É estranho imaginar que um ser frágil como uma criança é capaz de matar alguém. Ainda mais se for uma bela menina de olhos claros. Contudo, o mundo é um lugar imperfeito, as aparências enganam e o passado - por mais curto que seja - interfere na visão de mundo. Quando o assunto é crime, as justificações são dúbias e nunca concretas. Mas, e quando as coisas são encaixes exatos do real?
Mary Bell tinha apenas 10 anos - na verdade, um dia antes de completar 11 anos de idade - quando ela matou pela primeira vez. Voltou a assassinar com 11 anos. Suas vítimas foram dois menininhos, Martin Brown, de 4 anos - o qual foi estrangulado - e Brian Howe, de 3 anos - estrangulado, perfurado nas coxas e genitais e cravado um "M" em sua barriga com uma lâmina de barbear. Houveram outras acusações de tentativas de estrangulamento dela contra quatro meninas.
A natureza cruel de seus atos e a pouca idade da garota tornaram o seu caso muito expoente, havendo as mais variadas teorias sobre sua postura social e psicológica. Seria ela um monstro ou vítima das circunstâncias?
A jovem Mary Bell. Um olhar tão doce, e um coração completamente psicótico.
A vida familiar de Mary era completamente desestruturada. Sua mãe era prostituta, além de ser ausente. Bell nunca chegou a conhecer seu pai. Em compensação sua mãe lhe aplicava castigos severos, chegando a permitir - forneceu o consentimento - que ela fosse abusada sexualmente, isto tudo antes dela completar 5 anos de idade. Alguns familiares afirmaram que a mãe de Mary Bell tentou matá-la e fazer parecer acidente.
Durante seu julgamento, psiquiatras deixaram claro que haviam sinais de psicopatia nela. Mary chegou a declarar que: "Eu gosto de ferir os seres vivos, animais e pessoas que são mais fracos do que eu, que não podem se defender", influenciando para que a mesma fosse condenada a prisão por tempo indeterminado, mediante avaliações psiquiátricas.
Durante o seu aprisionamento, não possuiu o melhor comportamento, tentando fugir da Prisão de Moore, local onde foi designada. O tempo passou, e após muitos tratamentos e avaliações, ela foi liberada em 1980, com 23 anos, sob supervisão. Teve alguns empregos que não foram bem sucedidos, em parte pela preocupação de que voltasse a transgredir, como no caso de uma enfermagem para crianças. Mais tarde, engravidou e teve que lutar pelo direito de criar sua filha, a qual nasceu em 1984, uma vez que evidente o zelo perante seu passado. Neste ínterim, foi-lhe concedido o anonimato, bem como o de sua filha.
Todavia, em mais do que uma ocasião foi descoberta e coagida. Em 2007, depois da morte de sua mãe, Mary Bell aceitou ser entrevistada, o que resultou no livro "Gritos no Vazio". As últimas notícias que se tem dela é que hoje está casada, é avó e vive sob o medo da exposição.
Capa do livro "Gritos no vazio", de Gitta Sereny, que conta toda a história de Mary Bell.
Fonte: Antes Que Ordinárias encontrado no blog Doce Psicose
Tenha bons sonhos, se puder...
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