Às 17h, Joseph Bates, pai de Cheri Jo, chegou em casa e não viu o carro da filha, um fusca. Entrou na residência, encontrou o bilhete e não se preocupou mais.
Cheri Jo permaneceu na biblioteca por horas. Enquanto estudava, alguém abriu o capô de seu carro e retirou a bobina do distribuidor e condensador. O distribuidor foi desconectado. Às 21h, a garota decidiu que já era hora de voltar para casa. Quando tentou ligar seu carro... Nada. Tentou mais uma vez... Nada. Já de noite, sem ter a quem recorrer, não sabia o que fazer, quando um gentil homem lhe ofereceu carona até a sua residência. Ela aceitou. Caminhavam em direção ao automóvel do homem quando ele de repente a agarrou, tapou sua boca e colocou uma faca em sua garganta. Desesperada, a menina tentava gritar e fugir, atacando seu agressor como podia, arranhando seu rosto.
Nos depoimentos posteriores, a polícia saberia que dois gritos horrendos foram ouvidos: o primeiro às 22h15, o segundo às 22h45. Não se sabe o que aconteceu nesse intervalo de tempo, mas o resultado foi que o criminoso cortou a jugular de Cheri Jo e deu outras três facadas em sua garganta, aniquilando suas cordas vocais. A menina foi praticamente decapitada, depois de esfaqueada 42 vezes, mas o assassino ainda não estava satisfeito. Deitou-a no chão e deixou sua lâmina enterrada no ombro da vítima. No ataque perdeu seu relógio Timex, que marcava 12h23. A origem do relógio foi rastreada até um posto militar, na Inglaterra.
Dias depois, a polícia recebeu uma carta de confissão anônima, escrita a máquina. Não conseguiram identificar quem a teria escrito.
Seis meses depois, o Riverside Press Enterprise publicou um artigo sobre o caso. No dia seguinte à publicação, a polícia, Joseph Bates e o jornal receberam novas cartas do suposto assassino.
Anos depois se faria a correlação desse caso com os do criminoso que chamou a si mesmo de Zodíaco, quando a polícia de Riverside notou similaridades com o caso de assassinato em Napa, acontecido posteriormente. Até os dias de hoje existem dúvidas sobre a autoria do assassinato, muitos não acreditam que tenha sido o Zodíaco.
Em 20 de dezembro de 1968, mais de dois anos já haviam passado desde o assassinato de Cheri Jo Bates. Nunca ninguém mais ouvira falar do caso.
Nessa noite de lua cheia, David Arthur Faraday, 17 anos, estudante do Vallejo High School, marcou um encontro com Betty Lou Jensen, 16 anos, estudante do Hogan High School. David pegou Betty em casa às 20h20, disseram aos pais dela que iriam a um concerto e prometeram voltar até as 23h. Em vez do concerto, foram de carro para um local chamado Lover’s Lane, conhecido ponto de namoro da região, nas proximidades do lago Herman.
Semanas antes, Betty tinha tido a sensação de que estava sendo seguida e observada por alguém na escola. Por mais de uma vez, sua mãe encontrou aberto o portão do jardim que dava para a janela da menina. Estranho, mas nada que alarmasse demais a família.
Os namorados, ao chegarem ao Lover’s Lane, travaram as portas e reclinaram os bancos. Um passante viu os dois adolescentes ali, enquanto Betty Lou recostava sua cabeça no ombro de David. Segundo essa testemunha, estava bastante escuro, apesar da lua cheia. Outras duas testemunhas, caçadores de racum, diriam ter visto o que pareceu ser uma Valiant azul seguindo o carro de David.
Perto das 23h, quando o casal já se preparava para ir embora, outro carro apareceu no local e estacionou perto deles. Um homem corpulento desceu e chegou a ser visto por outro motorista que passava por ali. Parou ao lado da janela de Betty Lou e ordenou que o casal saísse do veiculo. Mas, como estavam com as portas travadas, se negaram achando que estavam seguros. Diante da recusa, o desconhecido sacou uma arma da jaqueta, foi até a janela de trás e atirou no vidro, que explodiu. Rodeou o carro até a outra janela traseira e também a estourou.
Betty Lou, apavorada, abriu a porta e começou a descer. David não teve tempo para isso. Antes que pudesse sair, o estranho encostou a arma atrás de seu ouvido esquerdo e atirou. A bala atravessou a cabeça de David horizontalmente, arrancando parte dela.
Gritando, fora de controle, Betty Lou saiu correndo. O homem seguiu em seu encalço, atirando cinco vezes nas suas costas. Ela tombou a nove metros do carro em que estava.
David continuava vivo e sangrando em profusão. O assassino virou-lhe as costas, entrou em seu carro e foi embora.
Minutos depois, Stella Borges, uma senhora que passava por ali de carro, chamou a radio patrulha. Betty Lou já estava morta, mas David chegou ainda com vida à Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Geral de Vallejo, apesar de não ter resistido aos ferimentos e falecido logo depois.
Os projéteis que mataram Betty Lou e David saíram de pistola semi-automática calibre .22.
Darlene Ferrin conhecia tanto David como Betty Lou. Tinha 22 anos, era casada e mãe de uma menininha, Dena. Karen, a babá que Darlene contratava com certa freqüência, notou em 27 de fevereiro de 1969 quando um carro branco estacionou do lado de fora da casa. Ela comentou o fato com Darlene, que pareceu não dar maior importância a ele e continuou a se arrumar para sair. Karen descreveria depois o homem sentado ao volante: grande, cara redonda e cabelo castanho cacheado. Darlene chegou a comentar com a babá que “ele devia estar observando-a novamente.” Disse que, pelo que sabia, “ele” estava fora do Estado e não queria que ninguém soubesse do assassinato que ela testemunhou. Darlene chegou a dizer o nome do homem, algo como Peter ou Paul, mas Karen não deu atenção.
Algum tempo antes, pacotes haviam sido enviados à casa de Darlene. Pam Huckaby, sua irmã, ao receber um dos pacotes, reconheceu o entregador como “aquele homem que ficava sentado em seu carro branco, em frente a casa de Darlene.” O homem, que usava óculos, avisou-a para não abrir o pacote. Na época, especulou-se se os pacotes estavam sendo enviados pelo ex-marido de Pam, Jim, que vivia no México e possuía uma arma calibre .22.
Darlene chegou a avisar as amigas para que não chegassem perto do homem do carro branco que ficava estacionado em frente à sua casa. Obviamente, ela não gostava da situação, mas não tinha coragem de pedir que ele saísse dali.
Em 4 de julho daquele ano, Darlene saiu de casa para ir buscar seu amigo Michael Mageau, 19 anos. Os dois tinham combinado de ir ao cinema em San Francisco. Perceberam que estavam sendo seguidos e, assustada, a moça começou a dirigir cada vez mais rápido, tentando pegar estradas vicinais para despistar seu perseguidor. De repente, estavam na Columbus Parkway, na mesma direção da estrada do lago Herman.
Darlene parecia conhecer quem a perseguia. Sem aviso, o carro atrás do casal diminuiu a velocidade e sumiu, mas o alívio durou pouco... Cinco minutos depois foram abalroados horizontalmente e ficaram impossibilitados de fugir. As luzes do outro carro cegavam os dois, mas mesmo assim Mageau pode ver que um homem carregando uma lanterna vinha na direção dos dois. A janela do seu lado estava aberta, e ele ouviu tiros serem disparados. Sentiu um calor estranho tomar conta de todo seu corpo e se deu conta de que a vítima era ele. Perplexo, ainda ouvindo disparos, viu Darlene tombar sobre o volante. Ela havia sido alvejada cinco vezes, além de ter sido atingida por alguns projéteis que saíram do corpo de Mageau.
Enquanto o assassino voltava para seu carro, Mageau pode ver seu rosto, mas ao ouvir seus gritos de dor o homem voltou e atirou mais duas vezes.
Dessa vez, apesar da dor insuportável, Mageau fingiu-se de morto. Percebeu que não conseguia mais gritar pois uma das balas atingira sua mandíbula e perfurara sua língua. Darlene ainda gemia no banco da frente quando ele, com muita dificuldade, conseguiu descer do veículo para tentar encontrar socorro. Para sua sorte, três adolescentes que procuravam um amigo notaram o automóvel estacionado no meio da estrada e viram a vítima caída no chão. Sem hesitar, desceram para socorrê-lo. Quando se deram de que a situação era grave, foram até uma casa próxima e avisaram a polícia.
O policial Richard Hoffman e o sargento Conway já estavam no local quando a ambulância chegou. Darlene foi pronunciada morta às 00h38. À 00h40, o Departamento de Polícia de Vallejo recebeu uma ligação telefônica. Uma voz calma, do outro lado da linha, reportou o duplo homicídio, deu a localização dos corpos e a descrição do carro de Darlene ferrin. Disse ainda que ambas as vítimas tinham sido alvejadas com uma Luger 9mm, identificando a arma com precisão, e alegou ser a mesma arma que havia matado Faraday e Jensen no ano anterior. Com um tom de voz mais profundo, disse adeus e desligou. Para desespero da polícia, descobriu-se que a ligação fora feita de um telefone público que ficava do lado de fora do escritório do xerife de Vallejo.
Michael Mageau foi operado e sobreviveu. Depois de curado, deu tantas versões do ocorrido para a polícia e escondeu-se com tanta rapidez que a única conclusão possível é que estava apavorado demais com a possibilidade do assassino voltar e tirar sua vida. Descreveu o carro de seu agressor como sendo marrom, provavelmente um Corvair.
Em 27 de setembro de 1969 Cecília Shepard e Bryan Hartnell combinaram um programa juntos. Eram amigos havia muito tempo e planejaram um piquenique nas margens do lago Berryessa. Estavam conversando e comendo quando um carro parou ao lado do Karmann-Ghia de Bryan e seu ocupante começou a observar o casal.
Cecília notou o estranho, mas ele logo desapareceu entre as árvores. Momentos depois, ela tornou a vê-lo. De novo, ele sumiu. Quando apareceu outra vez, vestia um capuz preto em forma de saco sobre a cabeça, como se fosse um executor. A frente do capuz pendia até a cintura, e no peito estava desenhado um símbolo do zodíaco. Ele usava óculos escuros sobre o capuz, e do lado direito de sua cintura pendia um facão de pelo menos 30 centímetros de comprimento. Do lado esquerdo, o coldre estava vazio. Ela ergueu os olhos e percebeu uma arma em sua mão.
O homem falou para Bryan que era um condenado fugitivo e exigiu dinheiro e as chaves do carro. Foi atendido de imediato. Ele então deu uma corda a Cecília para que ela amarasse Bryan, o que foi feito com nós bem largos, para que talvez ele tentasse escapar, mas o criminoso percebeu e resolveu ele mesmo amarrar Cecília e apertar os nós que continham Bryan. Ameaçou o casal, dizendo que teria de esfaqueá-los. Bryan disse ao criminoso que não suportaria ver Cecília ser esfaqueada, que preferia ser a primeira vítima. O assassino respondeu que era justamente o que pretendia fazer e, apesar das súplicas desesperadas do rapaz, ajoelhou-se e o esfaqueou seis vezes nas costas. Enquanto ele gemia com uma dor lacinante, o estranho esfaqueou Cecília dez vezes, cinco nas costas e cinco na frente, atingindo seu seio, seu abdome, sua virilha.
Ao ir embora o criminoso fez questão de por as chaves do carro de Bryan e o dinheiro em cima da toalha de piquenique, deixando claro que não se tratava de um assalto, e sim de uma execução. Antes de sair de cena, ainda deu uma paradinha no Karmann-Ghia e, com uma caneta hidrográfica, escreveu na porta:
“Vallejo
12-10-68
7-4-69
Sept 27-69-6:30
by knife.”