Dono de um perfil invulgar, o assassino de casais da Praia do Cassino não pode ser tratado como uma pessoa comum. O pretenso surto psicótico do qual teria sido vítima, porém, tende a ser uma esperteza, e não um caso clínico. Guimarães se descontrolou na madrugada do sábado 15, destruindo a cela onde estava no presídio de Rio Grande. Sedado, foi transferido para Porto Alegre, a 330 quilômetros dali. Chegou calmo, alimentou-se bem, tomou banho e pediu para vestir roupas limpas.
Paulo Sérgio Guimarães " O Maníaco da Praia do Cassino
Número de vítimas: 7
Local dos crimes: Rio Grande do Sul
Período: 1998
Determinado a ter o nome inscrito na galeria dos criminosos seriais, um homem cujo semblante se recusa a exibir traços de arrependimento encara o diretor do Instituto Psiquiátrico Forense (IPF), em Porto Alegre, e desafia: "O senhor sabe que está diante de um dos cinco bandidos mais perigosos do Estado?" A pergunta, feita em tom de advertência, não surpreendeu o psiquiatra Luiz Carlos Coronel, encarregado de comandar a instituição que abriga criminosos com problemas mentais. O pescador Paulo Sérgio Guimarães da Silva, 29 anos, o Maníaco da Praia, confessou ter cometido sete assassinatos para imitar o Maníaco do Parque, Francisco de Assis Pereira, sua inspiração paulista. Preso depois de disseminar o terror na Praia do Cassino, na cidade de Rio Grande, no litoral gaúcho, Guimarães atacava casais de namorados. "Ele quer ser o número 1", crê Coronel.
Dono de um perfil invulgar, o assassino de casais da Praia do Cassino não pode ser tratado como uma pessoa comum. O pretenso surto psicótico do qual teria sido vítima, porém, tende a ser uma esperteza, e não um caso clínico. Guimarães se descontrolou na madrugada do sábado 15, destruindo a cela onde estava no presídio de Rio Grande. Sedado, foi transferido para Porto Alegre, a 330 quilômetros dali. Chegou calmo, alimentou-se bem, tomou banho e pediu para vestir roupas limpas.
Convencido de que é uma espécie de super-herói das praias gaúchas, adota o figurino dos bandidos de filmes B - pelos quais tem predileção. No domingo 16 tentou promover novo quebra-quebra na cadeia, chegou a se livrar de uma das algemas, mas ficou nisso. No dia seguinte, foi transferido por decisão judicial, desta vez para a Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas. Deixou, em Porto Alegre, a impressão de ter encenado o surto para obter mudança de regime prisional. Não colou. "Em momento algum ele perdeu a orientação, a lógica, a coerência", diz Coronel, o psiquiatra. Em Charqueadas, a 56 quilômetros de Porto Alegre, onde todas as celas são individuais, o Maníaco da Praia instalou-se com tranqüilidade e assim permaneceu. "Está calmo, não houve nenhum problema", diz o capitão André Luís Pithan, da Polícia Militar, subdiretor do presídio. Não se arrisca a prever até quando durará a calmaria.
A decisão de colocar Guimarães em isolamento foi tomada pelo juiz Átila Barreto Refosco, da 1a Vara Criminal de Rio Grande, comarca na qual o caso está sendo conduzido. "Ele está muito instável", comenta. "É melhor esperarmos para ver como se comporta." Caso ocorra novo surto, será solicitado um exame de sanidade mental. A confissão do réu ajuda a fazer com que o processo caminhe. A polícia deverá concluir todos os inquéritos relativos ao caso dentro de uma semana.
Autor: jjdourado.blogspot.com
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