sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Gwendolyn Graham e Cathy Wood

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre

Gwen Graham & Katherine Madeira

Mugshots de Gwen Graham (superior) e Wood Cathy (parte inferior)
Informação de fundo
Também conhecida comoOs amantes letais
Nascido6 de agosto de 1963 (49 anos) (Graham)
07 de março de 1962 (50 anos) (Wood)
PenaPrisão perpétua (Graham)
20-40 anos de prisão (Wood)
Assassinatos
Número de vítimas5
PaísUnited States
Estado (s)Michigan
Data apreendidoDezembro 1989
Gwendolyn Graham (nascido em 06 de agosto de 1963) e Cathy Wood (nascido em 1962) são americanos assassinos em série que matou cinco mulheres idosas, em Grand Rapids , Michigan , em 1980. Eles cometeram seus crimes na Manor Alpine lar de idosos, onde ambos trabalhavam como auxiliares de enfermagem.

Crimes

As duas mulheres se encontraram na casa Alpine enfermagem Manor, onde Graham era auxiliar de enfermagem e Wood era o seu supervisor. Eles rapidamente se tornaram amigos e depois amantes em 1986. Eles praticaram asfixia sexual para conseguir um melhor orgasmo. Graham começou a falar sobre a cometer o assassinato como um jogo sexual.
Postagem de madeira como um vigia, Graham tentou matar algumas mulheres idosas. No entanto, as mulheres eram capazes o suficiente para lutar de volta. Em janeiro de 1987, Graham entrou no quarto de uma mulher que tinha a doença de Alzheimer , a mulher estava muito incapacitado para lutar, e assim se tornou a primeira vítima do par. Morte da mulher parecia ser natural, portanto, uma autópsia nunca foi realizada.
Ao longo dos próximos meses, mais quatro pacientes Manor Alpine foram assassinados.Muitas das vítimas, cujas idades foram de 65 a 97, ficaram incapacitados e sofria de doença de Alzheimer. Graham e Wood virou a seleção de vítimas em um jogo, escolhendo as vítimas cujas iniciais coletivamente escrito ASSASSINATO. Graham levou lembranças de vítimas, mantendo-as para reviver os mortos. Ambas as mulheres abertamente se gabava de sufocar seis vítimas para os seus colegas de trabalho, com Graham mesmo mostrando seus souvenirs, mas ninguém acreditou neles.
O casal se separou quando Wood recusou ativamente matar um paciente para provar seu amor a Graham. Madeira transferidos para outro turno. Graham se mudou para Texas com outra mulher e começou a trabalhar em um hospital cuidando de crianças.
A investigação do assassinato começou em 1988, depois de Wood ex-marido, a quem ela tinha dito sobre os assassinatos, foi à polícia. O ex-marido disse à polícia, em outubro de 1988, que os levou a investigar mais. A primeira vítima foi exumado em 30 de novembro, 1988, quase um ano depois de seu enterro. O caixão foi levado para necrotério do condado de Kent, para exame. Oito possíveis vítimas foram identificadas, mas a polícia acabou por perseguir cinco.
No final, não havia provas suficientes para justificar a prisão de Wood e Graham. Em dezembro de 1989, Graham foi preso em sua cidade natal de Tyler, Texas , no entanto, manteve as suas reivindicações foram feitas como uma brincadeira para assustar seus colegas de trabalho.
Durante o julgamento, Wood apelo-negociou a caminho de uma redução sentença , alegando que era Graham que planejaram e executaram os crimes, enquanto ela serviu como um vigia ou supervisores distraídos. Em 3 de novembro de 1989, Graham foi considerado culpado de cinco acusações de assassinato e uma de conspiração para cometer assassinato, eo tribunal deu-lhe cincopenas de prisão perpétua . [1] Ela reside no Vale Huron Complex (para os infratores do sexo feminino). A madeira foi carregada com uma contagem de assassinato em segundo grau e uma contagem de conspiração para cometer assassinato em segundo grau. Ela foi condenada a 20 anos em cada contagem e foi elegível para liberdade condicional desde 2 de março de 2005. [2] Madeira está atualmente encarcerado na segurança mínima Instituição Correcional Federal em Tallahassee, Flórida, está previsto para ser lançado em 6 de junho 2021. [3]
Várias das famílias processaram os donos da Alpine Manor para a contratação de "funcionários perigosas e desequilibradas". Alpine Manor, desde então, saiu do negócio, mas o edifício abriga agora um lar chamado "Santuário em Santa Maria".

Mídia

O caso foi a base do 1992 verdadeiro crime romance Forever e cinco dias por Lowell Cauffiel .
Graham e Madeira foram apresentados em dois episódios da série de TV The Serial Killers em que foram entrevistados sobre seu relacionamento e crimes.

externas

Referências

Buhk, TT e Cohle, SD (2008). Esqueletos no armário. New York: Prometheus Books.
  • . Cauffiel, Lowell Forever And cinco dias: A história arrepiante verdadeiro de amor, traição e assassinatos em série em Grand Rapids, Michigan. Pinnacle, 1997. ISBN 0-7860-0469-X
  • "Mulher condenado em mortes dos pacientes" (03 de novembro de 1989). Worcester Telegram & Gazette.
  1. ^ Michigan Offender Sistema de Informação Tracking - [1]
  2. ^ Michigan Offender Sistema de Informação Tracking - [2]
  3. ^ Federal Bureau of Prisons Inmate Locator - [3]

Armin Meiwes, o canibal de Rotenburg


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


Armin Meiwes
NomeArmin Meiwes
Nascimento1962
RotenburgAlemanha
Nacionalidade Alemanha alemã
CrimeHomicídio com consumo do cadaver
PenaPrisão perpétua
Armin Meiwes, canibal alemão







Armin Meiwes (O canibal de Rotenburg), nascido em 1962, é um alemão usuário daInternet que se tornou conhecido como "Der Metzgermeister" (O Açougueiro Mestre).

História

Através de um site para pessoas que se "oferecem" como alimento, Armin Meiwes combina junto de Bernd Jürgen Armando Brandesque ele iria assassiná-lo e comê-lo. Em março de 2001, em sua casa, Meiwes e Brandes se relacionam sexualmente. Após rezar pelo companheiro, planejam juntos como ele seria devorado. Meiwes então amputa o pênis de Brandes (com o consentimento dele) em uma pequena peça apelidada de "matadouro", decorada com objetos de açougue e uma jaula, e os dois comem juntos antes de Brandes morrer. Brandes insiste para Meiwes arrancar seu pênis a dentadas, mas não foi possivel então Meiwes usou uma faca. A primeira estava sem fio, então ele usou uma faca mais afiada e finalmente conseguiu arrancar o pênis fora. Em seguida começou a temperá-lo em uma frigideira com pimenta e alho, e serviu para que os dois comessem. Brandes não conseguiu comer sua porção, pois estava muito dura. Ele havia pedido ao seu amigo para desmembrá-lo apenas após perder a consciência, com o uso de remédios para dormir. Assim sendo, Meiwes por fim o esfaqueia no pescoço, seccionando a cabeça do corpo, pendurou seu corpo em um gancho de açougueiro e começou a fatiá-lo. Todo o incidente foi gravado em vídeo.
O corpo foi mantido no freezer, de onde Armin Meiwes retirou carne por meses e comeu em suas refeições diárias, chegando a ingerir cerca de 20kg do cadáver. Em sua primeira entrevista após a condenação, Meiwes disse que refogou o "filé" de Bernd com sal,pimentaalho e noz-moscada. Também disse que comeu os "bifes" com croquetes princesacouve-de-bruxelas e molho de pimenta-verde. O sabor da carne, segundo Meiwes, era "semelhante ao da carne de porco, um pouco mais amarga e mais forte, mas um sabor muito bom"[1]. Quando a carne acabou, colocou um novo anúncio na internet e acabou denunciado por um internauta, sendo preso. Até hoje a condenação de Meiwes gera polêmica por conta da morte concebida do amigo. Brendes assumidamente desejava ser morto nas mãos de Meiwes. Para a polícia, o canibal disse que sempre quis ter um irmão mais novo e que o seu ato selava uma amizade onde ambos ficariam juntos para sempre.

Cultura popular

A música Mein Teil, da banda Rammstein, é sobre o incidente.
Na sitcom britânica The IT Crowd, há uma referência ao incidente. No episódio terceiro da 2ª temporada com o nome de "Moss and the German".

Ver também

  • Antropofagia
  • Canibalismo
  • Referências

    1. Ligações externas


    [Atenção: contém imagens fortes.]
    O pai do alemão Armin Meiwes saiu de casa quando ele tinha 6 anos, levando os irmãos da criança. Meiwes ficou só com a mãe, que lhe explorava. Na escola, era humilhado. Em casa, Meiwes dissecava bonecas e queimava, já fantasiando com canibalismo.
    Já adulto, a mãe continua a ser presença perturbadora em sua vida (lembrando o caso de Ed Gein). Após a morte dela, Armin Meiwes coloca suas fantasias em prática. Com o nick de “antropófago”, ele procura alguém, na internet, que aceite ser assassinado e comido. Manteve contato com cerca de 400 homens interessados em canibalismo. Após 2 anos, em 2001 um homem responde: “Espero que me ache saboroso”. Nesta época, segundo seus vizinhos, Meiwes era um homem tranquilo, que brincava com as crianças.

    Armin Meiwes, O Açougueiro Mestre
    Armin Meiwes, O Açougueiro Mestre

    Bernd Jürgen Brandes, a vítima
    Bernd Jürgen Brandes, a vítima
    Bernd Jürgen Armando Brandes era o nome do homem que se candidatou ao sacrifício, que ocorreria na casa de Armin Meiwes. Meiwes primeiramente cortou o pênis de Bernd e comeram o órgão juntos, frito com pimenta e alho. Brandes havia insistido para que Meiwes arrancasse seu pênis com dentadas, mas ele não conseguiu. Não gostaram do pênis, acharam a carne dura.
    Depois da “entrada”, Meiwes deu remédios a Bernd para que dormisse. Então deu-lhe um beijo… e algumas facadas no pescoço. Então dependurou o corpo em um gancho de açougue, drenou o sangue do morto e o dissecou.
    Conseguiu congelar 20 quilos de carne, o que lhe permitiu fazer refeições regadas a vinho por alguns meses.
    Diria depois que a carne humana tem gosto “semelhante ao da carne de porco, um pouco mais amarga e mais forte. Tem um gosto muito bom”. E que, no dia do crime, Bernd queria ser esquartejado logo, o que lhe contrariou, pois queria conhecê-lo melhor.
    Armin Meiwes, fotos do crime
    Armin Meiwes, fotos da vítima
    Armin Meiwes, canibal alemão
    “O ato de comer os restos mortais deu sentido à morte, já que o corpo não foi jogado fora.”, disse o alemão em seu julgamento. “Eu salguei o filé de Bernd com sal, pimenta, alho e noz-moscada. Comi ele com croquetes, couve de Bruxelas e molho de pimentão verde.”
    Procurando nova vítima, Meiwes volta à internet, mas alguém o denuncia à polícia. Na sua casa, os agentes acham restos da vítima e um vídeo do assassinato. As imagens eram tão fortes que os policiais precisaram de acompanhamento psicológico.
    Armin Meiwes ficou conhecido como “O Açougueiro Mestre” ou como “O Canibal de Rotemburgo”. Tinha quase 40 anos na data do crime, e, a vítima, 42.
    No seu julgamento, o canibal disse: “Se eu tivesse ido a um psiquiatra há alguns anos, provavelmente não teria feito o que fiz.”. Meiwes foi acusado de homicídio por razões sexuais, já que canibalismo não era um item presente no Código Penal alemão (no brasileiro, existe o crime de “vilipêndio a cadáver”, artigo 212, ato sujeito a detenção de 1 a 3 anos).
    Armin Meiwes, canibal alemão

    Meiwes, que era técnico em informática (a vítima era engenheiro de computação), foi condenado à prisão perpétua (primeiramente havia sido condenado a 8 anos de prisão, mas a promotoria recorreu) – mas pode tentar a condicional após 15 anos de cadeia. O caso gerou uma grande polêmica jurídica na Alemanha, com muitas pessoas defendendo Meiwes das acusações mais graves – afinal, Bernd foi morto porque quis.

    No segundo julgamento, Armin Meiwes disse ao juiz que sua fome de carne humana já estava saciada e que estava arrependido de seus atos. Não convenceu o júri.
    O canibal falou ainda que sempre sonhou em ter um irmão mais novo, “alguém para fazer parte de mim” – e que o canibalismo era um modo de satisfazer este desejo. Bernd, por sinal, lhe mentira ser mais novo que ele.
    Em uma entrevista à televisão, Meiwes afirmou: “Quem não consegue entrar nesta história acha monstruoso o que fiz. Mas eu sou um ser humano normal.” Mas, contraditoriamente, afirmou: “Eu quero ir para a terapia, sei que preciso, e espero que isto aconteça em algum momento.”.
    “A primeira mordida foi com certeza única, indefinível, já que eu tinha sonhado com isto durante trinta anos, com esta conexão íntima que se faria perfeita através desta carne.”
    Quando era criança, Armin Meiwes gostava que a mãe lesse para ele a história de Joãozinho e Maria. “A parte em que João está para ser comido era interessante. Você não imagina quantos ‘Joãos’ estão circulando aí pela internet…”
    Armin Meiwes piada


    (“Nós alemães adoramos um handburguer.” ["hand" = "mão"])

    Armin Meiwes humor


    (“Não ‘gostei’ de você. Mas vou te ajudar assim mesmo. – Um herói kantiano” [referência ao filósofo alemão Immanuel Kant, para quem devemos fazer ao outro o que gostaríamos que fizessem por nós])

    Meiwes é um serial killer?

    Tecnicamente, Meiwes não pode ser considerado um serial killer, por algumas razões: a mais óbvia é que matou apenas uma pessoa. A mais controversa é que matar alguém com consentimento “não seria bem um homicídio”. Mas, para nós, Meiwes é um caso de estudo, sim. É um homicida em série “abortado” pela prisão – se não tivesse sido pego, poderia ter achado outra vítima voluntária. Ou mesmo começado a matar indiscriminadamente, se não achasse alguém disposto ao sacrifício.
    Além do mais, alguém que se oferece para ser assassinado em tais condições claramente possui distorções mentais intensas (não é um doente terminal implorando por eutanásia, nada disto) . Ou seja, é alguém que foi, de certa forma, manipulado em sua fraqueza. A nosso ver, Bernd é uma vítima, sim.
    *

    Rammstein – “Mein Tell”

    Seguindo a dica do leitor Gabriel Almeida, coloco o vídeo da música “Mein Tell” (“Meu pedaço” ou, dizem, “Meu pênis”), da banda alemã Rammstein, que faz referência ao caso Armin Meiwes (como você provavelmente não entenderá o que é cantado, veja a tradução aqui).
    É tensa!

    “Está tão bem preparado e bem esquentado

    e tao bem servido em porcelana

    para acompanhar um bom vinho e uma boa luz de vela (…)”

    *
    Fontes extras: WikipédiaG1Terra
    *

    Janta comigo esta noite?
    Janta comigo esta noite?

    Saiba mais:

    * ensaio: “O canibalismo”.



    Fontes: Wikipédia e O serial killer

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

MASSACRES NO RIO GRANDE DO NORTE – JÁ VIMOS ESSE TIPO DE DESGRAÇA



Autor – Rostand Medeiros
Diante da terrível tragédia ocorrida na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, na manhã desta última quinta-feira, quando aquele ex-aluno invadiu o prédio e matou 11 jovens, passei a me questionar, como milhões de brasileiros, a razão deste massacre.

Massacre do Realengo
O negócio foi tão sério, que até nossa forte presidenta extravasou sua emoção e chorou em público. Como pai, senti um forte aperto no coração pelos pais das vítimas do massacre do Rio.

Dilma chora pelos jovens mortos no Rio
Em meio a estes pensamentos, me lembrei de que o Rio Grande do Norte deve ser o único estado brasileiro que possui um feriado (comemorado em 3 de outubro), onde se relembra as vítimas de dois massacres ocorridos durante a ocupação holandesa desta parte do país.
Mas outros fatos tenebrosos ocorreram na terra potiguar e não faz muito tempo.
O Terror em uma Fazenda de Cruzeta
Amigos e amigas, eu confesso que pelejei, pelejei, mas não consegui chegar a saber o ano que aconteceu o fato que vou narrar. Mas acredito que este triste episódio se desenrolou entre o final da década de 1960 e o início da década seguinte.
No Sítio Margarida, localizado a poucos quilômetros da cidade potiguar de Cruzeta (220 km de Natal), por volta das três da manhã, o agricultor José Emídio se levantou para ordenhar algumas vacas.
Enquanto isso na sua casa um dos seus cinco filhos, que acredito ter sido o mais novo, chorava pedindo para mamar.
Emídio teria dito a sua mulher que realizasse o desejo da criancinha. Mas Severina Maria da Conceição, provavelmente impaciente, respondeu imprudentemente que “-Deixasse chorar, pois o filho não é seu”.

Os mortos e o assassino de Cruzeta
Aparentemente calado como estava, calado Emídio ficou. Remoeu o ódio da traição dentro do peito e tomou uma decisão fatídica.
Foi à cozinha, pegou um facão amolado e, sem maiores considerações, gritarias, ou choradeiras típicas de quem é traído, matou todo mundo que estava dentro da simples vivenda.
Consta que José Emídio desconfiava que fosse traído pela esposa. Na sua concepção de homem “macho”, a afirmativa de Severina selou sua vida e de seus filhos.
Além de Severina, a crueldade de José Emídio deixou sem vida Manoel, Josenir, Francisco, Josileide e Josemar. Este último era o mais velho, tinha oito anos e ainda foi socorrido com vida para o hospital da cidade de Currais Novos, aonde veio a falecer. No total foram seis pessoas eliminadas.

O cordel sobre o caso
Segundo o cantador “Craúna do Norte”, autor do cordel “O Bárbaro Acontecimento das Mortes em Cruzeta”, assim ocorreu o enterro;
Oh que cena comovente
Em lembrar os funerais
Um caixão grande na frente
E cinco pequenos atrás
Reinava um certo mistério
Em rumo ao cemitério
Morada do desengano
E a multidão que seguia
Quem visse não choraria
Só se fosse desumano
A princípio José Emídio quis negar a polícia, mas depois confessou tudo.
Não tenho maiores informações sobre este caso.
O Monstro de Capim Macio
Corria o ano de 1975. Eu não tinha nem dez anos de idade e até mesmo pelo meu então curto tempo de vida, eu não poderia saber maiores detalhes.
Mas me lembro do clima de medo e de surpresa que se instalou entre meus familiares e de como eu ia dormir assustado com as histórias do “Monstro de Capim Macio”. Esta figura era, no meu pensamento de criança, um ser enorme, demoníaco, que poderia chegar a qualquer momento e me levar da casa dos meus pais.

Área de Ponta Negra, década de 1970, próximo a Capim Macio
No dia 8 de agosto, na área de Capim Macio, então um lugar onde ainda se encontravam granjas, havia uma propriedade que pertencia a uma professora alemã chamada Ruth Carolina Marta Loomam. Ela morava com sua mãe Alexe Flena Maria Reymann, de 60 anos, com suas duas filhas, Carla, de 13 anos e Anthonieta, de 11 anos e ainda a empregada doméstica de nome Ana Lídia, então com 14 anos, e que estava grávida.
E havia o caseiro. Ele se chamava José Vilarim Neto, com 25 anos, sendo descrito como um homem baixo, moreno, taciturno, mas prestativo e considerado um bom ajudante de serviços pesados.
Nesta noite, por motivos até hoje desconhecidos, Vilarin adentrou a casa e começou uma orgia de sangue. Matou as pequenas Carla e Anthonieta, a avó e a empregada Ana Lídia. Para realizar sua crueldade, ele utilizou um rifle calibre 22. Consta que teria praticado necrofilia com uma das meninas.
Segundo a reportagem do jornal Diário de Pernambuco, de 8 de maio de 1980, feito isso Vilarin foi ao quintal da casa e cavou um grande buraco, onde pretendia colocar os corpos. Mas a professora chegou com sua filha mais nova, Astrid. Vilarin tentou matar a dona da granja, desferindo dois disparos que lhe atingiram o maxilar e o ombro.
Mesmo ferida, a professora Ruth partiu para cima de Vilarim e, com mais força física, conseguiu desarmar o assassino, entrou na casa, se trancou e ele fugiu.
Ruth e Astrid buscaram ajuda e foram encaminhadas para o Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel.
Vilarim passou a ser caçado. A capital potiguar estava estupefata com a crueldade do evento e ele passou a ser denominado como “O Monstro de Capim Macio”.
Dias depois Vilarim foi capturado em uma granja próximo a Macaíba. Depois de algemado não explicou o motivo para a matança, não falava coisa com coisa e parecia desnorteado. Os jornais deram muitas páginas para este assunto e Natal ficou aliviada com a captura da “fera”.
Foi uma chacina sem precedentes na história policial da capital potiguar. Segundo o jornal Diário de Natal, na edição de domingo, 10 de agosto de 1975, Vilarim não era mais o caseiro de Ruth. Mas o jornal não aponta se o fato de Vilarin não ser mais funcionário da professora seria uma possível razão para ele ter cometido os nefastos crimes.
Quase cinco anos depois Vilarin sentou no banco dos réus, sendo acusado da prática de quatro homicídios, necrofilia e lesão corporal.

Capim Macio na atualidade
Depois de 12 horas no plenário do júri, “O Monstro de Capim Macio”, então com 29 anos de idade, foi condenado a 132 anos de prisão e mais 2 anos de medida de segurança. Consta que esta foi a maior sentença já aplicada na história da justiça criminal do Rio Grande do Norte.
O jornal pernambucano anteriormente citado informa que Vilarim ouviu sua sentença na maior indiferença e não comentou nada com os jornalistas.
Vilarin e Capim Macio (atualmente uma área superpovoada), foram durante muito tempo nomes que evocavam terror e medo.
Não tenho ideia do que ocorreu com as sobreviventes deste trágico episódio e nem com o “Monstro”.
Noite de Terror na Periferia de Natal
Da mesma forma como ocorreu em Cruzeta, seria uma boataria que ascenderia o estopim de uma noite de sangue em 1997.
Ele era um rapaz de baixa estatura, de complexão forte, que vivia em Santo Antônio dos Barreiros (hoje conhecida como Santo Antônio do Potengi). Um tranquilo distrito da cidade de São Gonçalo do Amarante, a 11 quilômetros de Natal.

“Neguinho de Zé Ferreira”
Seu nome era Genildo Ferreira de França, mais conhecido como “Neguinho de Zé Ferreira”. Consta que em 1990 Genildo serviu o Exército, salvo engano no Batalhão de Engenharia de Natal, onde se destacou e recebeu prêmios pela sua perícia como atirador. Afirma-se que devido a este período passado no meio militar, Genildo tinha uma grande idolatria por armas de fogo e militaria.
Considerado um bom rapaz, era casado e tido como um exemplar pai de família. Após sair do Exército montou um barzinho utilizando um dos cômodos de sua casa.
Neste meio tempo sofreu uma grande decepção, quando seu primeiro filho morreu atropelado.
Não sei se foi devido a este fato, mas logo ele se separou da primeira mulher. Contudo existe uma certeza por parte daqueles que o conheceram que, após estes acontecimentos negativos, Genildo passou a apresentar sutis sinais de perturbação. Entre estes, comentava que um dia iria se vingar do motorista atropelador.

O templo católico do lugar
Para muitos ele ainda tentou dar um rumo na sua vida. Casou pela segunda vez com Mônica Carlos de França.
Mas o casamento não deu certo. Havia muita briga e ele agredia a nova mulher constantemente. Em certo momento Genildo afirmou que Mônica, para tentar forçar uma separação, dizia a amigos que teria flagrado o marido na cama com um homem. Ele culpava os parentes de sua mulher, que estariam espalhando a acusação que ele era homossexual e assim apressar a separação do casal. Logo a boataria correu solta na pequena comunidade de 5.000 habitantes e Genildo era apontado na rua.
Estava montado o palco da desgraça.
Genildo começa a planejar tudo em detalhes, onde desejava exterminar pelo menos 20 pessoas.
Existe uma versão onde se diz que muito do que ele ganhava em seu comércio servia para comprar armas e munições. Logo era dono de um revólver da marca Rossi, calibre 38, niquelado e equipado com um potente silenciador. Além desta arma, ele tinha uma pistola da marca Taurus, no calibre 7,65 m.m. e muita munição.

Revólver 38 e silenciador
Na noite de 21 para o dia 22 de maio de 1997, Genildo começou a sua vingança.
Antes de começar a matança encontrou Francisco de Assis Ramos dos Santos, e uma adolescente chamada Valdenice e os obrigou a acompanhá-lo em vários crimes.
A primeira vítima foi a esposa Mônica, que levou três balaços. Por causa do silenciador instalado no cano do revólver, ninguém na comunidade ouviu nada e a matança continuou.
Chamou o taxista Francisco Marques Carneiro, com a desculpa de realizar um trajeto até Natal. Em um local afastado matou o motorista e passou a utilizar o veículo para praticar várias mortes. Segundo Valdenice houve farto consumo de maconha durante os assassinatos.
Maquiavélico, Genildo utilizou de vários artifícios para atrair suas vítimas. Em um disse que era para realizar algum serviço. Em outro foi um convite para beber. Teve ainda o chamado para uma farra em um cabaré. Consta que perto de amanhecer o dia ele dispensou os pretextos e entrava nas casas atirando sem piedade. Ao matar o trabalhador rural Edilson Nascimento, disse aos gritos que o fazia para mostrar que não era homossexual.
Existe uma versão que durante a noite ele parou certo cidadão e colocou a arma na sua cabeça, mas ao reconhecê-lo o dispensou. Afirmou que não lhe matava “- Pois ele não lhe havia caluniado”.
Em meio a selvagem matança, uma guarnição da Polícia Militar foi chamada para prestar socorro a uma das vítimas.
Logo houve o encontro dos policiais com Genildo e este não titubeou. Matou o sargento comandante da viatura, feriu um dos policiais e se apossou de uma submetralhadora modelo PM-12.
Com a morte do sargento, a notícia chegou a capital e outros policiais foram deslocados para a região.
Conforme o dia amanhecia, a polícia ia tomando conhecimento da dimensão da tragédia que se desenrolava, na medida que encontrava mais corpos. Logo a imprensa acordava Natal com a tragédia.
Recordo-me perfeitamente de estar naquela manhã no bairro da Ribeira, em Natal, resolvendo alguma coisa. Dentro do meu carro escutava tranquilamente alguma rádio FM. Quando estava parado em um semáforo, percebi que o motorista do lado estava visivelmente impressionado com algo que estava sendo transmitido no seu rádio. Ele percebeu que eu lhe observava e me perguntou se eu estava ouvindo “-O que acontecia em São Gonçalo?”. Eu disse que não e ele me falou para sintonizar na faixa AM.
Quase não pude acreditar o que era transmitido pelo meu surrado “Roadstar Cara Preta”, através do plantão policial da extinta Rádio Cabugi.
Na área do massacre, em certo momento Genildo passou a levar como refém a sua própria filha, Gislaine, de apenas cinco anos.
Creio que por volta das nove da manhã, depois de 12 horas de mortandades, o cerco apertou e os policiais encurralaram Genildo na empresa Cerâmica Potengi. Sem saída ele mandou que Valdenice fugisse com sua filha. Depois teria dado um tiro no próprio peito. Para as autoridades ele foi morto pela ação policial.
Assim terminou um dia de fúria, com um total de 15 mortos.

Velório de duas das vítimas de Genildo
A tragédia se transformou em um grande espetáculo da mídia e diferentes razões para a ação de Genildo foram levantadas pelos jornalistas e especialistas. Igual como ocorre atualmente no caso da escola do Rio.
Até mesmo um documentário sobre o massacre em Santo Antônio do Potengi foi criado. Dirigido pelos potiguares Mary Land Brito e Fábio DeSilva, “Sangue do Barro” fez parte da consagrada série Doc Tv.
Os que conhecem a mente humana afirmam que nunca se sabe onde outro psicopata pode aparecer e realizar suas ações maléficas.
Esperemos que daqui prá frente isso seja coisa do passado.

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