quinta-feira, 23 de agosto de 2012

TED BUNDY


THEODORE ROBERT COWELL / BUNDY
americano; nascimento: 1946 – morte: 1989
ASSASSINATOS: 36 ou mais
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A HISTÓRIA DE TED BUNDY

Enganaram o pequeno Ted

Uma moça muito jovem, que havia saído com um segurança algumas vezes, fica grávida. Seus pais decidem que, quando a criança nascer, a assumirão como se eles fossem os pais. Foi nesta casa que nasceu Theodore.
Fizeram o pequeno “Ted” (ou “Teddy”) acreditar, portanto, que seus avós maternos eram seus pais e que sua mãe biológica era sua irmã. O pai verdadeiro ele nunca conheceu.
Ted diria, anos depois, que amava o avô, mas outros membros da família declararam que o avô de Ted era um homem violento – chutava cachorros, agredia mulheres…
Conta-se que quando Ted tinha 3 anos, uma tia sua, ao acordar, percebeu que ele estava a seu lado manipulando facas – e ela ficou com medo da criança.
Quando tinha 4 anos, a mãe verdadeira mudou de cidade, levando-o, e um ano depois ela se casou. Theodore então recebeu o sobrenome Bundy. O casal teve quatro filhos, crianças que Ted ajudou a cuidar. O marido da mãe até tentou estabelecer uma relação mais próxima com Ted, mas foi em vão. Ele era muito tímido e os colegas de escola o provocavam. Relatos de seus professores falam de um temperamento imprevisível, explosivo. Contudo, tirava boas notas.
Na adolescência, Ted Bundy passou a se socializar mais. Tinha interesses por esqui e política.
Começou a trabalhar em empregos simples, mas permanecia pouco tempo nestes.

O primeiro amor de Ted Bundy

Em 1967, aos 21 anos, Ted Bundy conheceu uma garota bonita e de boa família, Leslie Holland. Aparentemente, foi com ela que ele teve sua primeira relação sexual, e Ted gostava mais dela do que ela dele. Ela o achava sem objetivos e ele, com mentiras, tentava impressioná-la.
Suspeita-se que, nesta época, ele também cometia furtos – até de carros.
No ano seguinte, ela terminou com ele, após se formar. Ted ficou um tempo deprimido e obcecado com ela.
Em 69, Ted finalmente fica sabendo que sua “irmã” é, na verdade, sua mãe. Não mudou o comportamento com ela, mas ficou ainda mais distante do pai adotivo.

Ajudando pessoas em crise

Ted estudou Psicologia na universidade, e seus professores gostavam dele, que tinha um bom desempenho.
Bundy conheceu então uma secretária tímida, separada e com uma filha, com quem ficou envolvido por cinco anos, Elizabeth Kendall (na verdade, pseudônimo adotado por ela ao escrever um livro sobre a história, “My life with Ted Bundy”).
Ela queria se casar com ele, ele dizia ainda não estar “na hora”, e ela suspeitava que ele mantinha outros encontros.
Ted levava uma vida aparente de homem “do bem”. Perseguiu um batedor de carteiras. Recebeu uma medalha por salvar um garoto de 3 anos que se afogava em um lago. Começou a se envolver mais com a política. E prestava assistência, como voluntário, em um serviço telefônico de ajuda emocional a pessoas em crise.
Ann Rule, que escrevia artigos policiais para revistas, por um ano foi sua colega neste serviço, na Crisis Clinic. Conta que, nas noites de domingos e terças-feiras, ficavam apenas os dois em uma casa. Por uma enorme coincidência, pouco depois ela foi contratada por uma editora para escrever um livro1 sobre o serial killer que assombrava a região, mas que ainda não havia sido identificado…
Ted era membro ativo do Partido Republicano e, em 1973, em uma viagem do partido, reencontrou a primeira namorada, Leslie, com quem ele ainda falava ocasionalmente. Como ele estava mudado, ela se interessou nele, e mantiveram encontros, sem ela saber de Elizabeth. Mas logo ele mudou, ficou frio, perdeu o interesse nela. Em fevereiro de 74, ele desapareceu da vida dela.

As primeiras poças de sangue

Linda Ann Healy era uma bela jovem, que trabalhava em uma rádio como comentarista do tempo. Tinha 21 anos e estudava Psicologia. Ted tinha 27. Na noite de 30 de janeiro de 1974, ela saiu para um pequeno bar próximo a sua casa, com amigas com as quais morava, para tomar uma cerveja após o jantar. Logo se despediu das amigas, disse que iria para casa ver televisão e ligar para o namorado.
Pela manhã, a sua cama estava vazia. No fim do dia, seus pais estranharam, pois ela não apareceu na casa deles como de costume, e chamaram a polícia. No seu quarto, a cama estava arrumada de um jeito diferente do habitual e alguns objetos faltavam. Também encontraram vestígios de sangue. A polícia não suspeitou da gravidade do caso e não recolheu muitas provas.
Seu crânio só seria achado no ano seguinte, com marcas de espancamento severo; o resto de seu corpo nunca foi encontrado.

“Você pode me ajudar com esses livros?”

Nos meses seguintes, outros desaparecimentos aconteceram, e todas as garotas eram parecidas em alguns aspectos: brancas, jovens, com cabelos escuros, longos e, geralmente, repartidos ao meio. Algumas pessoas que as viram antes de sumir relataram tê-las visto conversando com um homem usando gesso no braço e pedindo ajuda para carregar alguns livros.
Em agosto de 74, a polícia encontrou, em um parque, os crânios de duas garotas, Janice Ott e Denise Laslund – ambas desaparecidas no dia 14 de julho, em horários diferentes. Uma testemunha deste caso ouviu o assassino dizer às garotas, quando as abordou, que se chamava Ted. Outras duas mulheres, juntas, haviam sido abordadas por Ted no mesmo dia e local, mas não o ajudaram a carregar os livros para seu carro.

Por causa de denúncias decorrentes do divulgado retrato falado do suspeito, Ted Bundy passou a ser investigado.

Mais uma, e mais uma…

Uma amiga de Elizabeth Kendall, a namorada de Ted, também viu o retrato falado e o achou parecido com Ted. Havia mais motivos para Elizabeth acreditar, como o Fusca (Ted tinha um)e a atadura (ela viu uma nos pertences dele mas nunca o havia visto usá-la) usados pelo criminoso. Elizabeth entrou em contato com a polícia, que solicitou-lhe retratos de Ted – mas testemunhas dos sequestros não o reconheceram nas fotos. A polícia deixou Ted de lado.
Ted Bundy foi para outro Estado (ele acabaria matando em vários Estados diferentes). Em outubro, a filha de um chefe de polícia, Melissa Smith, de 17 anos, foi estrangulada, estuprada e sodomizada.
Já Laura Aime, de 17 anos, sofreu pancadas no rosto e a mesma violência sexual.
Em novembro, Ted Bundy conseguiu colocar Carol DaRonch em seu carro. Quando tentou algemá-la, ela escapou do carro. Ele saiu com uma barra de ferro atrás dela, mas ela chutou seus testículos e saiu correndo. No mesmo dia, ele capturou Debby Kent.
Uma outra vítima sobrevivente, Joni Lenz, atacada em 1974, foi encontrada em seu quarto, tendo apanhado muito e com um apoio da cama enfiado em sua vagina. Ficou com seqüelas físicas e emocionais o resto da sua vida.
Em janeiro de 75, a vítima foi Caryn Campbell, encontrada quase um mês depois, perto de uma estrada, o corpo comido por animais. Poucos meses depois, desapareceu Brenda Ball. E logo outra, e outra…
Entre 74 e 78, Ted fez cerca de 36 vítimas. Bundy nunca confirmou o número exato. Em uma ocasião, quando mencionaram-lhe este número, ele deu um sorriso e disse aos detetives: “Acrescentem um dígito e terão o total.” A escritora Ann Rule pergunta: “Ele queria dizer 37? Ou 136? Ou 360?”.
Ou quis apenas “brincar”?

Capturado e julgado

A captura definitiva de Ted Bundy foi trabalhosa.
Em agosto de 75, um policial achou suspeito um motorista que rondava um bairro. Quando tentou abordá-lo, ele fugiu, mas acabou batendo. O policial notou que faltava o banco de passageiros do carro. E foram encontrados uma barra, máscara de esqui, algemas, uma corda e um picador de gelo. Ted foi preso.
Carol, aquela que fugiu do carro, o reconheceu. Assim como conhecidos de Debby, que o viram abordando-a. Ele alegava inocência.

A namorada Elizabeth, depondo, disse que no último ano Ted tinha pouco interesse sexual e, quando tinha, queria praticar alguma violência leve (“bondage”). E forneceu informações valiosas, como o paradeiro dele no dia dos sumiços. Outras pistas foram surgindo.
Em fevereiro de 76, Ted Bundy foi levado a julgamento pelo seqüestro de Carol. Ele estava tranquilo. E negou a acusação. Entretanto, foi condenado à prisão. Preso, foi avaliado por psicólogos que, entre várias hipóteses, lançaram uma interessante, sobre o seu funcionamento psíquico: Ted tinha medo de ser humilhado em suas relações com as mulheres.

Saindo pela porta da frente do presídio

Enquanto isto, a investigação dos outros crimes continuava, e provas se avolumavam.
Na preparação para o julgamento do caso Caryn, Ted ficou insatisfeito com seu advogado. Ele resolveu defender a si mesmo (atitude permitida nos EUA). Ele tinha autorização para ir à biblioteca da prisão, estudar para a sua defesa. Mas Ted tinha outros planos… Em junho, ele pulou por uma janela aberta da biblioteca. Machucou-se, mas estava livre.
Cerca de 150 homens saíram à sua caça, mas não conseguiram achá-lo. Nesta época, Ted Bundy sentia-se invencível. “Nada saía errado. Se algo saía, a próxima coisa que acontecia era tão boa que compensava. Era até mesmo melhor.” – disse ele posteriormente.
Bundy roubava alimentos, dormia em vários locais diferentes. Quando conseguiu roubar um carro para sair da cidade, foi pego.
Agora, quando ia à biblioteca da prisão, era algemado e com ferros nos pés. Mas ele não desistiu. Escapou de sua cela, pelo teto, e parou na sala de um guarda. Depois, saiu pela porta da frente do presídio. Quando perceberam seu desaparecimento, ele já estava a caminho de outro Estado, onde se alojou usando um nome falso. Passava os dias no campus de uma faculdade, onde assistia a algumas aulas, ou ficava em casa vendo televisão – roubada, é claro, assim como tudo o mais do apartamento.

Curando a abstinência de matar


Em janeiro de 78, Ted Bundy entrou em um alojamento feminino de estudantes (o Chi Omega). Ted agiu desesperadamente, freneticamente, como quem precisasse saciar uma longa abstinência de violência, sexo e sangue. As garotas foram atacadas enquanto dormiam. Duas morreram. Em uma, o mamilo quase foi arrancado por uma mordida, além de ter sofrido invasão sexual com uma lata de spray para cabelo. Em outra, o cérebro ficou exposto, resultado das pancadas que recebeu na cabeça. Duas outras ficaram paraplégicas. Ted Bundy teve que fugir porque uma, além de ter visto seu rosto, conseguiu reagir.

A poucas centenas de metros dali, Ted atacou outra mulher, no apartamento dela. Os gritos acordaram os vizinhos e a polícia chegou logo, e a encontrou viva. Haviam poucas provas deixadas esta noite: fios de cabelo em uma máscara, a marca de uma mordida nas nádegas de uma vítima…
Kimberly Leach, finalmente, foi a última vítima conhecida de Ted Bundy. Ela tinha 12 anos, e o caso aconteceu em fevereiro de 78. Seu corpo só foi achado semanas depois.

Sob a luz dos holofotes, até o final

Nesse mês de fevereiro ainda, um policial suspeitou de um Fusca desconhecido na região que patrulhava. Ted tentou fugir, mas parou e, quando ia ser algemado, iniciou luta com o guarda. O guarda venceu.
Ted seria levado a julgamento pelos crimes no Chi Omega e pelo assassinato de Kimberly. Agora ele já era um serial killer notório. Novamente, assumiu sua defesa e negava os fatos.
O julgamento do Chi atraiu bastante a imprensa. A testemunha ocular do Chi complicou Ted. Mas a prova mais contundente foi a análise da mordida – a marca dos dentes na nádega batia exatamente com a dentição de Ted. Sem expressar emoção, Ted Bundy escutou o veredito: culpado.
Mas a pena seria decidida em outro julgamento, ainda. A mãe de Ted chorou e pediu por sua vida. Ted culpou a mídia por sua condenação e disse que seria um absurdo pedir perdão por algo que ele não fez. Nada adiantou. Ted foi duplamente condenado à morte, na cadeira elétrica.
Foram estes julgamentos que ajudaram a tornar Ted tanto um “monstro”, para a maioria das pessoas, quanto um ídolo para algumas – ele era bonito, bem articulado.

Mas ainda havia o julgamento do caso Kimberly. Desta vez, ele aceitou advogados, que resolveram tentar a alegação de insanidade mental. Ted estava aparentemente nervoso e discutiu com uma testemunha. A prova mais contundente foi o encontro de fibras da roupa da garota no veículo que Ted estaria usando na época. O julgamento durou um mês! Culpado, mais uma vez.
No dia da deliberação do veredito, exatamente dois anos após a morte de Kimberly, ele e Carole Ann Boone, testemunha de defesa, trocaram votos de casamento e, segundo as leis do locais, se isto fosse feito em ambiente legal o casamento seria considerado válido. Isto pegou a todos de surpresa. Mas não mudou em nada a pena. Ted foi condenado à morte, mais uma vez.
Já com outros advogados, tentou apelação, que foi negada. A morte estava marcada para março de 1986. Enquanto outra apelação corria, a data da execução foi remarcada, para janeiro de 89. Nesse ínterim, Ted ainda ajudou a polícia a pensar no caso do “Green River killer” – segundo Robert Keppel, o detetive que conversava com Ted, Bundy aparentava ciúmes ou inveja deste outro assassino.
Ted resolveu contar alguns detalhes de seus crimes. Disse que guardou a cabeça de algumas vítimas como troféu. Também falou de necrofilia. Este policial estima que Ted pode ter feito mais de cem vítimas, algumas antes da primeira conhecida.
Ted tentou, no fim, negociar um prazo de mais alguns anos de vida em troca de mais algumas confissões, sem sucesso.
Após o anúncio de sua morte, o público de fora da prisão ovacionou e foguetes estouraram no céu.
Seu corpo foi cremado.

Conselhos para a sociedade, por Ted Bundy

Ted foi bastante pesquisado, entrevistado, e foi objeto de vários livros.

Falando a Stephen Michaud sobre o homicídio sexual, disse, em terceira pessoa: “O encontro sexual inicial pode ser um mais-ou-menos voluntário que não gratifica inteiramente o espectro de desejos que ele queria. E então, seu desejo sexual cresce… este outro precisa possuí-la totalmente. Enquanto ela repousa lá, algo entre o sono e o coma, ele a estrungula até a morte.”.
Segundo Ted, esta posse sobre a vítima era fundamental, “como alguém possui uma planta em um vaso, uma pintura ou um Porsche”.
Pouco antes de sua execução, ele admitiu a detetives que tinha alguns comportamentos necrofílicos: visitava os corpos abandonados de algumas vítimas, e uma foi encontrada com xampu no cabelo, aplicado após sua morte. Outra, com maquiagem. “Se você tiver tempo, elas podem ser quem você quiser que elas sejam.”
Bundy também fotografou algumas vítimas e guardou pedaços de seus crânios em seu apartamento. Ted disse que chegou a ter 4 ou 5 cabeças guardadas em casa. “Quando você trabalha duro para fazer algo corretamente, você não quer esquecer isto.”
Ted disse a Robert Keppell que, no começo, ficava apavorado logo após os crimes. “Acordar de manhã e tomar consciência do que eu fiz, com a mente clara, com toda a essência da minha moral e com os sentimentos éticos intactos, absolutamente me horrorizava.” Mas pouco depois ele já se sentia bem. Disse que o álcool o ajudava a cometer os crimes, mas não que estivesse tão embriagado a ponto de não saber o que estava fazendo. O álcool o ajudava a “atravessar a fronteira”. Ted também usava maconha com o mesmo intuito.
Keppell faz uma análise interessantíssima da personalidade de Bundy. Segundo ele, eram “quatro diferentes pessoas” em ação – mas ele esclarece: nada a ver com múltiplas personalidades que se alternam, e sim, aspectos diferentes coabitando em uma única mente, simultaneamente. Uma, grandiosa, orgulhosa, que queria negociar sua vida com advogados e governadores. A segunda, numa extremidade oposta, um rapaz bastante derrotado, desprezível. A terceira, alguém terrificado e confuso com o que fez. Por fim, um psicopata, capaz de tornar-se “invisível” quando necessário, mantendo o controle de tudo à sua volta – detetives, guardas, advogados, todo o mundo. “Ele sabia onde ele estava a cada momento. Ele sabia quem ele era.”
Ao detetive Bill Hagmaier, Ted Bundy deu uma de suas mais famosas declarações: “Assassinato não é simplesmente um crime de luxúria ou violência. Torna-se possessão. Elas são parte de você… Você sente o último restinho de ar deixando seus corpos… Você está olhando nos olhos delas… Uma pessoa nesta situação é Deus.”.
A última entrevista de Ted Bundy, um dia antes de ser executado, foi cedida ao psicólogo James Dobson. Foi filmada e trechos são facilmente encontráveis na internet2.Na entrevista final Ted falou sobre o início de seus crimes, mais uma vez. “Por um par de anos, eu fiquei lutando com inibições muito fortes minhas contra comportamentos criminosos e violentos.”
“Não há maneira de descrever a urgência brutal de fazer aquilo, e uma vez que era satisfeita, e o nível de energia declinava, eu me tornava eu mesmo de novo. Basicamente, eu era uma pessoa normal…”
Nesta entrevista, ele põe parte da culpa dos seus atos sobre o consumo de pornografia “pesada”. “Eu não estou culpando a pornografia. A questão é como esse tipo de literatura contribui e ajuda a moldar e dar forma a tipos de comportamento violento. Uma vez que você fica viciado nisso – e eu vejo isso como um tipo de dependência -, você procura por coisas mais potentes, mais explícitas, mais tipos de material gráfico.”
Uma pequena frase dita nesta entrevista foi freqüentemente distorcida, posteriormente: “Nós somos seus filhos e maridos”. Ele referia-se ao público que consome e é influenciado pela pornografia e violência que estão na mídia, e dizia que estas pessoas não eram monstros antes disto, deste consumo, mas podem virar. A frase tem sido divulgada como “Nós, serial killers, somos seus filhos e seus maridos…”, como se fosse uma ameaça do tipo “eu morrerei, mas eles continuarão”. Na verdade, nesta ocasião Ted aconselha à sociedade que pense nesta questão. “A sociedade deve se proteger dela mesma.” , ele afirma, lucidamente.
Bundy tinha consciência de que suas palavras poderiam ser vistas apenas como uma tentativa de benefício próprio, mas completou: “através da ajuda de Deus, eu pude chegar, muito tarde, ao ponto onde eu posso sentir a dor e o sofrimento pelos quais eu sou responsável. Sim. Totalmente! (…) É difícil falar sobre o que aconteceu, porque isto revive todos aqueles terríveis sentimentos. Eu sinto a dor e o horror daquilo. (…) Eu não espero que me perdoem. Eu não estou pedindo por isto.” Muitos acreditam que estas declarações são falsas. Primeiramente, porque ao emiti-las sua face não demonstrava sofrimento algum. Além disto, alega-se que, se houvesse mesmo este profundo arrependimento, ele teria colaborado mais adequadamente com a resolução definitiva da questão de quantas e quais foram suas vítimas.
Notas:
1 – o livro de Ann Rule, intitulado “The stranger beside me” (“O estranho ao meu lado”), foi publicado em 1980 e já passou da 50a edição.
2 – entrevista final de Ted Bundy (trecho; em inglês):

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