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segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Febrônio Índio do Brasil " O Filho da Luz


Febrônio Índio do Brasil é uma das mais intrigantes e assustadoras figuras na história brasileira. Filho de açogueiro, durante a década de 20, Febrônio era antes de tudo um criminoso. Atuou como médico e dentista sem licença ou formação em diversas cidades do Brasil, inclusive Curitiba, deixando um rastro de mortos pela sua má prática da medicina.
Febrônio Índio do Brasil " O Filho da Luz

Febrônio Índio do Brasil é uma das mais intrigantes e assustadoras figuras na história brasileira. Filho de açogueiro, durante a década de 20, Febrônio era antes de tudo um criminoso. Atuou como médico e dentista sem licença ou formação em diversas cidades do Brasil, inclusive Curitiba, deixando um rastro de mortos pela sua má prática da medicina.

No final dos anos 20, depois de uma visão mística, Febrônio tornou-se um profeta. Evangelizador de uma religião própria que pregava a existência do Deus-Vivo. Sua missão, de acordo com as ordens de uma santa loura que apareceu em sua visão, era "escrever um livro e marcar os jovens eleitos com as letras D.C. V.X. V.I., tatuagem que é o símbolo do Deus- Vivo, ainda que com o emprego da violência!". Escreveu um livro chamado As Revelações do Príncipe do Fogo, onde descrevia prolixamente esta religião. Todos os exemplares dos livros foram queimados pela polícia federal logo após sua prisão.

Uma espécie de "bicho-papão" para as crianças brasileiras das décadas de 20 e 30 (era comum os pais dizerem "se você não se comportar, o Febrônio vai te pegar", para as crianças que faziam malcriações), ganhou esta fama ao ser preso, em 1927, sob a acusação de ter estrangulado dois menores que resistiram a seus ataques homossexuais: Alamiro José Ribeiro, em 17 de agosto, e João Ferreira, no dia 29 do mesmo mês. Os corpos, encontrados na Barra da Tijuca, tornaram Febrônio um dos criminosos mais conhecidos do Brasil. Ele chegava a conversar com parentes das vítimas oferecendo emprego aos menores.

Mas o mineiro já era velho conhecido da polícia, tendo sua primeira prisão ocorrido em 1916, aos 21 anos, depois da qual se acumularam outras 29, por motivos diversos como roubo, vadiagem e chantagem. Além disso, segundo palavras do diretor da Casa de Detenção a seu respeito: "consta que ele entrega-se ao vício da pederastia". Depois de assassinar e tatuar quase uma dezena de jovens, Febrônio foi para um manicômio. Fugiu e foi recapturado.

Em junho de 1984 foi lançado o curta-metragem "O Príncipe do Fogo", de Sílvio Da-Rin, tendo Febrônio como tema. Dois meses depois, aos 89 anos e completamente senil, o preso mais antigo do Brasil, interno número 000001 do Manicômio Judiciário, morreu de edema pulmonar agudo. Havia passado 57 anos no hospício.
  Autor:   http://redenet11.blogspot.com/2011/01/febronio-indio-do-brasil-o-filho-da-luz.html

O Maniaco da Cruz



Um garoto de boa aparência, sociável e trabalhador. Ao falar de seus crimes, frio e vaidoso. Este é o perfil do adolescente de 16 Visite: Gospel, Noticias Gospel, Videos Gospel, Musica Gospel anos, após confessar três assassinatos em série, em Rio Brilhante. Ele disse que escolhia as vítimas aleatoriamente e após uma conversa, que na verdade era uma entrevista, ele classificava a pessoa como "pura" ou "impura" e com base nisso, se ela deveria ou não continuar vivendo. O primeiro assassinato foi no dia 24 de julho. O adolescente disse que o pedreiro Catalino Cardena, 33 anos, teria o assediado, propondo manter relações sexuais e por isso resolveu matá-lo
O Maniaco da Cruz


Um garoto de boa aparência, sociável e trabalhador. Ao falar de seus crimes, frio e vaidoso. Este é o perfil do adolescente de 16 Visite: Gospel, Noticias Gospel, Videos Gospel, Musica Gospel anos, após confessar três assassinatos em série, em Rio Brilhante. Ele disse que escolhia as vítimas aleatoriamente e após uma conversa, que na verdade era uma entrevista, ele classificava a pessoa como "pura" ou "impura" e com base nisso, se ela deveria ou não continuar vivendo. O primeiro assassinato foi no dia 24 de julho. O adolescente disse que o pedreiro Catalino Cardena, 33 anos, teria o assediado, propondo manter relações sexuais e por isso resolveu matá-lo. Catalino recebeu um golpe de faca e depois o adolescente usou um canivete para escrever INRI (Jesus Nazareno Rei dos Judeus) no peito dele. Depois de cometer o primeiro crime, o adolescente não voltou mais à escola, onde cursava o 9º ano do Ensino Fundamental. Um mês depois Letícia Neves de Oliveira, 22 anos era assassinada. O rapaz a abordou próximo da casa dela, que fica em frente ao cemitério e começou a conversar. No diálogo ele perguntava primeiro se a pessoa acreditava em Deus, depois se tinha namorado e se já havia mantido relações sexuais. Letícia seria também, homossexual e o adolescente julgou que ela deveria morrer. Em todos os casos ele aplicava uma gravata na vítima e, encostando uma faca no corpo dela, a obrigava a ir ao local onde consumaria o assassinato.

Letícia foi morta por estrangulamento e deixada sobre um túmulo e despida. Como ela tinha uma tatuagem de cruz no peito ele resolveu não deixar marca. Em setembro não houve crime. O garoto chegou a abordar e conversar com uma garota, chamada Carla, mas considerou que ela "era pura" e que não merecia morrer. A garota foi ouvida pela polícia, como única testemunha, e confirmou a abordagem. O último crime foi nesta semana. O corpo de Gleice Kelly da Silva, 13 anos, foi encontrado em um terreno baldio no assentamento Por do Sol, sem a blusa e o sutiã. Esta vítima o adolescente classificou como "desobediente" porque se negou a ficar de costas para que ele a estrangulasse. Próximo ao corpo ele deixou um bilhete com várias cruzes e letras soltas que, dentre as possibilidades, formava a palavra "INFERNO". O rapaz não mostra arrependimento. Ele conta que no momento em que estrangulava as vítimas perguntava: "E agora, você acredita no seu Deus". Segundo ele, na maioria das vezes, em pânico a vítima dava resposta negativa. Depois que a vítima desfalecia, ele conferia se o coração ainda batia. No caso de Gleice ele chegou a pensar em terminar de matá-la com uma faca, mas como estava sem ponta voltou a estrangular a adolescente até que ela morresse. Os assassinatos em série ficaram conhecidos como crimes do "maníaco da cruz" porque tinham uma peculiaridade: os corpos eram colocados em posição de crucificação, com as penas cruzadas e os braços abertos. O adolescente disse, em depoimento, que isso era para que as vítimas "encontrassem seu Deus". O adolescente diz cultuar a imagem de satanás e acredita que estava ajudando as pessoas que matavam a ficarem próximas do Deus em que elas acreditavam. Meticuloso, ele usava luvas cirúrgicas para não produzir provas. Outra marca do garoto era a vaidade. Ele gostava de ver notícias sobre seus crimes, no quarto dele foram encontrados três jornais com reportagens sobre os assassinatos. "Ele disse que se sentia bastante capacitado", conta a delegada Maria de Lourdes Cano.Ele também guardava objetos relacionados aos crimes, como a blusa e uma pulseira de Gleice, o celular dela e o de Letícia. Quando a polícia chegou à casa do adolescente, encontrou o canivete usado para escrever a palavra "INRI" no corpo de Catalino, ainda com a mancha de sangue. Foram encontrados no quarto do adolescente posters do "Maníaco do Parque" e de diabo. Havia revistas pornográficas, onde ele avaliava o perfil das garotas para ter um parâmetro de como classificar as vítimas como "vadias" e foram apreendidos dois CDs, cujo conteúdo não foi informado. Foi achado, ainda, um envelope de cor azul, dentro do qual havia um papel com nome das vítimas, escrito em vermelho. Dentre elas, está a moça que foi abordada, mas que ele desistiu de matar, de nome Carla. A frente uma barra e a palavra "salva".Os pais do adolescente, segundo apurou a polícia, não desconfiavam do envolvimento dele nos crimes. Segundo familiares das vítimas, o pai dele era vigia e dava aulas de caratê.
  Web site: http://redenet11.blogspot.com/2011/01/historia-o-maniaco-da-cruz.html  Autor:   redenet11.blogspot.com

LA CONGA: O CRIME QUE CHOCOU A POPULAÇÃO DE ARACAJU


Diariamente somos surpreendidos com notícias sobre a violência no Estado de Sergipe e em particular na cidade de Aracaju, veinculadas através dos meios de comunicação. Aracaju que já foi considerada uma cidade tranquila, torna-se cada dia mais parecida com as grandes capitais do Brasil. Na década de 60, como eram poucos os casos de violência em Aracaju, o assassinato de um menor chocou a população aracajuana:
LA CONGA: O CRIME QUE CHOCOU A POPULAÇÃO DE ARACAJU

La Conga.

Revista da Associação Sergipana de Imprensa nr. 06 - 1961.


Diariamente somos surpreendidos com notícias sobre a violência no Estado de Sergipe e em particular na cidade de Aracaju, veinculadas através dos meios de comunicação. Aracaju que já foi considerada uma cidade tranquila, torna-se cada dia mais parecida com as grandes capitais do Brasil. Na década de 60, como eram poucos os casos de violência em Aracaju, o assassinato de um menor chocou a população aracajuana:


O Caso La Conga


No dia 1º de maio de 1961, Antonio F. de Macedo, (Ex-Cabo do Corpo de Bombeiros e sapateiro) conhecido por La Conga, com a ajuda de sua companheira Edite M. de Jesus, assassinou o menor Carlos Werneck e enterrou o corpo em um areal nas proximidades do atual Instituto de Educação Rui Barbosa.

Segundo os Jornais da época, o crime chocou a população aracajuana e foi motivado por desentendimentos entre Antonio F. de Macedo (La Conga) e o pai de Carlos Wernek.

O corpo foi achado em adiantado estado de putrefação por pessoas que retiravam areia do local. Ao se depararem com o mesmo, procuraram as autoridades policiais. A Polícia e o Corpo de Bombeiros do Município procederam a retirada do corpo e chegaram a conclusão de que se tratava do menor Carlos Werneck. Segundo relatos, La Conga e sua companheira atraíram o menor para o quintal de sua residência, na Rua Santa Catarina - Bairro Siqueira Campos, lá taparam a boca do menor, deram uma cacetada e logo após o estrangularam. Inicialmente o corpo foi escondido em um armário e somente altas horas da madrugada é que foi levado para o areal, enrolado em uma esteira, e logo após enterrado.

La Conga, que trabalhava como sapateiro, teve o cuidado de passar uma tinta no objeto que deferiu o golpe na cabeça do menor. Com o passar do tempo, durante as investigações, foram encontradas manchas de sangue no armário e uma baleadeira que pertencia ao menor. Com estas provas, a Polícia não teve dúvidas da autoria do crime.

A solução do crime e a condenação dos criminosos, foi acompanhada pela população de Aracaju, através de jornais e do rádio que transmitiu o julgamento. Um dos programas de rádio foi o Calendário, da Rádio Liberdade, que era apresentado pelo locutor Santos Mendonça.

La Conga não era réu primário e foi condenado a 30 anos de reclusão e sua companheira a 21 anos.

La Conga faleceu em casa, vítima de um ataque cardíaco no ano de 1976, conforme noticiou o Jornal Gazeta de Sergipe nr. 5.412 de 23/04/1976.

Em 2008, na 8ª edição do Curta-SE - Festival Ibero-Americano de Curtas-Metragens de Sergipe, foi apresentado um Documentário cujo título era : Você Conhece La Conga?, de Sérgio Borges, que narra relatos de parentes da vítima e de pessoas que acompanharam o caso.


Fontes: Jornal Gazeta de Sergipe nr. 1019 - 17/07/1961.

Jornal Gazeta de Sergipe nr. 1020 - 19/07/1961.

Revista da Associação Sergipana de Imprensa nr. 06 -1961.
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José da Paz Bezerra " O Monstro do Morumbi


No final dos anos 60 e começo dos 70, sete mulheres foram brutalmente assassinadas por estrangulamento e seus corpos abandados em terrenos baldios do Morumbi
José da Paz Bezerra " O Monstro do Morumbi

No final dos anos 60 e começo dos 70, sete mulheres foram brutalmente assassinadas por estrangulamento e seus corpos abandados em terrenos baldios do Morumbi. A polícia não tinha pistas do criminoso. Suas vítimas foram encontradas do mesmo jeito: nuas ou seminuas, pés e mãos amarrados com uma corda improvisada com pedaços de suas roupas (meias de náilon, sutiãs, calcinhas, lenços, blusas, saias), boca, nariz e ouvidos tampados com pedaços de jornal e papel amassados, e uma tira de tecido que servia como mordaça e como enforcador ao mesmo tempo. De cada uma das vítimas, o assassino levava o dinheiro, as jóias e uma peça de roupa, que dava de presente à companheira. Foi ela que, cansada de pular de emprego em emprego por conta do marido, acabou denunciando-o à polícia. Ao saber-se descoberto, o assassino fugiu e foi para o Pará, onde matou outras três mulheres e foi, finalmente, capturado. José Paes Bezerra após estrangular essas mulheres, sem antes tê-las violentado e cujos corpos foram encontrados em uma área de mata fechada onde hoje está edificado um dos conjuntos Cidade Nova, ele preparava-se para matar mais uma mulher. Porém, ao entrar na mesma mata com idêntico propósito, percebeu que estava apaixonado por essa mulher, razão pela qual resolveu poupar a vida dela. A decisão acabou por ser vital para sua identificação, localização e prisão. O acusado dormia nu, sob a cama em um quarto, totalmente às escuras, na Vila Almeida, no bairro do Jurunas. A prisão, aliás, causou grande impacto na outrora pacata sociedade paraense. Ao ser preso o "Monstro do Morumbi", confessou os crimes. À medida que confessava seus crimes, maiores eram as atenções, concentrando nesta cidade profissionais de imprensa de todo o Brasil e exterior, já que se estava diante de um dos mais perversos assassinos em série da crônica policial brasileira. O modo como escolhia a vítima era sempre o mesmo: com as mesmas características físicas que, mais tarde, viria a se saber que eram as da sua mãe. Para ganhar a confiança das mulheres que matava, José Paes Bezerra criava um vínculo com elas, convidando-as para sair ou pedindo-as em namoro. Quando elas caíam em sua lábia, ele as levava para um matagal na região do Morumbi e as matava. Segundo especialistas, o motivo que o levou a cometer os crimes pode estar ligado à sua infância traumática. Com seis anos de idade, Bezerra era responsável por limpar as feridas do pai hanseníaco (leproso), e sua mãe, prostituta, o levava para seus programas. Enquanto o pai definhava na cama, Bezerra presenciava a vida sexual da mãe. Passou a nutrir ódio compulsivo pelas mulheres, o que o teria levado a praticar os crimes. Bezerra dizia com naturalidade ter matado mais de 24 mulheres, mas a polícia não conseguiu provas para acusá-lo de todos os crimes. Perto dos corpos havia sempre restos de papel de presente. Depois se soube que ele pegava algum bem das vítimas e levava de presente para sua mulher. Ambos trabalhavam em casa de família. Foi condenado pelo assassinato de quatro vítimas. Quando preso ele teria dito que só sentia prazer se fizesse relação com uma parceira que estivesse imóvel como morta, motivo que fez com que ele pegasse gosto por matar as vítimas antes de violentá-las. Cumpriu a pena máxima de 30 anos e foi libertado em 2001. Sua localização é desconhecida. Especula-se que ele adotou o nome de José Guerra Leitão, mas isso nunca foi comprovado. O delegado da prisão onde José cumpriu seus 30 anos afirmou que hoje seu paradeiro é ignorado e que provavelmente ele esteja produzindo outras vítimas.
  Web site: redenet11.blogspot.com/2011/01/jose-da-paz-bezerra-o-monstro-do.html  Autor:   redenet11.blogspot.com/2011/01/jose-da-paz-bezerra-o-monstro-do.html

RICHARD SPECK, O terror das enfermeiras


Richard Franklin Speck, 24 anos, lixeiro semi-analfabeto de Chicago, era fanático por quadrinhos e viciado em drogras e álcool. Tinha a frase "Born to Raise Hell" ("Nascido pra zuar", em tradução anos 90) tatuada no antebraço. Na noite de 14 de julho de 1966, completamente bêbado e armado com um revólver e uma faca, invadiu a casa de nove enfermeiras que moravam juntas. Após amarrá-las, matou-as uma a uma. A única sobrevivente foi Cotazón Amurao, de 23 anos, que se arrastou para baixo de uma cama e ficou escondida durante o massacre.
RICHARD SPECK, O terror das enfermeiras


Richard Franklin Speck, 24 anos, lixeiro semi-analfabeto de Chicago, era fanático por quadrinhos e viciado em drogras e álcool. Tinha a frase "Born to Raise Hell" ("Nascido pra zuar", em tradução anos 90) tatuada no antebraço. Na noite de 14 de julho de 1966, completamente bêbado e armado com um revólver e uma faca, invadiu a casa de nove enfermeiras que moravam juntas. Após amarrá-las, matou-as uma a uma. A única sobrevivente foi Cotazón Amurao, de 23 anos, que se arrastou para baixo de uma cama e ficou escondida durante o massacre.

Identificado por suas digitais e reconhecido por Corazón, Speck foi acusado de assassinato em primeiro grau e setenciado à cadeira elétrica em julho de 1967. Quando a Suprema Corte aboliu a pena de morte, Speck foi novamente a julgamento e condenado a 400 anos de prisão. Alegou inocência até 1978, quando finalmente confessou o crime a um repórter. Em 5 de dezembro de 1991, teve um ataque cardiaco fatal. E em maio de1996, uma emissora de Chicago pôs no ar um vídeo de duas horas contradandeado da prisão de Stateville. Na fita, Speck aparece com implantes de silicone e usando calcinhas!. Em tom cínico e recheado de gargalhadas, ele falava sobre seus crimes aberta e livremente, comentava sobre relacionamentos homossexuais que tinha na prisão e cheirava enormes carreiras de cocaína.

Em certo momento, ele afirma: "Se esses caras soubessem o quanto eu me diverti, teriam me soltado! Matar não é como na TV, onde em três segundos a vítima já era. A coisa toda leva três, quatro minutos... você tem que usar muita força!"
  Web site: redenet11.blogspot.com/2011/01/richard-speck.html  Autor:   redenet11.blogspot.com

O Enfermeiro da Morte


Edson Isidoro Guimarães era um enfermeiro que trabalhava no plantão do Hospital Salgado Filho, no Rio de Janeiro. Foi preso em 07 de maio de 1999 e condenado a 76 anos de prisão por matar 5 pacientes do hospital através injeções de cloreto de potássio ou desligamento dos aparelhos, mas confessou 19 assassinatos.
O Enfermeiro da Morte

Edson Isidoro Guimarães era um enfermeiro que trabalhava no plantão do Hospital Salgado Filho, no Rio de Janeiro. Foi preso em 07 de maio de 1999 e condenado a 76 anos de prisão por matar 5 pacientes do hospital através injeções de cloreto de potássio ou desligamento dos aparelhos, mas confessou 19 assassinatos. O caso serviu para tornar pública a existência da Máfia das Funerárias, pois Isidoro contou, muito depois, que matava pacientes em estado de coma para receber comissões que chegavam aos mil reais por morte. Centenas de pessoas morreram no decorrer de meses, durante os plantões do enfermeiro, por isso estima-se que o número verdadeiro de vítimas esteja entre 150 e 200, fazendo dele um dos maiores serial killers do mundo.
  Autor:   www.600ml.com

A história criminosa de Richard Ramirez A.K.A The Night Stalker


Nascido no ano de 1960 em El Paso, Texas (E.E.U.U.). Vivia com seus pais e seis irmãos. Como vários outros "serial killers", os seus crimes começaram cedo (quando ele tinha em torno de 9 anos) e eles iam desde abuso de drogas à assaltos à mão armada

A história criminosa de Richard Ramirez A.K.A The Night Stalker



Nascido no ano de 1960 em El Paso, Texas (E.E.U.U.). Vivia com seus pais e seis irmãos. Como vários outros "serial killers", os seus crimes começaram cedo (quando ele tinha em torno de 9 anos) e eles iam desde abuso de drogas à assaltos à mão armada. Ele era claramente um adolescente perturbado, mas não ficava claro o que tanto o perturbava. Quando estava com 23 anos às vezes morava nas ruas ou em motéis baratos de Los Angeles e continuava roubando. No entanto, ele havia começado a roubar coisas maiores como carros. Era dito que Ramirez afirmava que Satã o protegeria das leis e de qualquer dano, assegurando que ele não seria pego. Também é dito que Ramirez não tinha uma verdadeira devoção ao demônio.

Ramirez era diferente de qualquer "serial killer" já estudado. Era difícil categorizá-lo porque muitos de seus crimes eram de naturezas distintas; ele variava seus métodos vastamente várias vezes. A escolha de sua vítimas não era específica ou particular (ele não era como um Bundy em que todas as suas vítimas tinham cabelo escuro e comprido partido ao meio ou Gacy que sempre escolhia jovens rapazes). As vítimas de Ramirez incluíam o idoso, o jovem, o homem e a mulher. Ele deixava alguns viverem, mas matava muitos. Ele atirava em suas vítimas, as esfaqueava. As vezes ele se descuidava ao cometer seus crimes, como quando ele deixou um boné na casa de uma vítima. Outras vezes era mais cuidadoso. As vezes roubava de suas vítimas, outras vezes não. Devido à essas variações consistentes, a polícia levou um certo tempo para se dar conta de que se tratava de um "serial killer". Ele matou vários em um curto espaço de tempo o que faz com que ele se sobressaia. As pessoas costumam olhar o número de vítimas mortas e não para o tempo em que os crimes foram cometidos. Ramirez matava em uma velocidade alarmante, até mesmo para os padrões de "serial killers".

Detalhes dos Crimes (cronologicamente)

Durante o verão de 1984, uma mulher de 79 anos foi esfaqueada até a morte depois a sua garganta foi açoitada. Isso aconteceu em sua própria casa. Em seguida, uma menina de seis anos de idade foi seqüestrada na parada do ônibus. Ela foi abusada sexualmente e jogada viva em uma área deserta. Duas semanas após, uma menina de 9 anos de idade foi tirada de seu quarto, estuprada e jogada fora. A próxima vítima, uma senhora que chegava em casa levou tiros mas não foi morta. Provavelmente a única razão por ela ter sobrevivido foi por ela ter se fingido de morta. No entanto, o atirador entrou na casa da vítima e atirou na cabeça de sua "roommate" de 34 anos. E por aí continuaram os crimes com nenhuma rima aparente nem razão ou conjunto de padrões. Uma coisa ficava clara no entanto, que o assassino ficava cada vez mais sádico. Por exemplo, algumas vítimas mais tarde, o assassino cortou o corpo de uma mulher de 44 anos e cortou os seus olhos enquanto ainda estava viva. Como eu havia mencionado anteriormente algumas das vítimas eram deixadas vivas. Poucas eram capazes de descrever o assassino. Elas descreviam um homem alto, magro e com um péssimo hálito. Uma vez que as três vítimas descreveram um mesmo homem, foi finalmente descoberto que havia um "serial killer" à solta.

O Final da História

De partes das descrições que as testemunhas conseguiram fornecer, a identidade do "Night Stalker" foi descoberta. A sua foto foi posta em todos os lugares. Dizia-se que em uma loja de conveniência, uma senhora avistou Ramirez e disse alto o bastante que ele era o assassino. Ramirez fugiu à pé com um bando de pessoas tentando pegá-lo. Ele tentou roubar um carro, mas o marido da mulher que dirija o carro o acertou com um cano. Eventualmente a polícia acabou protegendo Ramirez das pessoas que queriam linchá-lo pela morte de 13 pessoas, 5 tentativas de homicídio, 6 estupros, 3 atos obscenos com crianças, 2 seqüestros, 3 atos de copulação oral forçada, 4 atos de sexo anal forçado com homens, 5 assaltos à mão armada e 14 roubos. Todos esses crimes cometidos de Junho de 1984 à Agosto de 1985. Ele foi condenado à câmara de gás em 1989"e continua aguardando a sua mor
  Web site: uninuni.com/serial-killers-famosos/  Autor:   uninuni.com/serial-killers-famosos/

Ottis Toole


Ottis Toole (5 de março de 1947 - setembro de 1996) nativo de Jacksonville, Flórida. Autor de incontáveis crimes e homicídios em diversos estados dos EUA.
Ottis Toole
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Ottis Toole (5 de março de 1947 - setembro de 1996) nativo de Jacksonville, Flórida. Autor de incontáveis crimes e homicídios em diversos estados dos EUA.
Infância

Seu pai era alcoólatra e logo foi embora, deixando Toole aos cuidados de sua mãe fanática religiosa e sua irmã, que lhe vestia em roupas da menina "para brincar". A confusão de Toole foi agravada por sua avó, uma alegada satanista, que marcou em Ottis "a criança demônio", e algumas vezes o levou para o cemitério roda onde usava partes de corpos humanos em encantos de "magia". Toole fugiu de casa várias vezes mas sempre voltava. Ele sofreu convulsões e derivada satisfação ateando fogo em casas abandonadas no seu bairro. Questionado mais tarde sobre a sua escolha de alvos, contou Toole: "Eu apenas odiava para vê-las em pé lá."
Histórico

Por sua própria admissão, Toole cometeu seu primeiro assassinato com 14 anos. A vítima, um vendedor viajante, ele levou para fora da cidade entre as árvores para fazer sexo. Depois, Toole "ficou nervoso", e atropelou o homem com seu próprio carro.

Classificado como retardado com um QI de 75, Toole desistiu da escola na oitava série. Sua primeira prisão, por vadiagem, foi registrada em agosto de 1964, e outras, seguiram-se, construindo uma ficha preenchida de incontáveis pequenos roubos. Ele casou-se rapidamente, mas sua noiva partiu depois de três dias por repudiar a homossexualidade do marido. Em 1974, Toole viajou pelos estado do oeste dos EUA em uma antiga pick-up. Embora não se tenha certeza, evidências indicam que ele tenha feito pelo menos 4 vítmas em um período de 6 meses.

Patricia Webb, de 24 anos de idade, foi morta em Lincoln, Nebraska, em 18 de abril de 1974. Em 19 de setembro, um pistoleiro solitário invadiu um salão de massagem em Colorado Springs, a empregada Yon Lee foi apunhalada e sua garganta talhada antes do atacante estuprar, apunhalar e disparar contra sua colega de trabalho Sun Ok Cousin. Foi ateado fogo em ambas as mulheres, mas Lee sobreviveu para descrever o seu assaltante. A polícia, por razões ainda pouco claras, prendeu - e finalmente condenou - Park Estep, um soldado com características parecidas com as de Toole e que também possuía uma pick-up. Em 10 de Outubro, Ellen Holman, de 31 anos de idade, foi raptada em Pueblo, Colorado, e morta com três tiros na cabeça e largada perto da fronteira Oklahoma.Os investigadores suspeitam agora que Toole cometeu todos esses crimes.

Dois anos mais tarde, Toole conheceu Henry Lee Lucas em Jacksonville e o levou para casa para beber, conversar e fazer sexo. Eles tinham muito em comum, partilhando memórias de assassinatos, prevendo um momento em que eles pudessem caçar juntos. Em 1983, segundo a polícia, eles haviam atravessado o continente juntos várias vezes, aniquilando vítimas ao acaso num ritmo vertiginoso.

Em 14 de Janeiro de 1977, Toole assustou parentes casando-se com uma mulher 24 anos mais velha. O relacionamento era curioso desde o primeiro dia, e Novella Toole logo encontrou-se dividindo Ottis com Henry Lucas e outros desconhecidos. "Algumas noites depois que casamos", disse ela, "ele me disse que ficava muito nervoso, principalmente se ele não podia obter um homem. Ele poderia se enfurecer, disse ele, e então não poderia se excitar com uma mulher." Eles se separaram em 1978, Lucas e Toole mudaram para a casa da mãe de Toole, partilhando quartos com a irmã Drusilla Powell e seus filhos, Frank e Frieda.

A dupla encontrou trabalho em uma empresa chamada Southeast Color Coat, em Jacksonville, mas a gerente Eileen Knight lembra que eles desapareciam com freqüência, às vezes por semanas em um período. "Ottis iria entrar e sair", disse ela, "E nós o contrataríamos sempre que voltasse porque ele era um bom trabalhador." A patroa de Toole, Betty Goodyear, disse de Ottis e Henry: "Eles saíam da cidade, sempre desaparecendo. Tudo com o que Toole se preocupava era aquele velho carro. Penso que estavam a usá-lo para roubar pessoas, pois eles sempre pareciam ter muito dinheiro." Ao longo do caminho, Toole supostamente introduziu Lucas para um culto satânico, o "Hand of Death", que raptava crianças e praticava sacrifícios humanos

A mãe de Toole morreu em maio de 1981, após uma cirurgia, e a perda foi dura para ele. Ottis assombrou o cemitério, algumas vezes durante a noite, estendendo-se no chão perto do túmulo de sua mãe, supostamente sentindo a terra mover-se abaixo dele. Pouco tempo depois, sua irmã, Drusilla, morreu pela sobredosagem de um fármaco, foi considerado um provável suicídio, e seus filhos foram despachados para casas juvenis. Sozinho, uma vez que Lucas estava na prisão, Toole planejou crimes, bebeu pesadamente e tomou pílulas. Foi nesse período - em 27 de julho - que Adam Walsh, de seis anos de idade, desapareceu de um shopping em Hollywood, Flórida, e sua cabeça decepada foi posteriormente recuperada em um canal de Vero Beach em 10 de agosto.

Lucas regressou em outubro, libertado de uma prisão em Maryland, e juntos deram um jeito de recuperar Frieda Powell's de uma casa juvenil em Polk County. Em janeiro de 1982, autoridades estavam procurando a menina em Jacksonville, e ela fugiu para o oeste com Lucas. Toole soube de sua partida dois dias depois, e ele caducou em "seu mundo interno", andou de um lado para outro murmurando sobre a traição de Henry. Ele vagou pelo país para esquecer e matou ao longo do caminho, ele alegou ter feito nove vítimas em seis estados entre janeiro de 1982 e fevereiro de 1983.

Em 23 de maio e 31 de 1983, duas casas foram incendiadas no bairro de Toole em Jacksonville. Um adolescente cúmplice apontou Toole em 6 de junho, e ele livremente confessou a criação um número estimado de 40 incêndios nas duas últimas décadas. No dia 5 de agosto foi condenado por incendiar casas e pegou 20 anos de prisão.

As declarações de Toole esclareceram 25 assassinatos em 11 estados, e ele admitiu que participou com Lucas em outros 108 homicídios. Toole também deu algumas dicas sobre o seu interesse em satanismo mas se limitou a nomear apenas alguns membros de cultos satânicos.

Em 21 de outubro de 1983, Toole confessou o assassinato de Adam Walsh, surpreendendendo o chefe de polícia Leroy Hessler com os detalhes que foram "pavorosos além crença". Como Hessler disse aos meios de comunicação: "Há certos pormenores que só ele poderia saber. Ele fez isso. Eu obtive alguns detalhes que ninguém mais poderia saber. Ele me convenceu." Apesar do endosso, oficiais revogaram sua opinião algumas semanas mais tarde, emitindo declarações de que Toole deixou de ser um suspeito no crime.

Outro caso perturbador foi a carnificina de Colorado Springs em 1974. Toole confessou, em setembro de 1983, o ataque ao salão de massagem, novamente forneceu detalhes do crime, mas procuradores embaraçados rapidamente montaram sua contra-ataque. Após horas de hostil interrogatório, Toole jogou a toalha. "Certo", disse ele a autoridades, "Se vocês dizem que eu não matei ela, talvez eu não tenha matado." (Numa estranha e desagradável conciliação, Park Estep mais tarde foi libertado - embora seu nome não tenha sido formalmente inocentado, a curiosa exibição de misericórdia pela carnificina em Colorado convenceu alguns observadores que o Estado aceitou a culpa de Toole, mas recusou-se a reconhecer publicamente um erro.)

Em 28 de abril de 1984, Toole foi condenado em Jacksonville pelo incêndio que matou George Sonnenberg, de 64 anos de idade, em janeiro de 1982. Condenado à morte por esse delito, ele foi indiciado um mês depois pelo assassinato de Ada Johnson, de 19 anos, em Tallahassee, no decurso de fevereiro de 1983. A condenação trouxe uma segunda condenação à morte, mas ambos foram comutada para prisão perpétua em apelação. Em 1991, Toole alegou culpa em mais quatro homicídios na Flórida, recebendo uma supérfluo quarteto de novas penas de prisão perpétua. A polícia em Hollywood, Flórida, estava revendo o caso Adam Walsh quando Toole morreu de cirrose em setembro de 1996. O caso continua oficialmente não-resolvido, embora os pais de Adam (e muitos investigadores policiais) estejam convencidos da culpa de Toole.

Ironicamente, o nome da Toole raramente foi mencionado nas controvérsias das confissões de Henry Lucas. Mas, nenhum esforço foi feito para contestar a participação de Toole em, pelo menos, uma contagem de homicídios de costa a costa dos EUA.
  Autor:   Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Elias Maluco


Elias Pereira da Silva
Elias Maluco (sem camisa, ao centro) sendo apresentado pela polícia após sua prisão em 2002
Elias Maluco
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Nome Elias Pereira da Silva
Pseudônimo(s) Elias Maluco
Nacionalidade Brasil brasileira
Crime assassinato, facilitação à prostituição, abuso sexual de menores e tráfico de drogas

Situação preso

Elias Pereira da Silva, vulgo "Elias Maluco", é tido como um dos maiores traficantes de drogas e armas do Rio de Janeiro e do Brasil. Integrante da facção criminosa Comando Vermelho juntamente com seu sócio mais direto, Luís Fernando da Costa, o "Fernandinho Beira-Mar", Elias Maluco comandava o tráfico nas favelas das imediações de Ramos (Complexo do Alemão) e Penha (Vila Cruzeiro).

A alcunha de "Elias Maluco" vem do fato de que ele já era considerado um bandido cruel e inescrupuloso, conhecido pela frieza e tranquilidade com que seqüestrava e assassinava seus desafetos, especialmente traficantes de favelas rivais. Mas ele ganhou maior notoriedade a 2 de Junho de 2002 e em 2003, ao ser acusado de seqüestrar, torturar e assassinar com requintes de crueldade o jornalista Arcanjo Antonino Lopes do Nascimento, o Tim Lopes, da Rede Globo, que na ocasião fazia reportagens sobre prostituição, abuso sexual de menores e tráfico de drogas nas favelas do complexo da Vila Cruzeiro, bairro da Penha, sendo que na ação o bandido executou pessoalmente o jornalista com uma katana.

Uma verdadeira caçada humana que durou pouco mais que sete meses, a chamada "Operação Sufoco", foi montada e mobilizada por dias e noites incessantemente cercando favelas e invadindo barracos em favelas das proximidades no objetivo de capturar Elias Maluco. Tanto que na manhã de 19 de setembro de 2002 o bandido, encurralado na Favela da Grota, que ele próprio dominava, acabou se rendendo e capturado. É dele, no momento da prisão, a célebre frase "Prende, mas não esculacha!", em referência ao apetite da polícia em prendê-lo. Elias Maluco estava preso no Complexo Prisional Bangu 1 após ter sido transferido do Presídio Ari Franco, no bairro de Agua Santa. Hoje, Elias Maluco encontra-se preso no presídio de segurança máxima de Porto Velho (RO)
  Web site: pt.wikipedia.org/wiki/Elias_Maluco  Autor:   Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. - 

Caso Liana Friedenbach e Felipe Caffé


O Caso Liana Friedenbach e Felipe Caffé foi um crime ocorrido em uma cidade que faz divisa com Embu Guaçu, interior de São Paulo, no dia 5 de novembro de 2003, e que causou profunda indignação na sociedade brasileira, e reacendeu o debate a respeito da maioridade penal no Brasil. O crime consistiu no assassinato do jovem Felipe Silva Caffé (19 anos) e da menor Liana Bei Friedenbach (16) por Paulo César da Silva Marques, o "Pernambuco", e pelo menor infrator conhecido como "Champinha", além do estupro e tortura desta última por ambos os criminosos.

Caso Liana Friedenbach e Felipe Caffé

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


O Caso Liana Friedenbach e Felipe Caffé foi um crime ocorrido em uma cidade que faz divisa com Embu Guaçu, interior de São Paulo, no dia 5 de novembro de 2003, e que causou profunda indignação na sociedade brasileira, e reacendeu o debate a respeito da maioridade penal no Brasil. O crime consistiu no assassinato do jovem Felipe Silva Caffé (19 anos) e da menor Liana Bei Friedenbach (16) por Paulo César da Silva Marques, o "Pernambuco", e pelo menor infrator conhecido como "Champinha", além do estupro e tortura desta última por ambos os criminosos.

Descrição do crime

No início de novembro daquele ano, Liana e Felipe eram namorados e decidiram passar um final de semana acampando na floresta numa área isolada de Embu-Guaçu, numa área que não conheciam, e sem o conhecimento dos pais.

"Champinha" e "Pernambuco" seguiam para pescar na região quando viram o casal e tiveram então a idéia de roubar os estudantes. Com a ajuda de comparsas, mantiveram o casal em cárcere privado. De acordo com o laudo pericial e depoimento do menor, Champinha matou Felipe com um tiro na nuca e, na madrugada do dia 5 de novembro, levou Liana até um matagal, onde tentou degolá-la e golpeou a cabeça da estudante com uma peixeira.

Os corpos foram encontrados no dia 10 de novembro. "Champinha" e seus comparsas " "Pernambuco", Antônio Caetano, Antônio Matias e Agnaldo Pires " foram presos dias depois. "Champinha", por ser menor de idade, foi encaminhado para uma unidade da Febem, em São Paulo. Ao final das investigações, a polícia concluiu que "Pernambuco" não teve participação no crime. Champinha não foi preso porque era um menor de idade, fato este que foi responsável por reacender os debates sobre a maioridade penal no Brasil.

Internação na Febem

"Champinha" foi internado na Febem e lá permaneceu até dezembro de 2006 pois, ao completar 21 anos, não poderia permanecer em local de internação de menores, segundo a lei brasileira. Enquanto esteve internado, "Champinha" transitou constantemente entre diversas unidades da Febem. Com a integridade física ameaçada por outros internos, o rodízio teve o propósito de preservar a vida do menor. Sua última internação foi na unidade Raposo Tavares.

Um laudo elaborado por psiquiatras da Febem chegou a afirmar que seu comportamento era exemplar. Os peritos disseram[quem?] que ele era um dos melhores alunos nas aulas de artesanato; apresentava avanços nas aulas de matemática e, sendo rapaz educado, nunca se meteu em confusões. Concluíram que apresentava apenas um retardamento mental moderado e que foi coagido a cometer os assassinatos.[carece de fontes?]

Condenado a 110 anos e 18 dias de prisão em regime fechado, Paulo César da Silva Marques, 36, conhecido como Pernambuco, decidiu não recorrer da sentença; foi considerado culpado pelo assassinato e sequestro dos casal de namorados.
[editar] O laudo do IML

O juiz da Vara da Infância e da Juventude não aceitou o laudo da Febem e determinou que outro fosse feito por psiquiatras forenses do Instituto Médico Legal. Este laudo chegou a uma conclusão bem diferenciada do primeiro.

De acordo com os especialistas do IML, "Champinha" revelava uma personalidade de grande periculosidade agindo por impulso sendo portanto incapaz de conviver em sociedade. Quando este laudo foi publicado, os psiquiatras da Febem justificaram o laudo anterior, alegando que ignoravam crimes cometidos por "Champinha" anteriormente ao assassinato de Liana e Filipe, e o fato de ter sido provada inocência de "Pernambuco", antes apontado como a pessoa que havia coagido o menor a praticar os crimes. Ao acatar as conclusões do laudo do IML, o juiz ordenou a internação de "Champinha", por tempo indeterminado, na clínica psiquiátrica do Hospital de Tratamento e Custódia, na cidade de São Paulo.

Fuga da Fundação Casa

No dia 2 de maio de 2007, "Champinha" foge da unidade Tietê da Fundação CASA (ex-Febem), na Vila Maria, Zona Norte de São Paulo. A fuga ocorreu por volta das 18h, "Champinha" escapando com pelo menos um comparsa. Ambos escalaram o muro de sete metros de altura utilizando-se de uma escada. Ele foi recapturado 11 horas depois, sendo novamente internado numa unidade para doentes mentais infratores.

Hospedaria

No dia 16 de dezembro de 2007, uma emissora de TV[carece de fontes?] filmou Champinha numa casa confortável, decorada em alto padrão, com sofá, TV de 29 polegadas e se alimentando com 5 refeições diárias feitas por nutricionistas. O vídeo gerou grande revolta e críticas ao governo. O então governador José Serra defendeu a situação de Champinha dizendo que ele estaria melhor ali do que nas ruas cometendo delitos. O secretário da Justiça de SP também repudiou a imprensa, dizendo que queriam linchar moralmente o Estado. Foi informado que Champinha custa R$ 12.000,00 (doze mil reais) ao Estado estando hospedado no local.
  Web site: pt.wikipedia.org/wiki/Caso_Liana_Friedenbach_e_Felipe_Caffé  Autor:   Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Caso João Hélio



João Hélio era estudante da pré-escola particular Crianças & Cia, onde cursava o primeiro ano do Ensino Fundamental. Eram os pais: Rosa Cristina Fernandes Vieites e Elson Lopes Vieites. O garoto ficou conhecido em todo o Brasil no dia 8 de fevereiro, após sua morte traumática na noite do dia anterior, quando o carro em que ele estava com a mãe foi assaltado. Os assaltantes arrastaram o menino preso ao cinto de segurança pelo lado de fora do veículo.

Fotografia dos assassinos crueis -(Guilherme Pinto/Ag. O Globo)

Caso João Hélio
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"Caso João Hélio"
Local do crime Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, RJ
Vítima "João Hélio Fernandes Vieites
Réus "Carlos Eduardo Toledo Lima, "Diego Nascimento da Silva, "Carlos Roberto da Silva, "Tiago de Abreu Mattos, Ezequiel Toledo Lima
Advogado de defesa Carlos Salles e Celso Queiroz
Promotor José Luiz Ferreira Marques
Juiz Marcela Assad Caram
Local do Julgamento 1ª Vara Criminal da Madureira, Rio de Janeiro (Carlos Eduardo, Diego, Carlos Roberto e Tiago) 2ª Vara de Infância e Juventude da Capital, Rio de Janeiro (Ezequiel)
Situação Carlos Eduardo Toledo Lima condenado a 45 anos de reclusão. "Diego Nascimento da Silva a 44 anos e 3 meses de reclusão. "Carlos Roberto da Silva e Tiago de Abreu Mattos condenados cada um a 39 anos de reclusão. "Ezequiel Toledo de Lima condenado a medida sócio-educativa em 3 anos em regime fechado e 2 anos em regime semi-aberto.

O Caso João Hélio foi o crime ocorrido na noite de 7 de fevereiro de 2007, quando João Hélio Fernandes Vieites (Rio de Janeiro, 18 de março de 2000 " Rio de Janeiro, 7 de fevereiro de 2007) foi assassinado após um assalto. João Hélio tinha seis anos de idade quando foi vítima da violência na cidade do Rio de Janeiro.

João Hélio era estudante da pré-escola particular Crianças & Cia, onde cursava o primeiro ano do Ensino Fundamental. Eram os pais: Rosa Cristina Fernandes Vieites e Elson Lopes Vieites. O garoto ficou conhecido em todo o Brasil no dia 8 de fevereiro, após sua morte traumática na noite do dia anterior, quando o carro em que ele estava com a mãe foi assaltado. Os assaltantes arrastaram o menino preso ao cinto de segurança pelo lado de fora do veículo.


O crime
João Hélio
Nascimento 18 de março de 2000
Rio de Janeiro, Brasil
Morte 7 de fevereiro de 2007 (6 anos)
Rio de Janeiro, Brasil
Nacionalidade Brasil Brasileira

O que seria mais um assalto a carro no subúrbio da cidade do Rio de Janeiro, transformou-se em uma tragédia que abalou o país. Naquela noite do dia 7 de fevereiro, por volta das 21h30min de uma quarta-feira, Rosa Cristina Fernandes voltava para casa com os filhos Aline Fernandes (de 13 anos) e João Hélio (de 6 anos). Eventualmente ela parou no semáforo, quando três homens armados, fazendo uso de duas armas, a abordaram dando ordem para que eles saíssem do veículo.

O assalto ocorreu na rua João Vicente, próximo à Praça do Patriarca, em Oswaldo Cruz, Zona Norte. A mãe do menino, Rosa Fernandes, foi rendida ao volante do Corsa Sedan, placa KUN 6481. No interior do veículo estavam uma amiga da família e o filho João Hélio no banco traseiro e a filha adolescente viajava ao lado da mãe no banco dianteiro direito, que no momento do assalto conseguiram abandonar o carro, porém, Rosa havia avisado aos assaltantes que João Hélio não havia conseguido se soltar do cinto de segurança. Presa ao cinto de segurança, a criança não conseguiu sair. Um dos assaltantes bateu a porta e os bandidos arrancaram com o veículo em alta velocidade. Com o menino preso pelo lado de fora do veículo, os assaltantes o arrastaram por sete quilômetros, passando pelos bairros de Oswaldo Cruz, Madureira, Campinho e Cascadura.

Motoristas e um motoqueiro que passavam no momento sinalizaram com os faróis. Os ladrões ironizaram dizendo que "o que estava sendo arrastado não era uma criança, mas um mero boneco de Judas", e continuaram a fuga arrastando o corpo do menino pelo asfalto.

Segundo testemunhas, moradores gritavam desesperados ao ver a criança sendo arrastada pelas ruas. Os criminosos abandonaram o carro com o corpo do menino pendurado do lado de fora, com o crânio esfacelado, na rua Caiari, uma via sem saída, no bairro de Cascadura, Zona Norte, e fugiram. O corpo do garoto ficou totalmente irreconhecível. Durante o trajeto, ele perdeu vários dedos e as pontas dos mesmos, além da cabeça, que não foi totalmente localizada.[1]

A falta de policiais do 9º BPM (Rocha Miranda) nas ruas facilitou a fuga. Nesse percurso, os bandidos trafegaram pelas ruas João Vicente, Agostinho Barbalho, Dona Klara, Domingos Lopes, avenida Ernani Cardoso, Cerqueira Daltro, Florentina, entre outras. No trajeto, passaram em frente ao Quartel de Bombeiros de Campinho, por um quartel do Exército e pelo Fórum de Cascadura, mas não cruzaram com nenhuma viatura da polícia. Os criminosos passaram também, diante a dois bares, um na esquina das ruas Cândido Bastos com a Silva Gomes e outro na rua Barbosa com a Florentina. As pessoas que ali estavam apavoraram-se com a cena e começaram a gritar.

Um bacharel em Direito, Diógenes Alexandre, 24 anos, morador das proximidades, estava no bar da esquina das ruas Cândido Bastos com a Silva Gomes, e viu quando os bandidos passaram arrastando o corpo do menino. Segundo ele, os bandidos chegaram a parar o carro. Neste momento, a princípio, algumas pessoas pensaram que eles arrastavam um boneco. Mas ele e o dono do bar, viram que era uma criança, pois perceberam o sangue na lataria do carro. "Eram três homens que estavam no carro, tinha um sentado no banco traseiro, que ainda olhou para trás quando nós gritamos, mas eles aceleraram e passaram por um quebra-mola em alta velocidade e o corpo foi batendo no asfalto", contou.

Demonstrando serem conhecedores da área, os assaltantes abandonaram o carro ao final da rua Caiari, próximo à escadaria que dá acesso à Praça Três Lagoas. Certos de que não seriam presos, estacionaram e fecharam o carro antes da fuga. Segundo testemunhas, os bandidos desceram as escadas calmamente. O bacharel em Direito disse que, ao se aproximar do carro, teve certeza de que era o corpo de uma criança. Ele e dois amigos seguiram o carro. "O barulho parecia ser de um papelão sendo arrastado", afirmou. Após assistir a cena, Diógenes ficou 10 minutos em estado de choque. "Não tive nenhuma ação, só depois é que lembrei de ligar para a polícia e já era 21h40. Aí ouvi as pessoas falando que havia partes do crânio do menino na rua Cerqueira Daltro e que eles pararam em um sinal, pouco antes do viaduto de Cascadura, onde várias pessoas correram para avisar, chegaram a bater no carro, mas eles continuaram o trajeto, piscando os faróis", disse. Pelo celular avisou à polícia. Pouco depois, a rua foi tomada por policiais.

Durante parte do trajeto, os bandidos foram seguidos por um motociclista que presenciou o momento do roubo. Ele levou os policiais até a rua Cerqueira Daltro, próximo a um supermercado. Ali estavam parte da cabeça da vítima e massa encefálica, que foram recolhidas e colocadas em um saco plástico.[1]

O crime mobilizou policiais de três delegacias e do 9º Batalhão da PM (Rocha Miranda, no subúrbio). O delegado do 30º DP (Marechal Hermes) Hércules Pires do Nascimento pediu ajuda à população para localizar os bandidos. O Disque-Denúncia começou a receber telefonemas e ofereceu, de início, uma recompensa de 2 mil reais, que posteriormente subiu para 4 mil reais, por informações que identificassem os envolvidos.

Dezoito horas após o assalto, e diante da forte repercussão nos noticiários que o caso teve na opinião pública, a Polícia Militar começou as prisões dos envolvidos, prendendo o primeiro: Diego. Este reconhecido pelo pai, o porteiro Kuelginaldo, que foi localizado por meio de denúncia anônima e se comprometeu a colaborar indo à delegacia e um menor com a idade de 16 anos. Eles confessaram o crime, segundo a polícia. De acordo com as investigações, Diego Nascimento da Silva, de 18 anos, ocupou o banco do carona na fuga; Carlos Eduardo Toledo Lima, de 23 anos, foi o condutor do automóvel; e o menor de 16 anos, que foi o responsável por render a mãe de João Hélio e ocupar o banco de trás do veículo Corsa prata roubado de Rosa Cristina Fernandes. Um outro homem, Tiago, chegou a ser preso, mas foi liberado em seguida por não ter sido comprovada a sua ligação com o caso.

No dia seguinte, a polícia pediu a prisão de mais dois suspeitos da morte do menino arrastado. Um dos suspeitos, o condutor do veículo, Carlos Eduardo, é irmão do menor de idade, já detido. À noite, a polícia prendeu novamente Tiago de Abreu Mattos, de 19 anos, o quarto suspeito de ter participado da tentativa de assalto. Segundo a polícia, ele juntamente com mais um quinto elemento, Carlos Roberto da Silva, de 21 anos, levaram os bandidos até o local do assalto, ambos estariam no táxi, que pertencia ao pai de Tiago, utilizado para levar a quadrilha até o local e dar cobertura à fuga.

Carlos Eduardo Toledo Lima ainda estava foragido, mas foi preso horas depois. Os cinco acusados tiveram a prisão temporária decretada até 10 de março de 2007.

Testemunhas afirmaram que o carro trafegava em ziguezague e passava perto dos postes na tentativa de se livrar do corpo do menino, informou o delegado. O menor envolvido, confessou ter utilizado revólver de plástico (falso) para realizar o assalto, versão esta, discordada por Rosa Fernandes ao relatar que os bandidos, ao baterem no vidro do automóvel com as armas, produziu um ruído característico de metal em vidro.[2]

Diego Nascimento da Silva, Carlos Eduardo Toledo Lima, Carlos Roberto da Silva e Tiago de Abreu Mattos foram ouvidos na 1ª Vara Criminal de Madureira, no subúrbio do Rio.

O comandante-geral da PM, coronel Ubiratan Ângelo, confirmou, em entrevista à Rádio CBN, que não havia policiais no local do assalto. Ele reconheceu a necessidade de reforço do policiamento. Ubiratan classificou o crime como trágico e contou que o agente que foi ao local começou a chorar e não conseguiu passar a ocorrência.
[editar] Sepultamento

João Hélio Fernandes foi sepultado às 15h da quinta-feira (8), no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na Zona Oeste, em clima de grande comoção. O velório ocorreu na capela C da mesma necrópole.

Por volta das 11h da manhã, o tio da criança, Elyo Lopes Vieites, irmão do pai de João Hélio, esteve no Instituto Médico Legal (IML), no centro da cidade, para liberar o corpo. As causas da morte foram: traumatismo craniano, ação contundente (pancada), e laceração do encéfalo.

Durante o sepultamento, que foi acompanhado por vários familiares e amigos, a irmã de João Hélio, Aline Fernandes, era a mais transtornada. Enquanto o caixão descia a sepultura, chorando e gritando, ela dizia: "Irmão, desculpa, por não ter podido te salvar! Eu quero meu irmão. Eu quero meu bebê. Eu quero ouvir a vozinha dele. Eu quero ir com ele. Eles levaram o meu irmão", lamentava.

No início do cortejo, a avó Nelma Vieites, antes calma, em desabafo, berrou: "É a violência do meu país. Até quando, meu Deus? Será que a violência não vai acabar? É muita dor. Arrancaram a vida do meu netinho. Quando isso vai acabar?".

O secretário de Segurança Pública do estado, José Mariano Beltrame compareceu ao enterro. Beltrame lamentou a banalização da vida, mesma expressão utilizada pelo comandante-geral da Polícia Militar, que também esteve presente no enterro, o coronel Ubiratan de Oliveira Ângelo: "Ele morreu porque foi deixado de lado diante da banalização da vida humana", disse o coronel. Segundo ele, o garoto morreu não por falta de policiamento, mas porque foi assassinado. "É inadmissível que um roubo de carro passe a ser um crime tão bárbaro", acrescentou.

Antes de acompanhar o sepultamento, de acordo com policiais, a mãe do menino estaria em estado de choque e teria seguido com a filha para a casa de parentes, em Jacarepaguá, na Zona Oeste.
[editar] Missa de sétimo dia

Centenas de pessoas, entre vítimas, famílias de vítimas da violência e cariocas indignados, participaram na manhã de quarta-feira do dia 14 de fevereiro, da missa de sétimo dia, celebrada em homenagem à memória de João Hélio Fernandes, realizada na igreja da Candelária, no centro do Rio. O ato religioso foi transformado em um protesto emocionado contra a violência e pela paz.

Ao entrar, os pais da criança, acompanhados da filha Aline, foram aplaudidos de pé pela multidão e em seguida, um coro inflamado gritando "paz", "justiça", "mudança" e "socorro", foi ouvido pelas vozes revoltadas e emocionadas, presentes na missa. Rosa Cristina e Elson passaram toda a missa de mãos dadas e conseguiram controlar o desespero. Os três receberam uma bandeira do Brasil quando foram homenageados no altar.

Cerca de cem pessoas vestiam uma camiseta com a foto de João e a inscrição: "João Hélio. Um anjo pela paz! Saudades eternas". Um cartaz feito pela escola dizia: "Em luto por João Hélio. Que não seja em vão".

Durante a cerimônia, o padre Nixon Bezerra de Brito, pároco de Acari, lembrou outros crimes e disse que João Hélio, assim como outras tantas crianças, foi "mártir em uma cidade que não sabe respeitar a vida". O público acompanhou orações de mãos dadas. Muitos levaram cartazes de protesto. Para os parentes de vítimas, a missa foi uma lição de solidariedade.

O então governador do Rio, Sérgio Cabral Filho (PMDB), e a mulher dele, Adriana Ancelmo, foram recebidos pela multidão com gritos de "Justiça". Ele cumprimentou os pais de João Hélio e permaneceu na missa durante aproximadamente 15 minutos. O secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame, e o comandante-geral da PM, Ubiratan Ângelo, também compareceram à missa. A missa durou uma hora e meia, entre 11h e 12h30min, e foi marcada por muita emoção.

O governador Sérgio Cabral voltou a defender a redução da maioridade penal e a autonomia dos estados brasileiros não só na área penal, mas em todos os segmentos. "Chega de concentração em Brasília, chega de achar que Brasília vai resolver tudo", disse Cabral, que ouviu vaias quando teve sua presença anunciada na missa.

"Realmente temos que nos unir contra a violência, que não pára de crescer no Rio", disse a jornalista Luciana Gonçalves, estudante que ficou tetraplégica após ser atingida por uma bala perdida dentro de uma universidade em 2004.

Ao final da missa, cerca de mil pessoas saíram em passeata pela avenida Rio Branco.
[editar] Passeatas e protestos

Após a missa de sétimo dia, cerca de 500 pessoas fizeram uma passeata pelas ruas do centro do Rio de Janeiro pedindo paz.

No decurso da missa, os pais do menino, haviam pedido à população que fossem às ruas para exigir um estado menos violento. E foram prontamente atendidos.

Assim que acabou a cerimônia, famílias de vítimas de outras tragédias e dezenas de pessoas que se chocaram com a brutalidade cometida pelos criminosos, iniciaram caminhada de protesto pela avenida Rio Branco, que só terminou duas horas depois, na Assembleia Legislativa.

Os manifestantes seguravam faixas e cartazes e vestiam camisetas com fotos de parentes e amigos vítimas de crimes. Os participantes do protesto pediam justiça, mudanças nas leis e mais oportunidades para os jovens.

O vocalista da banda Detonautas Roque Clube, Tico Santa Cruz, compareceu ao protesto. O guitarrista da banda, Rodrigo Netto, foi morto aos 29 anos em Junho de 2006 após uma tentativa de assalto no Rio. "Se querem abaixar a maioridade penal, abaixa. Mas ofereçam também educação", disse Tico Santa Cruz.

Jovita Belfort, cuja filha Priscila havia desaparecido há três anos (ela teria sido morta por traficantes), foi uma das organizadoras do protesto. "Quando não estou em depressão, participo de todas as manifestações, faço parte de uma família da dor", disse.

A estudante Tatiana Taveira, de 20 anos, que participa de uma comunidade no Orkut intitulada "Justiça a João Hélio", contou que, apesar de não ser parente ou amiga de qualquer vítima, acha importante prestar solidariedade e "lutar para que isso não aconteça mais".

Liderados pelos integrantes da banda Detonautas e pelo ator Igor Cotrin, os manifestantes deixaram a Igreja da Candelária e seguiram em passeata pela avenida Rio Branco até a Cinelândia. De acordo com policiais militares do Batalhão de Policiamento de Trânsito (BPTran), aproximadamente 600 pessoas iniciaram a marcha. Pelo caminho, outras aderiram ao protesto, chegando a formar um grupo com cerca de 1500 manifestantes.

Uma das pessoas que participou do ato foi a advogada Nara Vieira, 50 anos, que levou os filhos Henrique, 7, e Guilherme, 2 " o menor num carrinho de bebê, usando um gorro com a palavra "Paz". "Nunca fui vítima de violência, mas estou aqui antes que aconteça. Precisamos lutar", disse.

Para conseguir mais adeptos, manifestantes gritavam: "Você, aí parado, também é assaltado" e "Você, aí parado, pode ser assassinado". Da Cinelândia, o grupo seguiu para a Alerj, onde ocupou a escadaria do Palácio Tiradentes. Seguranças fecharam as portas e chegou a haver princípio de tumulto.

Representantes de parentes de vítimas da violência foram recebidos pelo presidente da Casa, Jorge Picciani, e pelos presidentes das comissões de Segurança Pública, Wagner Montes, e de Direitos Humanos, Alessandro Molon. Ficou acertado que as famílias passarão a acompanhar o dia-a-dia dos trabalhos na Alerj.

Aos deputados, parentes pediram mais rigor na apuração dos crimes e maior acompanhamento do Legislativo aos órgãos públicos.
[editar] Protestos

Organizou-se nova passeata em homenagem à criança. Desta vez, a caminhada percorreu os sete quilômetros, o mesmo trajeto que os criminosos fizeram com João após o assalto, em Oswaldo Cruz, passando por três bairros, e terminando na rua Caiari, em Cascadura.

Os pais de João Hélio também participaram da homenagem ao filho.

Os manifestantes se concentraram na esquina das ruas João Vicente com a Henrique De Melo, mesmo lugar onde aconteceu o assalto ao carro.

A marcha coletiva teve início às 15h20min do sábado, 10 de março, com um sol forte que não espantou os manifestantes. Muitos deles caminharam com cartazes e faixas em homenagem ao menino. À frente da passeata, estavam os pais de João Hélio e, a cada momento, mais pessoas chegavam para prestar solidariedade à família. "É muito doloroso percorrer esse caminho, mas a sociedade tem nos dado muita força", disse Rosa Vieites, mãe de João.

De acordo com a Polícia Militar, cerca de 500 pessoas participaram da manifestação. Sob gritos de "justiça", elas não se intimidaram com o calor. Os termômetros locais chegaram a registrar 40 graus.

Da rua João Vicente até a rua Caiari, para garantir a segurança dos manifestantes, foram deslocados 110 policiais para o local.

O clima no local era de protesto. "Enquanto um jovem de 16 anos puder fumar maconha, segurar uma arma, assaltar e matar gente, ele não pode ser considerado jovem. Temos que mudar a lei. Se ele pode votar, ele pode ir para a cadeia", argumentou Herculano Campos, presidente da Associação de Moradores de Belford Roxo, que fez um caixão em homenagem ao menino e defendeu o fim da maioridade penal.

Os pais de João Hélio juntos de outras pessoas, vestiam a mesma camisa com a foto de João usada na missa de sétimo dia, e levavam cartazes e faixas, em homenagem ao menino, pedindo paz e protestando contra a violência e a impunidade. "O importante é vir para a rua, debater, discutir e aprender. Não podemos aceitar passivamente ser massacrados pela violência e não fazer nada", disse o manifestante Daltro Jacques.

Também estiveram presentes na manifestação, parentes de outras vítimas da violência da cidade, como os pais de Gabriela Prado Maia, morta aos 14 anos, ao ser alvejada no peito por uma bala perdida em um assalto dentro da estação do metrô, em 2003; parentes de Nettinho, o guitarrista do grupo Detonautas, que morreu após uma tentativa de assalto, em 2006; e Clodoaldo Costa, padrasto de Alana Ezequiel, de 13 anos, que morreu vítima de bala perdida, durante uma troca de tiros entre traficantes e policiais, no Morro dos Macacos, em Vila Isabel, na Zona Norte, na segunda-feira, 5 de março.

O padrasto de Alana estava revoltado e inquieto. "Eles sumiram com a bala do corpo da minha filha. Tenho certeza que foram os policiais. Minha filha estava subindo o morro. A polícia estava lá embaixo. Ela tomou um tiro nas costas. Eu sei quem matou minha filha. Agora eu tenho até medo de andar na rua", disse ele.

A estudante Vanessa Dias Miranda, de 19 anos, resume o desejo de muitos presentes: "Quero paz, justiça. Imagine a mãe do João, como está! Vim dar uma força para ela. Tenho um filho de quatro anos, e se aconteceu com ela, pode acontecer com qualquer um", lamentou.

A passeata terminou onde os bandidos abandonaram o carro. Os manifestantes convidavam todos os que não estavam protestando a se juntar, batiam palmas e gritavam: "Ei! Você aí parado, pode ser assassinado".

Os pais de João, Rosa Fernandes e Elson Vieites, disseram que pretendem formar um grupo de discussão sobre violência. Os dois querem discutir projetos e ações com parentes de vítimas da violência, com a sociedade e com políticos.

Brasileiros em Los Angeles tbm se manifestaram em suporte ao movimento "Caminhada pela Paz" entregando uma carta escrita por Élson e Rosa Cristina; pais do menino João Hélio Fernandes Vieites no Consulado Brasileiro e protestando enfrente do consulado segurando fotos do menino, velas, flores e bandeiras do Brasil.

"Candle Vigil in front of the Brazilian Consulate in memory of Joao Helio and all the victms of crimes in Brazil. Also to support the movement "Caminhada pela Paz," in which all the Brazilian people is being called to stand up agaisnt violence, injustice, and corruption. In name of our Angel Joao Helio, we, Brazilians in Los Angeles, come together to support the movement "Caminhada Unificada pela Paz." We are expressing our deep sadness and indignation for what happen to Joao Helio and to all victms of crimes in Brazil. Now, It is time to all Brazilians unite agaisnt the brutal reality of our lives. We are farway physically but our hearts suffer the pain our people is going through; our ears can hear the cries of our sisters and brothers. Joao is not one more victim, he is our child, the child of the Brazilian family. We can not accept another child, senior, man or woman to be killed senseless. . It is time to stand up and strive for a better Brazil and world."

Homenagens

Associação de Cartórios Prestaram Homenagem

Todos os cartórios da cidade do Rio de Janeiro funcionaram com uma faixa preta nas fachadas ou com as portas abertas somente pela metade na sexta-feira, 16 de fevereiro. Os pais que registraram seus filhos recém-nascidos neste dia, receberam um folheto com a seguinte mensagem:

"A vida não pode terminar aos 6 anos. Que a dor pela perda do menino João Hélio nos dê força para começarmos a construir um Brasil de paz." "

A iniciativa fez parte do luto oficial decretado pela Associação dos Notários e Registradores (Anoreg/RJ), entidade que representa os cartórios.

Praça Três Lagoas

A prefeitura do Rio também homenageou a família na noite de segunda-feira, 12 de fevereiro. O prefeito César Maia assinou decreto mudando o nome da Praça Três Lagoas, em Cascadura, no subúrbio, para Praça João Hélio Fernandes Vieites. Área fica em local próximo de onde a criança foi encontrada.

Segundo o prefeito, a homenagem é para que João Hélio não seja esquecido.

O governador Sérgio Cabral também decidiu dar o nome do menino a uma área do antigo Parque Hotel Araruama, que na época, estava sendo transformado em centro cultural.
[editar] Homenagens das escolas de samba

O crime foi lembrado também no Sambódromo, no Centro do Rio. A escola de samba Estácio de Sá, que abriu o desfile do Grupo Especial, entrou pedindo um minuto de silêncio em nome do menino João Hélio. Quinta escola a desfilar pelo Grupo Especial, Mocidade Independente de Padre Miguel, também homenageou João Hélio, antes mesmo de começar o esquenta da bateria. Durante o desfile da Escola de Samba Porto da Pedra, uma faixa foi exposta em memória a João. A comissão de frente da Estação Primeira de Mangueira, com coreografia comandada por Carlinhos de Jesus, também fez lembrança ao menino, estampando seu nome em um painel móvel onde os integrantes formavam palavras. Em São Paulo, o intérprete Celsinho Mody, da Mancha Verde, também homenageou João Hélio durante o grito de guerra da escola.

Homenagem virtual

No site de relacionamentos Orkut, internautas pediam leis mais duras contra os cinco criminosos acusados de envolvimento na morte da criança, arrastada por 14 ruas de um bairro.

Até o meio da tarde da terça-feira (13/02), havia oito comunidades em que foram deixadas frases de apoio aos parentes do menino. Em uma delas havia mais de 37 mil integrantes. Estas comunidades pediam para que a população usassem camisas pretas numa manifestação de luto.
[editar] ONU Declara Pesar Pela Morte de João Hélio em Nota, e Critica Aumento de Pena

O Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime (UNODC) divulgou nota na quinta-feira (15/02), em que manifesta pesar pela morte do menino João Hélio Vieites, no Rio de Janeiro. O documento, entretanto, destaca que o simples aumento de penas não resolverá os problemas da violência, que estão ligados a questões sociais.

Confira a nota na íntegra:

"O Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime (UNODC) manifesta profundo pesar diante da tragédia ocorrida com o menino João Hélio Fernandes Vieites, de 6 anos, arrastado e morto por assaltantes no dia 7 de fevereiro no Rio de Janeiro. O UNODC se solidariza com a família e amigos da vítima - e com toda a sociedade brasileira, abalada pelo fato.

Para o UNODC, sozinhos, os debates sobre a questão penal não irão solucionar os problemas da violência, que também se referem a questões sociais. "A violência pede uma abordagem de diversas frentes", disse Giovanni Quaglia, Representante Regional do UNODC para o Brasil e Cone Sul.

A dificuldade de desenvolver plenamente as capacidades pessoais e profissionais, a urbanização acelerada marcada por desigualdades intraterritoriais, a deterioração de redes sociais e laços familiares, a criminalidade das redes de tráfico, o uso de armas de fogo e o abuso de álcool e drogas ilícitas agravam o quadro."

Condenação dos acusados

Em 30 de Janeiro de 2008, a oito dias de completar um ano da morte de João Hélio, quatro dos cinco acusados pelo crime que abalou o país, foram condenados por latrocínio, combinado com o artigo 9º da Lei de Crimes Hediondos, a penas que variam de 39 a 45 anos de prisão. Somadas, as penas totalizam 167 anos de reclusão.

Na sentença, a juíza Marcela Assad Caram, da 1ª Vara Criminal de Madureira, afirmou que "seria muita inocência" acreditar que os três jovens que estavam no interior do carro "trafegando com os vidros dianteiros do veículo roubado abertos, não ouviam o barulho alto produzido pelo constante atrito do corpo da pequena vítima contra o solo e a lataria do automóvel".

Carlos Eduardo Toledo Lima foi condenado a 45 anos de prisão, Diego Nascimento da Silva a 44 anos e três meses, Carlos Roberto da Silva e Tiago de Abreu Mattos foram sentenciados cada um com 39 anos de prisão. Apesar da decisão da juíza, mesmo com penas entre 39 e 45 anos, constitucionalmente, o cumprimento das penas dos réus não excederá o tempo máximo de 30 anos. A decisão é em primeira instância e, portanto, ainda cabe recurso.

Ezequiel Toledo de Lima, irmão de Carlos Eduardo, foi condenado pela 2ª Vara de Infância e Juventude da Capital a cumprir sócio-educativa em uma instituição de jovens infratores. Após cumprir três anos em regime fechado, foi beneficiado com a progressão de regime no dia 8 de fevereiro de 2010 e foi inscrito no Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte (PPCAAM) do governo federal.[5] A inclusão de Ezequiel foi solicitada através de petição da ONG Projeto Legal, assinada pelos advogados Carlos Nicodemos, presidente da ONG, e Ana Utzeri.

Após protestos contra a inclusão de Ezequiel no PPCAAM, o Ministério Público entrou com uma representação solicitando a anulação da inclusão de Ezequiel no PPCAAM, alegando irregularidades na inclusão pelo fato de não ter sido consultado.[7] Em audiência no dia 24 de fevereiro de 2010, o juiz Marcius da Costa Ferraz decidiu pela exclusão de Ezequiel do PPCAAM e o retorno ao cumprimento de medida sócio-educativa em regime semi-aberto por dois anos[8] no Centro de Recursos Integrados de Atendimento ao Adolescente (CRIAAD) de Conselheiro Paulino, distrito de Nova Friburgo.


ARTIGO PERTINENTE DA VEJA-ABRIL:

Sem limites para a barbárie

O suplício público de um menino de 6 anos no Rio mostra
que o Brasil está na sala de emergência de uma tragédia
social em que o bandido decide quem vive e quem morre


Marcelo Bortoloti

Osvaldo Prado/Ag. O Dia/AE
VIDA ROUBADA POR MONSTROS

Os autores do crime, um menor e um rapaz de 18 anos (abaixo), foram presos no dia seguinte
Guilherme Pinto/Ag. O Globo

Na quarta-feira passada, a dona-de-casa carioca Rosa Vieites se preparava para encerrar um dia como tantos outros. Pouco depois das 9 horas da noite, deixou o centro espírita que costuma freqüentar em Bento Ribeiro, na Zona Norte do Rio de Janeiro, e entrou no carro com seus dois filhos, Aline, de 13 anos, e João Hélio, de 6, e uma amiga. Logo a família estaria toda reunida, segundo seus planos. Hélcio, seu marido, passara a tarde na casa nova que a família acabara de comprar, acompanhando a reforma, e iria encontrá-los para o jantar. Poucos quarteirões adiante, ao parar num sinal de trânsito, o carro em que estavam foi abordado por dois bandidos armados, que ordenaram que todos descessem. Começou, então, o pior drama que uma mãe pode viver " e uma trágica histórica que tirou a respiração de todos os brasileiros. Rosa, Aline e a quarta passageira, que viajava no banco do carona, saíram do carro. Mas o pequeno João, que estava no banco de trás e usava cinto de segurança, demorou um pouco. A mãe abriu a porta traseira e tentou ajudá-lo. Não deu tempo. Os bandidos entraram no carro e partiram em alta velocidade levando o garoto dependurado, preso pela barriga. Rosa gritou e saiu correndo atrás do veículo, mas só viu o filho ir embora, arrastado pelo chão.

Chega de explicações. Todo fenômeno de degradação social tem explicação. A queda de Roma, a ascensão de Adolf Hitler, a proliferação do mal bolchevique pelo mundo, a destruição das cidades brasileiras pelos criminosos e seus asseclas, simpatizantes " ou simplesmente cegos " na intelectualidade, na polícia e na política. O martírio público do menino João Hélio está destravando a língua de dezenas de explicadores. São os mesmos que passaram a mão na cabeça dos "meus guris" que desciam ao asfalto para subtrair um pouco do muito que os ricos tinham e, assim, sustentar a mãe no morro. Chega de romancear o criminoso, de culpar abstrações como a "violência", o "neoliberalismo", o "descaso da classe média"...

O que se passou depois foi uma cena difícil de imaginar, mesmo nos piores filmes de terror " aliás, nenhum roteirista ousou escrever uma cena daquela. Um crime de tamanha crueldade tem de ser encarado como a gota d'água para mudar o combate à violência no Rio de Janeiro e em todo o Brasil. João Hélio foi arrastado por 7 quilômetros em ruas movimentadas de quatro bairros da região. Um motoqueiro que vinha atrás, que pensou tratar-se de um acidente, tentou alcançar o veículo para avisar que havia uma criança próxima à roda. "Na primeira curva, a cabeça bateu na proteção da calçada, e o sangue espirrou na minha roupa. Comecei a gritar e buzinar, mas vi que a criança já estava morta. Quando consegui chegar até o carro, um dos ocupantes pôs a arma na minha cara e me mandou ir embora", diz a testemunha.

Para evitar a todo custo pagar o preço de enfrentar a bandidagem e se manter na civilização, o Brasil está aceitando pagar o preço da volta à barbárie. O mais desalentador é constatar que o pequeno João Hélio chegou ao suplício em vão. Nada vai acontecer com os criminosos que o desmembraram em público e logo eles e outros estarão nas ruas predando os meninos-João. Os explicadores continuarão suas ladainhas, seus seminários, suas viagens para conhecer cidades que venceram o crime, suas reformas para dar resultados daqui a um século, suas visões idílicas de que favelas são soluções... No que diz respeito ao crime, o Brasil não está na UTI... está na sala de emergência. A decisão de quem vive e quem morre nessa sala, infelizmente, está nas mãos dos bandidos.

Pessoas que viram a cena também entraram em desespero enquanto os bandidos faziam ziguezague com o carro, tentando se livrar do corpo. Em algumas das treze ruas pelas quais João foi arrastado, ainda era possível ver rastros de sangue e massa encefálica pelo chão no dia seguinte. Os bandidos rodaram por dez minutos e depois abandonaram o veículo numa rua deserta. O garoto, ainda atado ao cinto, não tinha mais a cabeça, os joelhos nem os dedos das mãos. "Estou acostumado a ver cenas violentas. Mas foi uma coisa bárbara, não tive coragem de tirar o plástico para ver o garoto", diz o delegado Hércules do Nascimento, responsável pelo caso. O secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, e o comandante-geral da PM, coronel Ubiratan Guedes, não contiveram as lágrimas no enterro do menino. Um morador que reconheceu os bandidos conta que um deles saiu do carro, viu o corpo, depois vasculhou os objetos de valor dentro do veículo e desapareceu com o comparsa por um beco escuro. Eles não queriam o carro, apenas os pertences da família, o que confirma o assustador nível de banalização da violência nos grandes centros urbanos do Brasil.

Do blog do jornalista Reinaldo Azevedo, em VEJA on-line (http://veja.abril.com.br/blogs/reinaldo/): o menino João é o guri dos sem-Chico Buarque. O "menor", bem maior do que o menino João, cujo corpo ele ajudou a espalhar pelas avenidas do Rio, vai ficar três anos internado. E depois será solto entre os meninos-João, por quem não se rezam missas de apelo social. Resta só a dor da família: privada, sem importância, sem-ONG, "sem ar, sem luz, sem razão".

FAMÍLIA DESTRUÍDA

Parentes de João Hélio se desesperam durante o enterro do menino. A mãe, Rosa (à esq.), tentou tirá-lo do carro, mas não conseguiu. A irmã, Aline (no centro), a quem o menino era apegado, desabafou quando o caixão baixou: "Quero ouvir a vozinha dele"

João Hélio faria 7 anos em março, cursava o primeiro ano primário num colégio particular, torcia pelo Botafogo e estava feliz porque iria ganhar um quarto novo, pintado de verde. Alegre e muito agitado, fazia aulas de natação e futebol. Todos os dias Rosa o levava de carro à escola e o buscava. Em homenagem à mãe, João fez um desenho que ficou afixado no mural da sala e dizia: "Eu gosto dela". O apego à irmã, de 13 anos, também era grande. No dia do enterro, Aline desesperou-se ao ver o pequeno caixão. "Eu quero meu bebê de volta. Quero meu irmão de volta, quero ouvir a vozinha dele de novo", gritava.

No dia seguinte ao crime, a polícia apresentou os responsáveis por essa tragédia que destruiu mais uma família da classe média carioca. Diego e E., menor de idade, sem antecedentes criminais. Segundo testemunhas, já era o quinto carro que a dupla abandonava no mesmo local. Com sangue-frio, os dois confessaram o assassinato e contaram detalhes do crime, que pode ter tido a participação de mais dois bandidos. Os pais de E., que têm outros quatro filhos, compareceram à delegacia. O pai não acreditava que seu filho pudesse ser um dos bandidos. Às 10 horas da noite, minutos após o roubo, os dois estavam na sua casa, onde jantaram sem demonstrar nenhum tipo de alteração. "Ele não precisava disso. Estava estudando e ganhava dinheiro lavando carros", afirma. "Eu sabia que meu filho andava com más companhias, mas nunca imaginei que pudesse fazer uma coisa dessas.

"Simbolicamente, a culpa é de quem morre. Alguns jornalistas ficaram um tanto revoltados com a polícia, que obrigou os bandidos a mostrar o rosto. Terrível ameaça à privacidade. Era só o que faltava: trucidar o menino João e ainda ser obrigado a expor a cara... Que país é este? Já não se pode mais nem arrastar uma criança pelas ruas em um automóvel e permanecer no anonimato?"

O crime precisa ser enfrentado como tal: uma combinação de pressões psicológicas, sociais, urbanas e familiares que está gerando pavor paralisante no país.

É vital escapar da paralisia.

Podem-se debater as forças da natureza enquanto se assiste à aproximação de um tsunami. Mas isso é inútil, perigoso e irracional. É preciso agir, fazer alguma coisa que estanque os efeitos destruidores da ação dos criminosos. Diz o sociólogo Cláudio Beato: "Ninguém pensa em resolver os problemas emergenciais de saúde, uma epidemia, por exemplo, investindo em educação. A segurança pública também requer medidas específicas " e urgentes".

VEJA ouviu de especialistas o que precisa e pode ser feito já:

" Limitar o horário de funcionamento de bares. Pesquisa feita em 2002 pela prefeitura de Diadema, uma das cidades mais violentas da Grande São Paulo, mostrou que 60% dos homicídios do município aconteciam a 100 metros de um bar. Ao fixar em 23 horas o horário-limite de funcionamento dos bares, a cidade conseguiu, em cinco anos, reduzir em 68% sua taxa de homicídios.

" Diminuir benefícios de presos como a redução do cumprimento da pena no regime fechado, por meio de progressão. "Hoje, até os autores de crimes hediondos são beneficiados com passagem do regime fechado para o semi-aberto após o cumprimento de somente um sexto da pena", diz o promotor de Justiça das Execuções Criminais de São Paulo Marcos Barreto.

" Suspender o benefício dos indultos (de Natal, Dia das Mães...) para criminosos reincidentes ou condenados por crimes violentos. O cientista social e professor da Universidade de Brasília Antônio Testa lembra que a freqüência com que os indultos são concedidos hoje, além de aumentar o risco a que a população está exposta, obriga o Estado a dispor de mais policiais na rua e gera desvio de funções.

" Suspender o limite para a internação de adolescentes infratores em centros de ressocialização. Hoje, eles só podem ficar internados até os 18 anos. "Só deveriam poder deixar os centros aqueles adolescentes que estivessem realmente ressocializados. E isso poderia durar três, quatro ou dez anos", afirma Testa.

" Criar uma rede multidisciplinar de assistência para jovens que começam a se envolver com a criminalidade, praticando pequenos atos de vandalismo ou participando de brigas de rua, por exemplo. "Nenhum jovem vira assassino da noite para o dia", afirma o sociólogo Cláudio Beato. "Uma rede de professores, psicólogos e assistentes sociais treinados pode atuar nas escolas e comunidades, dando suporte e orientação ao jovem ainda nessa etapa do processo", diz.

" Priorizar o policiamento comunitário. "O policial comunitário ganha a confiança dos moradores, é mais bem informado sobre a criminalidade no bairro e, portanto, consegue agir com mais eficácia", afirma o sociólogo Beato. No bairro Jardim Ângela, considerado uma das regiões mais violentas de São Paulo, a adoção da medida ajudou a reduzir o número de homicídios em 57% entre 2001 e 2005.

" Criar varas especiais que possibilitem o julgamento mais ágil de policiais acusados de corrupção e outros crimes: "Um agente suspeito que permanece trabalhando, enquanto aguarda julgamento por um longo período, contribui para aumentar a sensação de impunidade e afastar a polícia da sociedade", afirma Ignacio Cano, pesquisador do Laboratório de Análise da Violência da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Que se faça o que tem de ser feito já para conter a hemorragia social provocada pelo crime. Ou, em breve, estaremos chorando outro João Hélio.
  Web site: pt.wikipedia.org/wiki/Caso_João_Hélio  Autor:   Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre