram a matéria, pois eu não sei, mas creio que na faculdade futuros jornalistas devem aprender que ter uma fonte confiável é o primeiro passo para se atingir a credibilidade.
Bom, agora você sabe que Charles Manson não é um assassino e que os crimes cometidos pelos seus seguidores não são característicos de serial killers e sim de spree killers. E espero que você acredite em mim, apesar de todo mundo dizer o contrário.