quinta-feira, 23 de agosto de 2012

DAVID BERKOWITZ, O FILHO DE SAM


David Berkowitz, O Filho de Sam
DAVID RICHARD FALCO / BERKOWITZ
apelido: “O Filho de Sam”
americano; nascimento: 1953 – vivo, ainda
ASSASSINATOS: 6
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A HISTÓRIA DE DAVID BERKOWITZ

Berkowitz é adotado

Antes do nascimento de David, sua mãe, judia e pobre, quis casar-se com um italiano, mas sua família foi contra. Mesmo assim, o casal ficou junto, montaram uma peixaria, e tiveram uma filha. Algum tempo depois, o italiano separou-se dela.
Ela inicia outro relacionamento e engravida. O namorado a larga antes do nascimento do seu bebê, David, em 1953.
David foi adotado por família judia de classe média, sem filhos, que cuidou bem dele (e mudou seu sobrenome de Falco para Berkowitz). Enquanto isso, sua mãe biológica retoma o relacionamento com este namorado (ficando juntos até que ele morresse de câncer, em 1965).
David Berkowitz era uma criança solitária. Seus pais adotivos também não eram muito sociais. Ele era “grandalhão”, e se sentia um pouco discriminado. Mas era hiperativo e às vezes violento com outras crianças.

David perde também os pais adotivos

A mãe adotiva teve câncer de mama, e acabou morrendo em 1967. Berkowitz, que entrava na adolescência, ficou devastado. Ficou mais introvertido, e imaginou que a morte dela fosse parte de um plano para destruí-lo.
Em 71, o pai casou de novo, mas David não se dava bem com a madrasta, e então o casal foi morar sozinho.
David Berkowitz entrou no Exército. Ficou três anos. Era muito bom com rifles.
Posteriormente, encontrou a mãe biológica e ela e sua filha (irmã de David) o trataram bem, como parte da família. O esquema funcionou bem por um tempo, mas depois ele começou a fazer menos contato.
Relata-se que a única experiência sexual que David teve foi com uma prostituta na Coréia – e ainda pegou uma doença.

Incendiário e homicida

David Berkowitz tinha um especial prazer em provocar incêndios – foram mais de 1000. Registrou todos, em cadernos.
Aos 23 anos, começou seus ataques homicidas. Foram 8, até ser capturado.
1o ataque de David Berkowitz– 29 de julho de 1976
Nova Iorque. Uma da manhã. Duas amigas, Donna e Jody, 18 e 19 anos respectivamente, conversam no carro de Jody, na entrada do prédio de Donna. Os pais de Donna pedem para ela entrar. Ela começa a despedir-se de Jody. Logo em seguida, um homem aparece. Ela se assusta; ele saca um revólver de dentro de um saco de papel, e dispara 5 tiros. Donna morre imediatamente, com uma bala que acertou seu pescoço. Jody também foi ferida, mas saiu do carro, gritando por socorro.
A polícia conclui que não havia motivos para aquele crime. Teria sido uma execução por engano?
2o ataque – 23 de outubro
Em um carro estão Carl Denaro, 20 anos, e sua amiga Rosemary Keenan. Eles voltavam de uma festa de despedida dele, que iria passar alguns anos na Força Aérea. Eram 2h30 da madrugada. Um homem aparece, no lado do passageiro, novamente. Cinco tiros, mais uma vez. A cabeça de Carl é acertada. No desespero, Rosemary assume o carro e dirige de volta à festa. De lá, Carl é levado ao hospital. Sobrevive.
3o ataque – 26 de novembro
Outra Donna (DeMasi), 16 anos, e sua amiga Joanne, 18 anos, voltavam do cinema, de ônibus. Quando descem, percebem um homem parado e aceleram o passo. Ele vai atrás e começa a perguntar: “Vocês sabem onde…” – mas não termina a frase. Tira um revólver da jaqueta e começa a atirar. Acerta as duas e ainda dispara rumo a uma casa. Elas estavam perto da casa de Joanne, e seus pais saíram, com os gritos delas. Donna ficou bem, Joanne ficou paraplégica.

1977 – os homicídios continuam

4o ataque de David Berkowitz – 30 de janeiro de 1977
Christine, 26, e o noivo John, no início da madrugada, saíam de um estabelecimento chamado “Galeria do Vinho”. Dois tiros são disparados, os dois acertam a garota. Um, na cabeça. Ela morre poucas horas depois.
A polícia começa a ligar os crimes, e só então percebe que estava diante de um “psicopata”. Inicia-se uma força tarefa, sob comando do Capitão Borrelli. Concluiu-se que o assassino preferia matar mulheres.
5o ataque – 8 de março
Uma estudante, Virginia, volta para casa, a pé. Um homem se aproxima dela, saca um revólver. Ela tenta se defender com os livros. Um tiro acerta seu rosto e ela morre imediatamente.
Um homem presencia a cena. O assassino, correndo para fugir, passa por ele e fala: “Oi, senhor!”.
Uma patrulha passa por David Berkowitz, mais adiante, e vai abordá-lo, por estar em alguma atitude suspeita. Mas então ouvem no rádio sobre o assassinato, e desistem dele, dirigindo-se para a cena do crime.

O Assassino do cabibre 44…

No dia seguinte, o comissário de polícia convoca a imprensa e anuncia o perigo. Um novo chefe para Borrelli é juntado à comissão de investigação. Como estava atirando com uma arma calibre 44, o homicida foi chamado inicialmente de “Assassino do Calibre 44″ (“.44 Caliber Killer”). Não havia mais dúvidas: tratava-se de um serial killer.
6o ataque – 17 de abril
Um casal de namorados, em um estacionamento. Valentina, 18 anos, e Alexander, 20. Um carro para ao lado. Dois tiros para cada vítima. Valentina morre na hora e Alexander, no hospital.
Desta vez, o assassino deixou uma carta na cena do crime, para Borrelli – que só foi divulgada na íntegra, para a imprensa, em junho.

…vira “O Filho de Sam”

A missiva dizia:
“Caro Capitão Joseph Borrelli,
Estou profundamente ferido por você falar que sou alguém que odeia as mulheres. Eu não sou isto. Mas eu sou um monstro. Eu sou o ‘Filho de Sam’. (…)
“Saia e mate”, comanda o Pai Sam. (…)”
“Sam”, dizia ainda David Berkowitz, era o cachorro de seu vizinho.
A carta não continha digitais. Ele resolveu escrever também para um repórter.
Desta vez, não apenas a imprensa foi convocada, mas também vários psiquiatras, para ajudarem a polícia a fazer um perfil do assassino, que passou a ser chamado de “O Filho de Sam”.
Suspeitou-se que ele seria um esquizofrênico paranóico.
A lista de suspeitos, criada com as chamadas da população, era interminável.
Em 10 de junho, um homem chamado Jack Cassara recebe uma carta assinada como “Sam”, mas seu conhecido Sam não a mandou. Eles conversam, e descobrem que os cães de ambos haviam sido vítimas de atentados. Eles entram em contato com a polícia. A filha de Sam, aliás, trabalhava no órgão.
A filha de Cassara lembra-se de Berkowitz, que era um locatário da família e não voltou para pegar 200 dólares de caução. E não gostava do cachorro. Fazem novo contato com o centro de investigação. Mas a polícia tinha que lidar com informações demais, nada que efetivamente apontasse para o criminoso.

O Filho de Sam provoca pânico na cidade

7o ataque – 26 de junho
As pessoas quase já não saíam de casa à noite, com medo do serial killer. Mas Judy e Sal, casal de amigos, resolveram ir a uma boate. Quase vazia. Na saída, Judy fala a Sal de como o “Filho de Sam” é assustador. Escutam estampidos. Judy olha no espelho e vê sangue. Seu braço direito não se move. Foram 3 tiros em sua direção. Ele também foi atingido. Os dois sobrevivem.
Um detetive estava na boate quinze minutos antes.
Uma carta de Sam menciona o dia 29 de julho, aniversário de um ano do primeiro ataque, e este dia talvez foi o mais tenso daquele ano, em Nova Iorque (o clima de tensão da época é muito bem retratado no filme “O verão de Sam”). Mas ele só atacaria dois dias depois.
8o ataque do serial killer – 31 de julho
Stacy estava com seu namorado, Bobby. Após o cinema, ele sugeriu andarem no parque. Ela pergunta: “E se o Filho de Sam estiver escondido lá?”. Ele ri e insiste. Ela vai com ele. “Alguém está olhando para nós.”, ela comenta. Quis ir embora, ele insistiu para ficarem.
Logo ele leva dois tiros no rosto. Ela, um. Ela morreu no hospital; ele sobreviveu, com cegueira à esquerda e perda quase total da visão direita.

Balanço das vítimas de David Berkowitz

(m = mulheres; h = homens)
Ataque –>1o2o3o4o5o6o7o8oTotal
mortos1m1m1m1m1h1m5m1h
feridos1m1m1h2m1m1h1h5m3h

A força-tarefa pega O Filho de Sam

Mais de 200 homens estão envolvidos na captura.
Com base na história das cartas para Sam e Cassara e os atentados aos cachorros, dois policiais começaram a investigar David Berkowitz. As informações coletadas vão chegando aos níveis hierárquicos superiores.
Um enfermeiro e policial, chamado Glassman, chama a polícia após um incidente, e mostra cartas que recebeu de David.
Uma multa levada por Berkowitz é a peça final: ele esteve na região de um crime na hora do homicídio.
Em 10 de agosto, policiais chegam à casa de David Berkowitz e esperam que ele saia. Com uma arma apontada para si, já dentro do carro, ele apenas sorri. O policial indaga:
- Agora que eu te peguei, quem eu peguei?
- Você sabe.
- Não, não sei. Me diga.
- Eu sou Sam. David Berkowitz.
Ele confessou calmamente cada um dos crimes. O detetive que o entrevistou disse que ao final da sessão ficou com pena dele. “Esse cara é a porra de um vegetal!”

Antes dos homicídios

Os grandes problemas de David Berkowitz talvez tenham começado antes de seu primeiro ataque confirmado. Em novembro de 1975, ele escreveu uma carta para o pai, onde se dizia “perseguido”. Ficou, então, um mês trancado em casa, saindo só para comer. Escreveu coisas na parede. Perto do Natal, procurou psiquiatras. No dia 25 de dezembro, saiu com uma faca, “caçando” uma mulher. Disse depois que acertou uma. Atacou outra, no mesmo dia, que lutou contra ele. Ele correu, e depois foi comer hambúrguer e batatas fritas.
Trabalhava como segurança, na época. Em janeiro de 76, mudou-se, de aluguel, para uma propriedade ao lado da casa de Jack Cassara, que tinha um pastor alemão.
David disse que não conseguia dormir, perturbado com os latidos, que seriam ordens de demônios.
Um dia antes do primeiro assassinato, largou o emprego de segurança e foi trabalhar como taxista.

As ordens de Sam

serial killer David Berkowitz disse, sobre o primeiro homicídio, que não queria atirar, mas foi forçado pelos demônios, e então gostou. “Sam” também prometeu dar-lhe Donna, a vítima, quando David morresse.
A história que Berkowitz contava dizia respeito a alucinações auditivas de comando, vindas de um intrincado esquema, em que pessoas reais (e cães) eram vistas como demônios. Cassara era o “General Jack Cosmo”. “Sam” trabalhava para Cosmo.
A defesa de David Berkowitz alegou esquizofrenia paranóide. A acusação disse que os “traços” da doença não impediam sua capacidade de enfrentar o júri: “O réu é normal como qualquer pessoa. Talvez um pouco neurótico.”
David Berkowitz foi condenado a 365 anos e prisão.

O Filho de Sam seria uma invenção?

Em 1979, o famoso agente do FBI, Robert Ressler, entrevistou Berkowitz. Para o agente, ficou claro que a história do cachorro que dava ordens a Berkowitz não passava de uma invenção, uma explicação que ele havia criado previamente para o caso de ser capturado.
Ressler acredita que a razão para o serial killer matar mulheres tinha a ver com ressentimentos com sua mãe verdadeira, além da sua incapacidade de estabelecer vínculos satisfatórios com outras mulheres. Ele ficava excitado, então, com os ataques que realizava, e podia masturbar-se depois, já em seu carro.
O agente descobriu várias outras coisas sobre David. Uma foi que ele teve a idéia de mandar a carta ao repórter inspirado em um livro sobre Jack, O Estripador. Outra revelação foi que gostou do apelido que recebeu da imprensa, chegando a desenhar um logotipo para o “Filho de Sam”.

Conversão e arrependimento de Berkowitz

Anos depois, Berkowitz apareceu lendo o salmo 34, e anunciou que havia convertido-se ao catolicismo. Os agentes penitenciários notaram que suas atitudes na cadeia tornaram-se mais pacíficas, tornando-se um prisioneiro tranquilo. Antes, havia envolvido-se em conflitos, indisciplina. Mas muitos acreditam que esta conversão seja uma farsa, por causa de indícios contrários que teriam surgido depois (como ainda vangloriar-se dos crimes).
David Berkowitz afirmou:
“Após procurar muito por minha alma e rezar muito, decidi que seria melhor simplesmente encarar vocês e pedir desculpas. Não estou pedindo perdão. Não acho que eu mereço perdão.
Eu não entendo o que aconteceu. Foi um pesadelo. Eu estava atormentado, em minha mente e meu espírito. Naquela época, minha vida estava fora de controle.
Eu pensei que era um soldado do demônio. Não estou empurrando a culpa em nada. Eu carrego toda a responsabilidade.”

Satanismo?

Anos depois, Berkowitz afirmou que participava de um grupo de satanistas, na época dos crimes, e que havia, portanto, outras pessoas envolvidas. Esta hipótese não levou a conclusões definitivas.
serial killer David Berkowitz ainda vive.
*
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Material do blog O Serial Killer

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