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quarta-feira, 5 de setembro de 2012

TRANSTORNO BIPOLAR DO HUMOR (PSICOSE MANÍACO-DEPRESSIVA)



TRANSTORNO BIPOLAR DO HUMOR
Sinônimos e nomes relacionados:
Psicose maníaco-depressiva, transtorno ou doença afetivo bipolar, incluindo tipos específicos de doenças ou transtornos do humor, como ciclotimia, hipomania e transtorno misto do humor.
O que é a doença bipolar do humor:
O Transtorno Bipolar do Humor, antigamente denominado de psicose maníaco-depressiva, é caracterizado por oscilações ou mudanças cíclicas de humor. Estas mudanças vão desde oscilações normais, como nos estados de alegria e tristeza, até mudanças patológicas acentuadas e diferentes do normal, como episódios de MANIA, HIPOMANIA, DEPRESSÃO e MISTOS. É uma doença de grande impacto na vida do paciente, de sua família e sociedade, causando prejuízos freqüentemente irreparáveis em vários setores da vida do indivíduo, como nas finanças, saúde, reputação, além do sofrimento psicológico. É relativamente comum, acometendo aproximadamente 8 a cada 100 indivíduos, manifestando-se igualmente em mulheres e homens.
O que causa a doença bipolar do humor:
A base da causa para a doença bipolar do humor não é inteiramente conhecida, assim como não o é para os demais distúrbios do humor. Sabe-se que os fatores biológicos (relativos a neurotransmissores cerebrais), genéticos, sociais e psicológicos somam-se no desencadeamento da doença. Em geral, os fatores genéticos e biológicos podem determinar como o indivíduo reage aos estressores psicológicos e sociais, mantendo a normalidade ou desencadeando doença. O transtorno bipolar do humor tem uma importante característica genética, de modo que a tendência familiar à doença pode ser observada.
Como se manifesta a doença bipolar do humor:
Pode iniciar na infância, geralmente com sintomas como irritabilidade intensa, impulsividade e aparentes “tempestades afetivas”. Um terço dos indivíduos manifestará a doença na adolescência e quase dois terços, até os 19 anos de idade, com muitos casos de mulheres podendo ter início entre os 45 e 50 anos. Raramente começa acima dos 50 anos, e quando isso acontece, é importante investigar outras causas. 

A MANIA (eufórica) é caracterizada por: 
 
Humor excessivamente animado, exaltado, eufórico, alegria exagerada e duradoura;
Extrema irritabilidade, impaciência ou “pavio muito curto”;
Agitação, inquietação física e mental;
Aumento de energia, da atividade, começando muitas coisas ao mesmo tempo sem conseguir terminá-las
Otimismo e confiança exageradas;
Pouca capacidade de julgamento, incapacidade de discernir;
Crenças irreais sobre as próprias capacidades ou poderes, acreditando possuir muitos dons ou poderes especiais;
Idéias grandiosas;
Pensamentos acelerados, fala muito rápida, pulando de uma idéia para outra,tagarelice;
Facilidade em se distrair, incapacidade de se concentrar;
Comportamento inadequado, provocador, intrometido, agressivo ou de risco;
Gastos excessivos;
Desinibição, aumento do contato social, expansividade;
Aumento do impulso sexual;
Agressividade física e/ou verbal;
Insônia e pouca necessidade de sono;
Uso de drogas, em especial cocaína, álcool e soníferos.
* Três ou mais sintomas aqui relacionados devem estar presentes por, no mínimo, uma semana; 
* A hipomania é um estado de euforia mais leve que não compromete tanto a capacidade de funcionamento do paciente. Geralmente, passa despercebida por ser confundida com estados normais de alegria e devem durar no mínimo dois dias. 

A DEPRESSÃO, que pode ser de intensidade leve, moderada ou grave, é caracterizada por: 
 
Humor melancólico, depressivo;
Perda de interesse ou prazer em atividades habitualmente interessantes;
Sentimentos de tristeza, vazio, ou aparência chorosa/melancólica;
Inquietação ou irritabilidade;
Perda ou aumento de apetite/peso, mesmo sem estar de dieta;
Excesso de sono ou incapacidade de dormir;
Sentir-se ou estar agitado demais ou excessivamente devagar (lentidão);
Fadiga ou perda de energia;
Sentimentos de falta de esperança, culpa excessiva ou pessimismo;
Dificuldade de concentração, de se lembrar das coisas ou de tomar decisões;
Pensamentos de morte ou suicídio, planejamento ou tentativas de suicídio;
Dores ou outros sintomas corporais persistentes, não provocados por doenças ou lesões físicas.
* estes sintomas manifestam-se na maior parte do tempo por, pelo menos, DUAS semanas. 

O ESTADO MISTO é caracterizado por: 
 
Sintomas depressivos e maníacos acentuados acontecendo simultaneamente;
A pessoa pode sentir-se deprimida pela manhã e progressivamente eufórica com o passar do dia, ou vice-versa;
Pode ainda apresentar-se agitada, acelerada e ao mesmo tempo queixar-se de angústia, desesperança e idéias de suicídio;
Os sintomas freqüentemente incluem agitação, insônia e alterações do apetite. Nos casos mais graves, podem haver sintomas psicóticos (alucinações e delírios) e pensamentos suicidas;
* os sintomas devem estar presentes a maior parte dos dias por, no mínimo, uma semana.
De que outras formas a doença bipolar do humor pode se manifestar:
Existem três outras formas através das quais a doença bipolar do humor pode se manifestar, além de episódios bem definidos de mania e depressão.
Uma primeira forma seria a hipomania, em que também ocorre estado de humor elevado e expansivo, eufórico, mas de forma mais suave. Um episódio hipomaníaco, ao contrário da mania, não é suficientemente grave para causar prejuízo no trabalho ou nas relações sociais, nem para exigir a hospitalização da pessoa.
Uma segunda forma de apresentação da doença bipolar do humor seria a ocorrência de episódios mistos, quando em um mesmo dia haveria a alternância entre depressão e mania. Em poucas horas a pessoa pode chorar, ficar triste, sentindo-se sem valor e sem esperança, e no momento seguinte estar eufórica, sentindo-se capaz de tudo, ou irritada, falante e agressiva.
A terceira forma da doença bipolar do humor seria aquela conhecida como transtorno ciclotímico, ou apenas ciclotimia, em que haveria uma alteração crônica e flutuante do humor, marcada por numerosos períodos com sintomas maníacos e numerosos períodos com sintomas depressivos, que se alternariam. Tais sintomas depressivos e maníacos não seriam suficientemente graves nem ocorreriam em quantidade suficiente para se ter certeza de se tratar de depressão e de mania, respectivamente. Seria, portanto, facilmente confundida com o jeito de ser da pessoa, marcada por instabilidade do humor.
Como se diagnostica a doença bipolar do humor:
O diagnóstico da doença bipolar do humor deve ser feito por um médico psiquiátrico baseado nos sintomas do paciente. Não há exames de imagem ou laboratoriais que auxiliem o diagnóstico. A dosagem de lítio no sangue só é feita para as pessoas que usam carbonato de lítio como tratamento medicamentoso, a fim de se acompanhar a resposta ao remédio.
Como se trata a doença bipolar do humor:
O tratamento, após o diagnóstico preciso, é medicamentoso, envolvendo uma classe de medicações chamada de estabilizadores do humor, da qual o carbonato de lítio é o mais estudado e o mais usado. A carbamazepina, a oxcarbazepina e o ácido valpróico também se mostram eficazes. Um acompanhamento psiquiátrico deve ser mantido por um longo período, sendo que algumas formas de psicoterapia podem colaborar para o tratamento. 

Fonte: ABC da Saúde

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Não atiradores com padrão de "escolha" aleatório



  • Tomohiro Kato (加藤智大), 25 anos, assaltante, atingiu uma multidão com o seu veículo, um 2-ton, atropelando 5 pessoas. Então, saiu de seu veículo e esfaqueou aleatoriamente pelo menos 12 pessoas com uma adaga. Ocorreu no distrito de Chiyoda Akihabara, Tokyo, Japão, em 8 de junho de 2008.
  • Andrew Kehoe, de 55 anos, membro do conselho escolar, invadiu, atirou três bombas na Bath School e detonou uma junto ao próprio corpo. Antes disso, matou sua mulher e incendiou sua fazenda. (18 de maio de 1927)

Texto da Superinteressante sobre Psicopatas


COMPORTAMENTO

Sem pena nem perdão

Entre 1 e 3% das pessoas são incapazes de seguir voluntariamente regras sociais. E, com o raciocínio intacto, são capazes de maquinar quaisquer maldades para satisfazer seus desejos

por Maurício Horta
No primeiro contato ele é o espelho que completa as nossas fraquezas. Boas credenciais, símbolos de status, carisma, histórias fascinantes e talento para identificar e preencher nossas carências.


Ele conquista nossa confiança como amigo, parceiro sexual, colega de trabalho, médico, consultor financeiro. Até que caia sua máscara de normalidade e ele mostre que, ao contrário de sua encenação, não sente remorso nem vergonha ao agir de forma imoral. É indiferente ao bem-estar alheio e, sem freios morais, é capaz de pôr em prática qualquer plano para atingir seus desejos.



Segundo a Associação Americana de Psiquiatria (APA, da sigla em inglês), 3% dos homens e 1% das mulheres são incapazes de internalizar regras sociais. São portadores do que a bíblia dos psiquiatras - o Manual de Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais da APA - chama de transtorno da per­sonalidade antissocial (TPAS). Ou do que o psicólogo canadense Robert Hare, maior especialista do assunto, chama de psicopatia. 



Embora os dois conceitos sejam comumente usados como sinônimos, há uma diferença em seu diagnóstico. O TPAS é identificado a partir do comportamento antissocial; já a psicopatia e a sociopatia - que são termos equivalentes - dizem respeito tanto ao comportamento quanto a um conjunto de traços de personalidade (veja quadro à esquerda). Nesta revista, escolhemos usar o termo psicopatia, que, segundo Hare, é diagnosticado em menos pessoas - 1% da população.




CONTRATO ANTISSOCIAL



Por temerem os riscos de uma sociedade regida por desejos individuais conflitantes, pessoas normais aceitam abrir mão de certas vontades e seguem regras, sejam formalizadas em leis, sejam baseadas numa ideia religiosa ou filosófica de certo ou errado. É o tal do contrato social. Já emocionalmente elas seguem essas regras por se comoverem com os sentimentos, direitos e bem-estar dos que estão à sua volta. 



No processo de socialização, que acontece, por exemplo, por meio da família e da escola, é moldada a consciência - a voz interna que não as permite estuprar a primeira gostosona que encontrar num beco ermo nem assaltarem velhinhas na saída do INSS. 



É essa voz que falta ao psicopata. Não que ele não conheça as regras sociais. Só não está nem aí para elas. 



O psicopata também tem dificuldade em sentir emoções. Com isso, sua empatia - a capacidade de se colocar no lugar dos outros - é nula. Quando ele pensa, é só raciocínio, sempre a favor de si. Se quiser estuprar uma mulher, dirá para si mesmo: "Putz, ela pode engravidar e aí vai ser a maior dor de cabeça para mim". Em seguida, concluirá: "Melhor assistir ao Brasileirão". Já, se achar que a consequência vale o prazer, vai estuprá-la, sem remorso. 



Mas esse crápula não sabe o que significa compaixão? Claro que sim. Ele não é burro: aprende perfeitamente o significado literal das palavras. Só não consegue apreciar o conteúdo emotivo. Ao ouvir "compaixão", sente o mesmo que ao ouvir "caderno". Seu cérebro funciona diferente do das pes­soas normais (leia matéria da página 36). 



Sem emoções, também cresce sem sentir aflição ante a ameaça de castigo. Apenas pesa os prós e contras de ser pego. Assim ele foi quando criança (leia matéria da página 30), e assim ele provavelmente será até morrer.



MELHOR QUE SEXO



Se por um lado psicopatas não sentem emoções, por outro fogem da monotonia. Resultado: 50% usam drogas ilícitas e 70% são dependentes de álcool (21 vezes mais que a população em geral). Também buscam adrenalina em caças a mulheres, disputas de rachas, roletas-russas. Já uma minoria parte para mega-assaltos, estupros e homicídios em série - um poder destruidor que desafia a Justiça e o sistema carcerário (leia matérias das páginas 12 a 21).



Sejam predadores, sejam apenas parasitas, os psicopatas estão entre nós. E não é fácil reconhecê-los a tempo: "O leigo pode confundi-lo com uma pessoa sem nenhum transtorno psiquiátrico. Isso por motivos diversos: a ideia equivocada de que o transtorno deva sempre estar acompanhado de sintomas psicóticos, e o fato de ele ser um sujeito eloquente, sedutor, manipulador", diz o psiquiatra forense Elias Abdalla Filho, da Universidade de Brasília. "Por isso é tão comum vizinhos, ao tomarem conhecimento de crimes bárbaros praticados por psicopata, afirmarem que sempre pareceu uma pessoa normal."




Arrogante, mentiroso e irresistível 

A ESCALA DE ROBERT HARE

Psiquiatras dão de 0 a 2 a cada um dos 12 tópicos abaixo, a partir da avaliação clínica e do histórico pessoal do paciente. A soma dos pontos é comparada numa escala, que determina o grau de psicopatia.



1. BOA LÁBIA
O psicopata é bem articulado e ótimo marketeiro pessoal. Como um ator em cena, conquista a vítima bajulando e contando histórias mirabolantes de si. Com meia dúzia de palavras difíceis, se passa por sociólogo, médico, filósofo, escritor, artista ou advogado. 




2. EGO INFLADO
Ele se acha o cara mais importante do mundo. Seguro de si, cheio de opinião, dominador. Adora ter poder sobre as pessoas e acredita que nenhum palpite vale tanto quanto suas ideias. 




3. LOROTA DESENFREADA
Mente tanto que às vezes não se dá conta de que está mentindo. Tem até orgulho de sua capacidade de enganar. Para ele, o mundo é feito de caças e predadores, e não faria sentido não se aproveitar da boa-fé dos mais fracos.




4. SEDE POR ADRENALINA
Não tolera monotonia, e dificilmente fica encostado num trabalho repetitivo ou num casamento. Precisa viver no fio da navalha, quebrando regras. Alguns se aventuram em rachas, outros nas drogas, e uma minoria, no crime. 




5. REAÇÃO ESTOURADA
Reage desproporcionalmente a insulto, frustração e ameaça. Mas o estouro vai tão rápido quanto vem, e logo volta a agir como se nada tivesse acontecido - é tão sem emoções que nem sequer rancor ele consegue guardar. 




6. IMPULSIVIDADE
Embora racional, não perde tempo pesando prós e contras antes de agir. Se estiver com vontade de algo, vai lá e consegue tirando os obstáculos do caminho. Se passar a vontade, larga tudo. Seu plano é o dia de hoje. 




7. COMPORTAMENTO ANTISSOCIAL
Regras sociais não fazem sentido para quem é movido somente pelo prazer, indiferente ao próximo. Os que viram criminosos em geral não têm preferências: gostam de experimentar todo tipo de crime. 




8. FALTA DE CULPA
Por onde passa, deixa bolsos vazios e corações partidos. Mas por que se sentir mal se a dor é do outro, e não dele? Para o psicopata, a culpa é apenas um mecanismo para controlar as pessoas. 




9. SENTIMENTOS SUPERFICIAIS
Emoção só existe em palavras. Se namorar, será pelo tesão e pelo poder sobre o outro, não por amor. Se perder um amigo, não ficará triste, mas frustrado por ter uma fonte de favores a menos.




10. FALTA DE EMPATIA
Não consegue se colocar no lugar do próximo. Para o psicopata, pessoas não são mais que objetos para usar para seu próprio prazer. Não ama: se chegar a casar-se e ter filhos, vai ter a família como posse, não como entes queridos.




11. IRRESPONSABILIDADE
Compromisso não lhe diz nada - tende a ser mau funcionário, amante infiel e pai relapso. Porém, como a família e os amigos são fonte de status e bens materiais, para cada mancada já tem uma promessa pronta: "Eu mudei. Isso nunca mais vai acontecer de novo". 




12. MÁ CONDUTA NA INFÂNCIA
Seus problemas aparecem cedo. Já começa a roubar, usar drogas, matar aulas e ter experiências sexuais entre 10 e 12 anos. Para sua maldade, não poupa coleguinhas, irmãos nem animais.




Fonte Without Conscience, de Robert Hare, The Guilford Press, 1993; esta é a versão reduzida da Escala de Hare; o dianóstico somente pode ser feito por profissionais treinados.




As várias faces de um mesmo mal 

O psicólogo Theodore Millon, de Harvard, separa os psicopatas em diferentes categorias, de acordo com a influência de outros transtornos de personalidade. 




O invejoso
É uma variante do psicopata "puro". Sente que a vida deu aos outros o respeito, o dinheiro e a admiração que ele merecia - por isso adora puxar um tapete. Para se afirmar, ele se agarra a símbolos de status: carrões, mansões, joias, diplomas falsificados. 




O defensor da reputação
Tem traços de personalidade narcisista. É a versão psico do macho alfa. Ser durão e assertivo é seu meio de provar força e garantir reputação. Se sua boa fama for ameaçada, pode reagir ferozmente até seus rivais serem aniquilados. 




O aventureiro
Tem traços de personalidade histriônica (daqueles que fazem de tudo para conseguir atenção dos outros). Para ser admirado, faz coisas que deixariam qualquer um de pernas tremendo: brinca com a morte em rachas, arrisca fortunas em jogos e comete crimes espetaculares, em vez de se prender às responsabilidades e ao tédio do dia-a-dia.




O nômade
Tem traços de personalidade esquizoide. Em vez de buscar subverter normas sociais, ele busca simplesmente se livrar delas pulando de galho em galho, sem pertencer a lugar algum. Prostituição é um dos meios mais comuns de se manterem. Alguns podem tornar-se violentos quando bêbados ou sob o efeito de drogas.




O malévolo
Tem traços de personalidade paranoide. Rancoroso, brutal e vingativo. Acha que os outros vão sempre traí-lo ou puni-lo, e, para vingar-se, parte para a violência. Se os traços sádicos forem mais fortes, busca causar terror nos mais fracos para se divertir.




Existe diferença entre Psicopata e Sociopata?


Psicopatia x Sociopatia

Existem infinitas dúvidas referente às diferenças entre o termo "psicopatia" e "sociopatia". O fato é que, atualmente, ambos termos se referem ao indivíduo com transtorno de personalidade antissocial. Para alguns especialistas, como Robert Hare, a diferença entre a psicopatia e a sociopatia consiste basicamente na origem do transtorno. Assim como sociólogos, especialistas de crimes e alguns psicólogos acreditam que o distúrbio, quando originado a partir do próprio meio social, é denominado como sociopatia. Por exemplo, aquele indivíduo que "aprendeu" a cometer atitudes antissociais no próprio meio em que vivia, tal como um ambiente com baixo nível socioeconômico e pais violentos. Já o psicopata consiste na combinação de fatores como biológicos, genéticos e socioambiental. Por exemplo, o indivíduo que aparentemente "nasce" psicopata, independente de ter vivido num ambiente com baixo nível socioeconômico.
Para outros especialistas, a psicopatia e a sociopatia são duas manifestações diferentes do transtorno de personalidade antissocial. Tais raciocínios acreditam que os psicopatas nascem com características básicas como impulsividade e ausência de medo, o que faz com que busquem condutas de riscos e perigo, terminando muitas vezes em atitudes antissociais, uma vez que são incapazes de se estabelecerem corretamente nas normas sociais. Já o sociopata, nesta visão, apresenta um temperamento um pouco mais "normal" que os psicopatas.
Em suma, referente ao termo, essas duas variantes da personalidade antissocial tem como causa uma interação variada entre fatores genéticos/biológicos e fatores ambientais, mas a psicopatia tende para fatores genéticos, enquanto que a sociopatia, para o lado socioambiental.

Os psicopatas e o poder


Pelo fato de gostarem da sensação de poder, serem muito persuasivos e não medirem esforços para atingir seus objetivos, os psicopatas ascendem muito rápido em suas profissões; por isso é comum que esses indivíduos ocupem importantes cargos ligados a mídia e a política.
Por não sentirem remorso, nem compaixão, os indivíduos com personalidade antissocial não se importam se seus atos irão prejudicar um determinado grupo de pessoas ou até mesmo uma nação.

Como identificar um psicopata entre nós!!!


Características resumidas e curiosidades

  • Psicopata é sinônimo de antissocial, de indivíduo que não segue as leis e nem as regras ditadas pela sociedade e, através de seus atos, provoca danos à mesma;
  • Para cada 25 pessoas, 1 ao menos exibe traços psicopáticos;
  • Para cada 3 homens psicopatas, 1 mulher é psicopata;
  • Podem ter uma autoestima ou visão de si próprios elevada;
  • Frequentemente são autossuficientes e vaidosos;
  • Muitas vezes exibem um encanto superficial, são sedutores e conquistam facilmente as outras pessoas;
  • Frequentemente são bastante volúveis e inconstantes;
  • Não possuem empatia, tendem a ser insensíveis, cínicos e a desprezar os sentimentos e direitos alheios;
  • Possuem dificuldade em manter relacionamentos, embora consigam estabelecer facilmente;
  • Mente frequentemente de forma tão realista que raramente outras pessoas descobrem ou desconfiam;
  • É comum a necessidade de ter autoridade: são pessoas que necessitam estar sempre no comando ou poder, detestam serem comandados ou submissos;
  • Frequentemente possuem tendências sádicas;
  • Frequentemente são muito manipuladores, manipulam pessoas, ambientes e circunstâncias a seu favor;
  • Não possuem sentimentos de culpa ou arrependimento;
  • Geralmente são frios, raramente demonstrando algum tipo de afetividade mas quando demonstra é superficial;
  • Pode ser inconstante, detestar rotina e monotonia e enjoar fácil de tudo;
  • Não possui empatia: não entende o que é estar no lugar do outro;
  • É excessivamente racional e calculista, tem dificuldade em pensar emocionalmente e age mais racionalmente;
  • Geralmente cético ou desconfiado em demasia, e por isso mais persuasivo;
  • Frequentemente irresponsável: tende a jogar culpa sempre nos outros, não se responsabiliza pelas próprias condutas, arranjando sempre algo ou alguém como culpado;
  • Possui necessidade de estimulação constante, assim como sensibilidade ao tédio e um vazio existencial;
  • Falta de metas a longo prazo ou mudanças constantes de metas;
  • São impulsivos em relação à agressividade, violência e impulsos sádicos;
  • Tende a ser infiel e seus relacionamentos íntimos geralmente não são duradouros;
  • Podem possuir vida dupla: socialmente sendo pessoas exemplares, mas com pessoas da intimidade se mostrarem totalmente diferentes;
  • Costumam ser irritadiços e podem atacar impulsivamente num momento de raiva;
  • Quase sempre dão mais valor ao material do que o sentimental, inclusive podem ser oportunistas e obcecados pelo dinheiro;
  • Bastante críticos em relação a moralidade e ética. Para eles, "regras foram feitas para serem quebradas" e "os fins justificam os meios";
  • Possuem mudanças súbitas de temperamento;
  • Frequentemente psicopatas se dão bem em entrevistas de empregos, manipulam as pessoas e conquistam a confiança de todos facilmente no ambiente de trabalho;
  • Geralmente acham que estão certos e que seu estilo de vida é o mais adequado.
  • Não reagem com aversão a comportamentos condenados socialmente como homicídios e
  • Quando colocados sobre pressão, como por exemplo, a morte de algum parente, reagem com frieza, como se não se importassem nem um pouco com a notícia;
  • Frieza emocional, sadismo, capacidade de fingir extremamente bem, vontade de fazer mal às pessoas e ausência de remorso é a receita ideal para um assassinato cometido por um psicopata;
  • Expressa pouco ou nenhum amor, afetividade, carinho etc. Nem mesmo por filhos, pais, parentes, cônjuge ou amantes.
  • Geralmente são pessoas com sorrisos fáceis, amáveis quando lhe convêm e absolutamente frias quando julgam necessário;
  • A frieza ao agir faz com que o psicopata provavelmente não se arrependa dos erros que cometeu, assim o indivíduo pode desenvolver gosto pela sensação de perigo. Acredita-se que o distúrbio que estimula o comportamento sádico do psicopata resulte de um desvio neurológico, capaz de induzir principalmente o homicídio;
  • Pode utilizar-se da sedução para conseguir o que quer dos outros;
  • Sua capacidade de parecer bonzinho, educado e inofensivo costuma ser bastante convincente. É comum que os outros não desconfiem de se tratar de um psicopata.

Assassino em série (serial killer)



Dr. Morte
Uma personalidade psicopata não se restringe ao assassino em série. Um psicopata pode ser uma pessoa simpática e de expressões sensatas que, não obstante, não vacila ao cometer um crime quando lhe convém e, tal como explicado acima, fá-lo-á sem sentir culpa pela sua ação.
O contexto social em que é interpretado o ato agressivo forma o criminoso ou o justiceiro social, o policial autorizado a cometer crimes (soldado mandado). Contudo na agressividade psicopatológica dos denominados sociopatas há sempre de se identificar as pulsões sádicas que caracterizam o instinto de morte da espécie humana.
Apesar do ainda controverso tema da existência do instinto agressivo em nossa espécie, pelo menos entre as teorias psicanalíticas não há dúvidas sobre a natureza da compulsão à repetição e características sádicas de suas manifestações descritas por Freud no célebre ensaio: Além do princípio do prazer, 1921.

Estudo


Um assassino em série (também conhecido pelo nome em inglêsserial killer) é um tipo de criminoso de perfil psicopatológico que comete crimes com uma certa frequência, geralmente seguindo um modus operandi e às vezes deixando sua "assinatura", como por exemplo coleta da pele das vítimas - no caso de Ed Gein. Curiosamente, os Estados Unidos, com menos de 5% da população mundial, produziu 84% de todos os casos conhecidos de serial killers desde 1980.
Muitos dos que foram capturados aparentavam ser cidadãos respeitáveis - atraentes, bem sucedidos, membros ativos da comunidade - até que seus crimes foram descobertos. Geralmente os serial killers demonstram três comportamentos durante a infância, conhecidos como a "Tríade MacDonald": urinam na cama (enurese noturna), causam incêndios, e são cruéis com animais.[1]
A melhor definição de assassinato serial foi publicada pelo Instituto Nacional de Justiça em 1988:
"Uma série de dois ou mais assassinatos cometidos como eventos separados, normalmente, mas nem sempre, por um infrator atuando isolado. Os crimes podem ocorrer durante um período de tempo que varia desde horas até anos. Quase sempre o motivo é psicológico, e o comportamento do infrator e a evidência física observada nas cenas dos crimes refletiram nuanças sádicas e sexuais."[2]
Modelação estatística do risco de assalto no software livre CrimeStat desenvolvido pelo National Institute of Justice (EUA)
Existem basicamente dois tipos de serial killers: os do "tipo organizado", sujeitos que normalmente exibem inteligência normal e conseguem se inserir bem à sociedade, são muito mais difíceis de serem pegos, visto que planejam seus crimes, não costumam deixar provas e podem ter uma vida aparentemente normal com esposa/marido, filhos e emprego, muitas vezes de alto nível, podem chegar mesmo a concluir nível superior. Já os "tipo desorganizados", são impulsivos, não planejam seus atos, costumam usar objetos que encontram no local do crime e muitas vezes os deixam para trás deixando muitas provas.[3]
Outra classificação é a proposta por Blackburn (1998)[4] que desenvolveu uma tipologia para os subtipos de psicopatas, inclusive considerando o aspecto Anti-social como se tratasse de um dos sintomas possíveis de estar presente em certos casos. Inicialmente ele fez uma distinção entre dois tipos de psicopatas e ambos compartilhando um alto grau de impulsividade: um Tipo Primário, caracterizado por uma adequada socialização e uma total falta de perturbações emocionais, e um Tipo Secundário, caracterizado pelo isolamento social e traços neuróticos.
Apesar de serem referências de um modelo patológico de agressão, a personalidade sociopática necrófila e/ou sádica, tal como diagnósticado por Fromm [5] correspondem as características do ditador Adolf Hitler (1889 — 1945), detalhadamente analisado em seu livro (o.c.) e de outros personagens sabidamente cruéis feito o cangaceiro brasileiro, vulgo Lampião (1898 — 1938) e outros personagens históricos tipo os imperadores romanos Nero (54 - 68) e Calígula (37 - 41). Observe-se, porém que a compreensão de cada personalidade deve ser devidamente contextualizada política e sócioculturalmente antes de tentativa de enquadramento num dignóstico psiquiátrico de psicopatia ou perversão. Essa contextualização é o que permite diferenciar o matador contumaz e lúcido, que na época e local ou grupo social, onde viveram são considerados normais ou líderes, do serial killer isolado socialmente não diferenciados por quantidades de mortes que produzem (não considerando o efeito multiplicador da sua condição de líder) ou natureza de sua agressividade sádica.



Incidência e histórico de casos

Anthony Perkins, interpretaNorman Bates, o empalhadormatricida que se dizia vítima de sua própria armadilha, no filme Psicose de Alfred Hitchcock.
Face à dificuldades de identificação dos potenciais agressores, bem como do espectro variado de suas manifestações uma estratégia de estimar sua incidência ou prevalência incidência, que nessa caso são equivalentes pela cronicidade do quadro é calcular a incidência global do transtorno de personalidade na população geral que segundo revisão de Morana et al [6] varia entre 10% e 15%, sendo que cada tipo de transtorno contribui com 0,5% a 3%.3-4 Entre os americanos adultos, 38 milhões apresentam pelo menos um tipo de TP, o que corresponde a 14,79% da população. Esse tipo de transtorno específico de personalidade é marcado por uma insensibilidade aos sentimentos alheios. Quando o grau dessa insensibilidade se apresenta elevado, levando o indivíduo a uma acentuada indiferença afetiva, ele pode adotar um comportamento criminal recorrente e o quadro clínico de TP assume o feitio de psicopatia.
Não há como listar a incontável lista de serial killers, num passado tão tumultuado e violento como o da humanidade. O método clínico, como se sabe, baseia-se na análise de histórias de vida, a título de exemplo observe-se os casos mais conhecidos, cruéis e bizarros que são:
Década de 1970. Esse sociopata contrasta com a imagem que temos de um "louco homicida". Era atraente, autoconfiante, politicamente ambicioso, bem sucedido com uma ampla variedade de mulheres. Tinha temperamento explosivo e imprevisível e boas notas na época da escola. Entrou para a faculdade, trabalhando meio período numa linha direta para suicidas, assumindo assim sua aparência de respeitável membro da sociedade. Em 1974 faz sua primeira vítima, dando início a uma série de assassinatos brutais. Seu padrão eram mulheres jovens, atraentes, com cabelos escuros na altura do ombro e repartidos no meio, todas muito parecidas fisicamente. Ted foi executado em cadeira elétrica em 1989 confessando de 20 a 30 assassinatos.
Década de 1970/80. Serial killer de manifestação tardia colocou a culpa em sua infância sofrida com o regime soviético. Tinha grau universitário, esposa, dois filhos. Era um "homem inserido na sociedade". Chamava-se de "besta louca" e "erro da natureza". Seu primeiro crime foi em 1978 quando já tinha 42 anos. Seus crimes eram extremamente cruéis, a ponto de ser apelidado de o "Estripador de Rastov". Tinha padrões de canibalismo que negou com algumas vítimas, muitas encontradas faltando órgãos. Suas vítimas eram mulheres e crianças jovens de ambos os sexos. Já na prisão, confessou 55 homicídios, foi condenado à morte e executado com um tiro.
Década 80/90. De significativo em sua história de infância: foi molestado por um garoto vizinho aos oito anos e seus pais tinham brigas ferozes depois de separados. Tinha um padrão de comportamento exibicionista. Em sua mente doentia, criou a ideia de criar zumbis que seriam seus brinquedos sexuais vivos, para isso, fazia buracos nas cabeças das vítimas escolhidas e pingava líquidos cáusticos nas feridas, tentando assim destruir a vontade da vítima. Experimentou segundo ele, canibalismo com pelo menos um corpo, embora dissesse que não era sua prática comum. Foi condenado à prisão perpétua, tendo sido morto na prisão em 1994.
Década de 1970. Seu pai, um tirano, alcoólatra. Era crudelíssimo com ele espancando-o brutalmente e chamando-o de menininha estúpida e inútil, fazendo-o crescer duvidando de sua masculinidade. Formou-se em administração e chegou a casar-se por duas vezes. Fazia festas em sua casa quando se vestia de palhaço tendo ficado conhecido desta forma por muitos. Não tinha padrão ao escolher suas vítimas que podiam ser conhecidas ou não, ele as estrangulava e guardava-as em casa. Foram tantas vítimas que ficou sem espaço passando a desovar num rio próximo de casa. Foi preso e recebeu sentença de prisão perpétua por 33 assassinatos. A pena capital foi restabelecida em seu estado tendo sido executado por injeção letal em 1994.
Década de 1950. Seus crimes inspiraram o filme Psicose e embora muitos o tenham excedido em número de mortes, nunca se viu nada semelhante no campo da "aberração mental". Sempre teve dúvidas de sua masculinidade tendo pensado em amputar seu pênis, mas decidiu-se para tornar-se mulher frequentar cemitérios retirando corpos ou partes deles e usando como decoração em sua casa. Em ocasiões especiais, usava o pedaço mais fino para usar em casa, vestia vestes completas feitas com os órgãos que retirava. Mas precisava de mais e em 54 começou a matar. Preso, confessou dois assassinatos e o roubo dos túmulos, porém o número parece ter sido maior, inclusive o de seu irmão. Morreu em um manicômio judiciário.
Atente-se que sem dados psicossociais padronizados, uma comparação científica de natureza sociológica ou psicológica não oferece resultados relevantes. A moderna criminologia tem proposições de desenvolvimento dessa padronização. Os estudos em criminologia têm como finalidade, entre outros aspectos, determinar a etiologia do crime, fazer uma análise da personalidade e conduta do criminoso para que se possa puni-lo de forma justa (que é uma preocupação da criminologia e não do Direito Penal), identificar as causas determinantes do fenômeno criminógeno, auxiliar na prevenção da criminalidade; e permitir a ressocialização do delinquente.[7] Sendo que no caso dos transtornos de personalidade antissocial são considerados incuráveisinimputáveis e requerem medidas de segurança para defesa da sociedade.[8]

Assassinos em série em Países Lusofônicos

No Brasil

  • João Acácio Pereira da Costa - conhecido como "Bandido da Luz Vermelha" - Assassino notável pela crueldade e frieza.
  • Pedro Rodrigues Filho - conhecido como "Pedrinho Matador" - Acumula mais de 100 homicídios e já foi condenado a quase quatrocentos anos de prisão, a maior pena privativa de liberdade já aplicada no Brasil.
  • Francisco Costa Rocha - conhecido como "Chico Picadinho" - Esquartejava os corpos das vítimas.
  • Francisco de Assis Pereira - conhecido como "Maníaco do Parque" - Estuprava e asfixiava as mulheres que seduzia.
  • Adimar Jesus da Silva - conhecido como "Maníaco de Luziânia" - Acusado de matar e estuprar 6 jovens entre 13 a 19 anos.
  • Marcos Antunes Trigueiro - conhecido como o "Maníaco do Industrial" ou "Maníaco de Contagem" estuprou e assassinou cinco mulheres entre 17 de abril de 2009 e 26 de fevereiro de 2010
  • Francisco das Chagas Rodrigues de Brito - Acusado de assassinar e emascular 41 meninos nos estados do Pará e do Maranhão, entre os anos de 1989 e 2003. O assassinatos ficaram conhecidos como O Caso dos Meninos Emasculados, e ele ficou conhecido como a águia mansa, já que se faz de bonzinho para enganar suas vítimas
  • José Vicente Matias - conhecido "Corumbá" - Acusado de estuprar, matar e esquartejar 6 mulheres entre 1999 e 2005 nos estados de Goiás, Bahia, Maranhão e Minas Gerais.

Em Portugal

  • António Luís Costa - Antigo militar da GNR que matou 3 mulheres. Único assassino em série português do Século XXI.
  • Estripador de Lisboa - Assassino em série da Capital de Portugal de três mulheres na área de Lisboa. Nunca foi identificado, pois parou de fazer vítimas.
  • Luísa de Jesus - Única mulher portuguesa assassina em série no século XVIII que matava bebês.
  • Diogo Alves - conhecido como o assassino do Aqueduto das Águas Livres foi o último homem condenado à morte em Portugal, nasceu em Espanha mas veio viver para Portugal muito novo (Século XIX)[9].
  • Francisco Leitão, conhecido como "Rei Ghob".[10]

Assassinos em série no Mundo


Atiradores à esmo

A tipificação dos crimes e delitos é um exercício comum às ciências jurídicas, sociais e à psicologia. Uma possível classificação de perversões ou psicopatologias que tem como consequência uma multiplicidade de vítimas é a identificação de uma categoria para o criminoso, tal como criada a categoria dos "serial killers". Um exemlo típico é o criminoso que atira à esmo (shoothing away), aparentemente sem a escolha típica de um perfil identificador ou biotipo onde focaliza sua atenção e/ou o seu ódio. Esse padrão criminoso distingue-se do genocídio e atos terroristas e outras formas do assassínio em massa por ser uma escolha individual (algumas vezes de duplas ou pequenos grupos) mas são crimes igualmente pré-meditados e planejados, confundem-se, também, com a categoria mórbida do suicídio ampliado, ou seja crimes passionais seguidos de auto-destruição e/ou o ataque-suicidaNina Rodrigues (1862-1906), um dos primeiros pensadores brasileiros sobre os massacres coletivos, considerava o crime à dois, tipo o de Columbine, 1999, a forma embrionária dos crimes em massa, já sendo possível identificar-se a condição de líder e liderado bem como a presença de "ideologia" ou crença motivadora.[11] o cerco à escola de Beslan, por outro lado é um outro exemplo onde não se distingue nitidamente a ação individual da coletiva.
Observe-se que toda categorização é imperfeita, mas deve ser realizada para que melhor se possa tentar prevenir ou controlar tais fenômenos. A relação abaixo apresentada, por exemplo, pode ser compreendida ou modificada pela idade e tipo de motivação do agressor ou mesmo pelo local da escolha da vítimas (escolas, shoppings, cinemas, estradas, etc.):[12][13]
  • Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, atacou estudantes e funcionários na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, no Rio de Janeiro, 12 crianças e adolescentes (dez meninas e dois meninos) morreram, além do atirador, que cometeu suicídio, e 17 ficaram feridas (7 de abril de 2011)
  • Tristan van der Vlis, de 24 anos, matou 6 pessoas a tiros em um shopping center lotado na cidade holandesa de Alphen aan den Rijn e depois se suicidou. (10 de abril de 2011)
  • Cho Seung-hui de 23 anos, sul-coreano matou 32 pessoas e se suicidou na universidade Virginia Tech. Vivia legalmente nos Estados Unidos com seus pais há 14 anos, desde setembro de 1992 e vivia em Centreville, Virginia. (17 de abril de 2007) [14]
  • Dale S. Hausner, 33 anos e Samuel John Dieteman, 31 conhecidos na polícia e imprensa como Serial Shooters responsáveis por pelo menos 8 homicídios e 29 tiros (tentativas) disparados aleatoriamente de dentro de um carro em pedestres que pedalavam ou caminhavam. Ocorreram em Phoenix, Arizona, Estados Unidos, entre maio de 2005 e agosto de 2006.
  • Robert Steinhäuser (aluno expulso), de 19 anos, invadiu sua ex-escola e matou 14 professores, dois estudantes e um policial em um tiroteio na escola Gutenberg de ensino médio na cidade de Efurt, Alemanha, 18 pessoas morreram contando com o seu suicídio. (26 de abril de 2002)
  • John Allen Muhammad de 42 anos e Lee Boyd Malvo 17 foram responsáveis por 16 mortes escolhidas aleatoriamente num episódio conhecido como Ataques a Tiros em Beltway. Os crimes possuíam motivação política terrorista, ocorreram durante três semanas de outubro de 2002.
  • Eric Harris, de 18 anos, e Dylan Klebold, de 17, invadiram a escola que frequentavam deixando 13 alunos mortos, aconteceu no Instituto Columbine, em Littleton no estado norte-americano do Colorado, depois se mataram. (20 de abril de 1999)
  • Mateus da Costa Meira, estudante de medicina de 24 anos, matou três pessoas e feriu outras seis ao atirar com uma submetralhadora Uzi calibre 9 mm na sala nº 5 do cinema do Morumbi Shopping, na zona sul de São Paulo onde passava o o filme "Clube da Luta". O estudante, do 6º ano, entrou na sala de exibição após ter disparado contra o espelho de um dos banheiros e começou a atirar a esmo. (10 de novembro de 1999) [15]
  • James Eagan Holmes[16](em inglês), 24 anos, formado em Neurociência pela Universidade da Califórnia-Riverside, invade uma sala de cinema de um shopping em Aurora (Colorado), EUA, atirando a esmo. Passava da 0h do dia 20 de julho de 2012 e estava sendo exibida a seção de lançamento do filme The Dark Knight Rises (Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge). Doze pessoas morreram e cinquenta e oito ficaram feridas, onze delas com gravidade. Este ataque ficou conhecido como o Massacre de Aurora. Minutos após o ataque a polícia chegou ao local e logo prendeu James como suspeito, que ainda estava em seu carro no estacionamento do shopping. Seu cabelo estava pintado de vermelho e dizia ser o Coringa (o arqui-inimigo do Batman). Armas e munição foram encontradas no carro. Em seu apartamento, distante 6 km do shopping, James havia montado um potente aparato com explosivos e líquidos inflamáveis, engenhosamente preparado para detonar quando a porta fosse aberta. Ao ser preso, ele avisou os policiais sobre esses explosivos e imediatamente foi providenciada a evacuação dos prédios para evitar uma tragédia ainda maior. Esta evacuação teve início por volta das 2h. Os bombeiros trabalharam mais de dois dias para desativar os explosivos utilizando um robô. Vizinhos de James relataram que entre 0h e 01h ouviram música em alto volume vinda de seu apartamento, que certamente foi acionada por algum dispositivo programável pois não havia ninguem no apartamento naquele período.[17](em inglês)[18](em inglês). Em 23 de julho de 2012 (três dias pós sua prisão) o atirador foi formalmente apresentado ao Tribunal, tendo permanecido calado durante todo o tempo.[19]

Não atiradores com padrão de "escolha" aleatório

  • Tomohiro Kato (加藤智大), 25 anos, assaltante, atingiu uma multidão com o seu veículo, um 2-ton, atropelando 5 pessoas. Então, saiu de seu veículo e esfaqueou aleatoriamente pelo menos 12 pessoas com uma adaga. Ocorreu no distrito de Chiyoda Akihabara, Tokyo, Japão, em 8 de junho de 2008.
  • Andrew Kehoe, de 55 anos, membro do conselho escolar, invadiu, atirou três bombas na Bath School e detonou uma junto ao próprio corpo. Antes disso, matou sua mulher e incendiou sua fazenda. (18 de maio de 1927)

Referências

  1.  Macdonald, JM (1963). "The threat to kill". Am J Psychiatry 120: 125–130
  2.  Newton, Michael. A Enciclopédia de Serial Killers. SP,Madras, 2008
  3.  Casoy, Ilana. Serial Killer - Louco ou Cruel? SP, Ediouro, 2008 Google Livros Abril de 2011
  4.  Blackburm R - "Psychopathy ande te contributiom of pessoality to violence" em "Psychopathy", editado por Millom, Th; Simonse,m, Erik;Birket - Smith, Morten; e Davis, Roger. Guilforde Press,1998. apud: Balone, G.J. Transtornos da Linhagem Sociopática PsiqWeb Abril 2011
  5.  FROMM, Erich. Anatomia da destrutividade humana. RJ, Guanabara, 1987
  6.  Morana, Hilda C. P.; Stone, Michael H.;Abdalla-Filho, Elias (2006). Transtornos de personalidade, psicopatia e serial killers .Rev Bras Psiquiatr ;28(Supl II):S74-9 (PDF). Abril 2011.
  7.  Fernandes, Newton & Fernandes Valter. Criminologia Integrada. 2ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002.
  8.  Piedade Junior, Heitor. Personalidade psicopática, semi-imputabilidade e medida de segurança. RJ, Forense, 1982
  9.  Título não preenchido, favor adicionar.
  10.  Ghob já tinha cova para Ivo. Cmjornal.xl.pt.
  11.  Rodrigues, Nina. As Coletividades Anormais RJ. Civilização Brasileira, 1939
  12.  BBC, Brasil. Cronologia: Os piores ataques a escolas nos últimos anos COMPORTAMENTO,7 de abril de 2011
  13.  Brasil 247, Ataques a escolas já aconteceram em outros países Mundo, 7 de abril de 2011
  14.  Atirado sul coreano matou 32 pessoas. Internet Cultural. Abril 2011.
  15.  Lima, Maurício; Zakabi, Rosana. O horror fora da tela, Estudante de medicina dispara metralhadora, mata três pessoas e fere cinco num cinema de shopping. Revista veja Edição 1 623 - 10/11/1999 Abril 2011
  16.  http://en.wikipedia.org/wiki/James_Eagan_Holmes
  17.  http://www.abcactionnews.com/dpp/news/national/james-holmes-neighbor-loud-music-played-at-house-of-aurora-dark-knight-rises-shooting-suspect
  18.  http://content.usatoday.com/communities/ondeadline/post/2012/07/colorado-shootings-suspect-who-is-james-holmes/1#.UAnQf7Ae6OV
  19.  http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/atirador-chega-a-tribunal-do-colorado-de-cabelo-vermelho